Soja fecha em baixa com o mercado focado no clima da América do Sul

Nas últimas cinco sessões o janeiro/24 acumula uma queda de 1,27% e o março de 2,27% – Imagem de Julio César García por Pixabay

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em baixa pela terceira sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram quedas de 11 a 14 centavos, com o janeiro/24 cotado a US$ 12,97¼ (- 0,84%) e o março/24 cotado a US$ 13,01¾ (- 1,06%) o bushel. O janeiro na mínima do dia (US$ 12,95), registrou a menor cotação desde 7 de dezembro. Nas últimas cinco sessões o janeiro/24 acumula uma queda de 1,27% e o março de 2,27%.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em baixa pela terceira sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ 2,30 a US$ 4,50, com o janeiro cotado a US$ 395,40 (- 1,13%) e o março/24 cotado a US$ 386,40 (- 0,59%) a tonelada curta. O dezembro na mínima do dia (US$ 394,30), registrou a menor cotação desde 18 de outubro. Nas últimas cinco sessões o janeiro/24 acumula uma queda de 2,06% e o março/24 de 2,37%.

O óleo de soja fechou novamente em baixa, com o janeiro/24 registrando uma queda de 3,01%. Nas últimas cinco sessões o janeiro/24 acumula uma queda de 0,95%.

“O janeiro, com vencimento de suas opções amanhã e o início dos avisos de entrega na primeira semana de janeiro rompeu o suporte dos US$ 13,00”, indicou a equipe da Agrinvest Commodities.
Ainda segundo os especialistas da consultoria, “o mercado segue monitorando as precipitações no Centro-Oeste brasileiro e a baixa demanda. A Sinograin voltou a compras soja nos EUA, mas ainda em um volume muito abaixo do já registrado pelo gigante asiático”.

Os traders esperam por novas notícias e, seguem ajustando as suas posições nesta reta final de 2023. O foco central permanece sendo o clima na América do Sul, com os mapas climáticos indicando condições melhores de chuvas e temperaturas em queda para o Centro-Oeste do Brasil. Todavia, o cenário precisa ser confirmado para mudar a realidade já muito fragilidade da safra brasileira.

As consultorias privadas já têm reduzido as suas estimativas para a safra 2023/24, porém, os números são ainda bastante elevados, seguindo acima das 150 milhões de toneladas e este volume pode não ser atingido, na perspectiva dos produtores brasileiros.

“Para os próximos 10 dias o GFS, atualizado nesta manhã, indica acumulados de moderados a fortes no Norte e Sudeste do MT, Norte do TO, Sul do MA, Norte de SP, Norte do RS, Nordeste e Sul do MS, Oeste do PR, na maior parte de GO, MG e SC. Leves acumulados no restante do MT, MS, TO, PR, Oeste da BA, Norte do MA, Sul do PI e Sul de SP”, indicou o Diretor-Geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.

O mercado monitora também o cenário climático na Argentina, com as expectativas de pelo menos uma safra regular de soja seja colhida nesta temporada. “Na Argentina, chuvas leves se iniciam no dia 24 no Sudoeste de Buenos Aires e se espalham para as demais regiões ao longo da semana. Para os próximos 10 dias na Argentina, chuvas leves são indicadas para a maior parte de Córdoba, Buenos Aires, San Luis, Sudeste de Santiago del Estero, Norte de La Pampa, Sul de Santa Fé e Norte de Entre Rios. Moderados no Norte de Santa Fé. Moderados a fortes no Norte e Oeste de Santiago del Estero”, informou Ginaldo Sousa.

Um ponto de atenção, porém, e que também causa pressão sobre as cotações é o atual momento dos fretes marítimos. “Todos estão preocupados com o Canal de Suez, em especial a Europa. Os fretes continuam subindo; fundos continuam aumentando as vendas dos contratos das commodities agrícolas, em especial o milho”, disse Vanin.

USDA – Relatório Semanal de Vendas

Soja – Exportadores dos Estados Unidos relataram vendas de cerca de 1.989.400 toneladas de soja da safra 2023/24, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 14 de dezembro.
O volume representa um aumento de 94% em relação ao da semana anterior e de 51% em relação à média das quatro semanas anteriores.

Os principais compradores na semana foram Destinos desconhecidos (785.500 toneladas), China (700.400 toneladas), Espanha (191.000 toneladas), Indonésia (75.800 toneladas) e Países Baixos (69.200 toneladas), que compensaram o cancelamento feitos pela Costa Rica (2.000 toneladas).

Da safra 2024/25 foram vendidas 144.000 toneladas, sendo 125.000 toneladas para Destinos desconhecidos e 19.000 toneladas para o Japão. Os embarques semanais do período totalizaram 1,329.100 toneladas, um aumento de 15% em relação aos da semana anterior, mas uma queda de 3% em relação à média das quatro semanas anteriores.
Os principais destinos foram China (572.100 toneladas), Espanha (191.000 toneladas), Japão (191.000 toneladas), México (110.800 toneladas) e Indonésia (78.900 toneladas).

Farelo – Exportadores dos Estados Unidos reportaram vendas de 147.800 toneladas de farelo de soja da safra 2023/24, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 14 de dezembro.
O volume representa uma queda de 55% em relação ao da semana anterior e de 16% em relação à média das quatro semanas anteriores.

Os principais compradores foram México (111.500 toneladas), Portugal (12.900 toneladas), Sri Lanka (11.300 toneladas), Filipinas (9.300 toneladas) e Guatemala (5.600 toneladas), que compensaram os cancelamentos feitos pela Colômbia (18.200 toneladas), Destinos desconhecidos (9.000 toneladas), Costa Rica (3.500 toneladas), Bélgica (2.300 toneladas) e Irlanda (300 toneladas).

Os embarques semanais totalizaram 258.800 toneladas, que representaram uma queda de 20% em relação aos da semana anterior e de 17% em relação à média das quatro semanas anteriores.
Os principais destinos foram Filipinas (59.700 toneladas), Canadá (24.000 toneladas), Irlanda (23.700 toneladas), México (22.100 toneladas) e Costa Rica (16.600 toneladas).

Óleo

Exportadores dos Estados Unidos reportaram vendas de 3.100 toneladas de óleo de soja da safra 2023/24 para o Canadá.

Argentina

As chuvas da última semana permitiram que o plantio da soja na Argentina avançasse 9,50% para 69% da área estimada para a safra 2023/24, de 17.3 milhões de hectares. Os dados são da Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) que informou ainda que 97% das lavouras estão em condições normais.

Óleo de Palma – Malásia

A Fitch Ratings estima que os preços do óleo de palma da Malásia registrem uma média de US$ 650,00 a tonelada em 2024, em relação a cerca de US$ 840,00 a tonelada em 2023, refletindo o aumento da oferta. O USDA estima um aumento de 3% na produção global de óleos vegetais importantes no ano de comercialização 2023/24, impulsionado pelo aumento na produção de óleo de soja e óleo de palma.

Os preços do óleo de palma voltaram a cair abaixo dos US$ 800,00 a tonelada em dezembro, após a valorização em novembro por causa das preocupações com a oferta em virtude do fenômeno climático El Niño.

“Acreditamos que as condições climáticas não vão se deteriorar significativamente no próximo ano, com base na última tendência de chuvas e previsões meteorológicas”, indicou a Fitch em nota. No entanto, os meteorologistas veem o risco de um El Niño forte nos próximos meses, o que poderia gerar problemas, como inundações na produção de soja na América do Sul, e dar suporte para os preços do óleo de palma.

Safra 2023/24 – Brasil

A safra de soja do Brasil em 2023/2024 deve totalizar 158 milhões de toneladas, estimou nesta quinta-feira o Rabobank, indicando uma queda de 5 milhões de toneladas em relação as estimativas iniciais, que vêm sendo reduzidas devido ao tempo quente e mais seco do que o normal no Centro-Norte do País.

“O clima instável tem limitado o potencial de produtividade da soja do Brasil”, informou o Rabobank em relatório, no qual indicou a revisão.

Paraná

O Departamento de Economia Rural (DERAL), da Secretaria de Agricultura do Estado, estimou a safra da soja 2023/24 em 21.7 milhões de toneladas, sendo que em 34% das lavouras já estão com as vagens formadas, “enquanto eram apenas 18% neste mesmo período de 2022”.

Milho fecha em alta em movimento de correção

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em alta, após três sessões consecutivas de baixa. Os principais vencimentos registraram ganhos de 2,75 centavos, com o março/24 cotado a US$ 4,72½ (+ 0,59%) e o maio/24 a US$ 4,85¼ (+ 0,57%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o março/24 acumula uma queda de 1,41% e o maio/24 de 1,37%.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 2,50 a 2,75 centavos, com o março/24 cotado a US$ 6,12½ (+ 0,41%) e o maio/24 a US$ 6,24 (+ 0,44%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o março/24 acumula uma queda de 0,53% e o maio/24 de 0,28%.

O milho fechou em alta com em movimento de correção após três quedas consecutivas.
Mas a tendência de curto prazo ainda indica para uma desvalorização no mercado internacional, diante de uma produção global confortável e ainda demanda abaixo do ideal.

O USDA informou que as vendas líquidas do milho no país caíram 29% na semana encerrada em 14 de dezembro, para um volume de 1 milhão de toneladas.

O trigo fechou em alta também em movimento de correção após uma queda de mais de 2% registrada ontem. O reposicionamento aconteceu mesmo com dados fracos pelo lado da demanda, que poderiam mover os preços para baixo.

As vendas líquidas de trigo dos Estados Unidos somaram 322.700 toneladas na semana encerrada em 14 de dezembro, queda de 78% em relação ao volume negociado na semana imediatamente anterior.
Analistas indicam a demanda como um dos poucos fatores de valorização do trigo neste momento, já que a oferta se mostra cada vez mais abundante, principalmente da Rússia, maior exportador mundial.

USDA – Relatório Semanal de Vendas

Milho

Exportadores dos Estados Unidos relataram vendas de 1.013.100 toneladas de milho da safra 2023/24, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 14 de dezembro.

O volume representou uma queda de 29% em relação ao da semana anterior e de 33% em relação à média das quatro semanas anteriores.

Os principais compradores foram México (346.500 toneladas), Japão (312.000 toneladas), China (136.300 toneladas), Colômbia (99.500 toneladas) e Taiwan (70.100 toneladas) que compensaram o cancelamento feito por Destinos desconhecidos (32.200 toneladas).  Da safra 2024/25 foram vendidas 1.000 toneladas para a Colômbia.

Os embarques semanais totalizaram 870.900 toneladas, que representaram um aumento de 2% em relação aos da semana anterior e de 14% em relação à média das quatro semanas anteriores.

Os principais destinos na semana foram México (355.000 toneladas), China (202.500 toneladas), Japão (184.600 toneladas), Colômbia (61.800 toneladas) e El Salvador (20.100 toneladas).

Trigo

Exportadores dos Estados Unidos reportaram vendas de 322.700 toneladas de trigo da safra 2023/24, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 14 de dezembro.

O volume representa uma queda de 78% em relação ao da semana anterior e de 51% em relação à média das quatro semanas anteriores.

Os principais compradores foram México (97.900 toneladas), Japão (69.900 toneladas), Indonésia (58.900 toneladas), Argélia (53.100 toneladas) e Coreia do Sul (21.200 toneladas), que compensaram os cancelamentos feitos por Destinos desconhecidos (47.000 toneladas) e Costa Rica (100 toneladas). Da safra 2024/25 foram vendidas 3.200 toneladas para Trinidade e Tobago.

Os embarques semanais totalizaram 337.400 toneladas, aumento de 17% em relação aos da semana anterior e de 20% em relação à média das quatro semanas anteriores.

Os principais destinos do período foram México (98.500 toneladas), Japão (53.700 toneladas), Argélia (45.100 toneladas), Taiwan (27.000 toneladas) e Coreia do Sul (20.900 toneladas).

Argentina

O plantio de milho atingiu 58,60% da área estimada para a temporada, de 7.1 milhões de hectares. “O florescimento das lavouras se desenvolve sob condições de umidade adequada a ideal”, informou a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, em nota.

Já a colheita do trigo atingiu 65,20 % da área plantada, com avanço semanal de 10%. O percentual colhido representa um atraso de 13,10% em relação ao mesmo período de 2022/23.

Paraná

O Paraná deverá colher 14.4 milhões de toneladas de milho de inverno na safra 2023/24, informou hoje o Departamento de Economia Rural (DERAL), da Secretaria de Agricultura do Estado, em sua primeira Previsão Subjetiva de Safra. Este volume deve ser recorde e 2% acima das 14.1 milhões de toneladas produzidas em 2022/23.

A área ocupada pela cultura deve ficar estável, em 2.3 milhões de hectares. O plantio já começou em algumas áreas do Estado, informou o DERAL, indicando que o atraso na colheita de soja, como aconteceu na safra passada, não deve se repetir no atual ciclo, “propiciando maior rapidez no plantio”. “O plantio deve se intensificar em janeiro, com término no fim de março”, indicou.

Segundo o agrônomo Carlos Hugo Godinho, do DERAL, a manutenção da área indica um “menor apetite de risco por parte dos produtores”. Ele observa que apesar dos custos de plantio terem caído nos últimos meses, os preços do grão também cederam, “inibindo produtores a aumentar a área plantada, mesmo com perspectiva de janela mais favorável de plantio em 2024”.

Segundo o DERAL, a média de preço pago ao produtor em 2022 ficou em R$ 79,86, enquanto em 2023 alcançou apenas R$ 54,58 a saca.

Por Equipe SNA
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