Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 10,25 a 20 centavos, com o setembro/23 cotado a US$ 13,76½ (- 0,74%) e o novembro/23 a US$ 13,21¼ (- 1,49%) o bushel. Na mínima do dia (US$ 13,15), o novembro registrou a menor cotação desde 30 de junho. Nas últimas cinco sessões, o setembro registra uma queda de 6,26% e o novembro de 6,95%.
Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ 4,20 a US$ 6,10, com o setembro cotado a US$ 423,90 (- 0,98%) e o dezembro a US$ 392,20 (- 1,53%), a tonelada curta. Na mínima do dia (US$ 389,70), o dezembro registrou a menor cotação desde 13 de julho. Nas últimas cinco sessões, o setembro registra uma queda de 4,66% e o dezembro de 6,31%.
O óleo de soja fechou em baixa, com o dezembro registrando uma queda de 0,18%. Nas últimas cinco sessões, o dezembro registra uma queda de 3,92%.
O mercado da soja segue volátil, se mantendo na defensiva antes da divulgação no dia 11 de agosto do boletim mensal de oferta e demanda do USDA. A expectativa é da possibilidade de uma redução da produtividade estimada para a safra americana, o que pode ser um suporte importante para as cotações na CBOT.
O mercado segue também focado nas condições climáticas mais favoráveis previstas para o Corn Belt nos próximos dias.
O Diretor-Geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa, disse que “o modelo GFS, divulgado na manhã de hoje, indica chuvas começando no dia 03 abrangendo, ao longo dos próximos 10 dias previstos, com acumulados leves a moderados em grande parte de Ohio, Indiana, toda Illinois, Iowa, Missouri, Nebraska, Dakotas, pontual no centro de Michigan. Fortes acumulados no Sudeste do Missouri, Nordeste do Arkansas, Oeste do Tennesse.
As previsões de temperaturas máximas para os próximos 7 dias para os EUA, seguem indicando temperaturas de 35° a 40ºC. A partir do dia 07 as previsões já apontam uma queda das temperaturas no Meio-Oeste, retornando para a faixa de 25° a 35°C”.
O mapa do NOAA atualizado nesta quarta-feira para os próximos sete dias mostra também bons volumes de chuvas sendo previstos em estados-chave de produção, como mostra a imagem abaixo.
É preciso, no entanto, que tais previsões se confirmem para trazer algum alívio à safra americana, já sentindo os efeitos do tempo mais seco dos últimos meses e das altas temperaturas. E isso deixa o mercado ainda mais ansioso pelo novo relatório do USDA, ainda mais em um mês tão decisivo para a soja como o de agosto.
“Essas chuvas são importantes, oscilações maiores da produtividade da soja ainda são possíveis, e chuvas certamente, vão ajudar também. Mas, perdas irreversíveis já são registradas no milho e na soja. Os EUA terão uma safra comprometida, abaixo da média, mas não será uma quebra de safra como em anos anteriores de seca, como por exemplo em 2012. Ainda não sabemos o resultado final da safra, mas quase todos os meus clientes descrevem suas lavouras nestes termos e alguns falam que com chuvas ainda podem produzir muito bem”, disse o consultor de mercado Aaron Edwards, da Roach Ag Marketing, dos EUA.
Segundo o Diretor-Geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa, o mercado financeiro também pesou sobre as commodities nesta quarta-feira.
“As cotações foram pressionadas pelas previsões climáticas e também pela redução do rating de emissor
de inadimplência dos EUA. A Fitch rebaixou o rating de emissor de inadimplência a longo prazo e moeda estrangeira dos Estados Unidos de AAA para AA+, com perspectiva estável”, disse Sousa.
Exportações Argentina
As exportações argentinas de grãos e derivados geraram uma receita de US$ 1.925 bilhão em julho de 2023. O valor representa um aumento de 21,80% em relação ao mês anterior e uma queda de 39,20% na comparação com julho de 2022. Os dados foram divulgados pela Câmara da Indústria Oleaginosa da República Argentina (CIARA) e pelo Centro de Exportadores de Cereais (CEC), entidades que representam 48% das exportações totais argentinas. Nos sete meses do ano, a receita acumulada é de US$ 12.96 bilhões, queda de 42% na comparação anual.
Segundo as entidades, o ingresso de divisas em julho seguiu prejudicado pela forte seca que reduziu a produção de soja e milho no país.
O principal produto exportado pelo setor é o farelo de soja, que corresponde a 14,20% do total comercializado para o exterior pelo país. O farelo é seguido pelo milho (11% do total) e pelo óleo de soja (6,9%).
Índia
As importações de óleo comestível da Índia em julho aumentaram para um recorde de 1.76 milhão de toneladas, com as refinarias acumulando estoques para os próximos festivais devido à incerteza sobre o fornecimento do Mar Negro, disseram cinco traders à Reuters. Maiores compras pelo maior importador mundial de óleos vegetais podem ajudar a reduzir os estoques de óleo de palma na Indonésia e na Malásia e apoiar contratos futuros. Eles também fortaleceriam os contratos futuros de soja e poderiam reduzir os estoques nos países do Mar Negro produtores de óleo de girassol.
A média mensal de importações de óleo comestível da Índia no ano comercial de 2021/22 foi de 1.17 milhão de toneladas, informou a Associação de Extratores de Solventes da Índia (SEA). Em junho, a Índia importou 1.3 milhão de toneladas de óleos comestíveis.
As importações de óleo de palma aumentaram de 683.133 toneladas em junho para 1.09 milhão de toneladas em julho, o maior volume em sete meses, segundo estimativas médias dos traders.
O desconto do óleo de palma sobre o óleo de soja e o óleo de girassol aumentou e levou os refinadores a aumentarem as compras para os próximos festivais, disse Sandeep Bajoria, CEO da Sunvin Group, corretora de óleos vegetais e empresa de consultoria.
A SEA provavelmente publicará seus dados de importação de óleo vegetal de julho em meados de agosto.
Por causa da crise Rússia-Ucrânia, os importadores estão mantendo reservas substanciais de petróleo para garantir que estejam bem estocadas e evitar qualquer possível escassez, disse Rajesh Patel, sócio-gerente da GGN Research, uma corretora e comerciante de óleo comestível.
As importações de óleo de girassol aumentaram 73% em relação ao mês anterior, para 330.000 toneladas, o maior volume em seis meses, enquanto as importações de óleo de soja caíram 22%, para 340.000 toneladas, estimaram os traders.
As importações de óleo de soja foram menores do que o estimado em julho, já que um atraso na atracação impediu o descarregamento de alguns navios no porto de Kandla, disse Patel. A Índia compra óleo de palma principalmente da Indonésia, Malásia e Tailândia, enquanto importa óleo de soja e óleo de girassol da Argentina, Brasil, Rússia e Ucrânia.
Exportações Brasil
A ANEC estimou as exportações de soja de 8.636 milhões de toneladas em julho, superando as 7.009 milhões de toneladas exportadas em julho do ano passado, mas abaixo dos 13.833 milhões de toneladas exportadas em junho.
Quanto ao farelo, as exportações de julho totalizaram 2.159 milhões de toneladas, contra 2.068 milhões de toneladas em julho de 2022, mas abaixo das 2.246 milhões de toneladas de junho.
A associação ainda não divulgou previsões de embarques em agosto.
Milho fecha em baixa com o mercado focado nas condições climáticas do Corn Belt
Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em baixa pela sétima sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram quedas de 6,75 a 8,75 centavos, com o setembro cotado a US$ 4,88¼ (- 1,76%) e o dezembro a US$ 5,00½ (- 1,33%) o bushel. O setembro na mínima do dia (US$ 4,85¾), registrou a menor cotação desde 13 de julho e o dezembro na mínima do dia (US$ 4,97½) registrou a menor cotação desde 14 de julho. Nas últimas cinco sessões, o setembro registra uma queda de 9,63% e o dezembro de 8,71%.
Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em baixa pela sexta sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram quedas de 11 a 12,25 centavos, com o setembro cotado a US$ 6,40 (- 1,88%) e o dezembro/23 a US$ 6,67¼ (- 1,62%) o bushel. O setembro na mínima do dia (US$ 6,36), registrou a menor cotação desde 13 de julho e o dezembro na mínima do dia (US$ 6,63) registrou a menor cotação desde 18 de julho. Nas últimas cinco sessões, o setembro registra uma queda de 11,11% e o dezembro de 10,10%.
Etanol EUA
A produção média de etanol nos Estados Unidos foi de 1.067 milhão de barris/dia na semana encerrada em 28 de julho. O volume ficou 2,47% abaixo do da semana anterior de 1.094 milhão de barris/dia. Já os estoques do biocombustível totalizaram 22.9 milhões de barris, queda de 1,29% em relação ao da semana anterior, enquanto as exportações totalizaram 141.000 barris na semana, aumento de 63,95% na semana. Os números foram divulgados hoje pela Administração de Informação de Energia do país (EIA, na sigla em inglês).
As estimativas da produção dos analistas consultados pela Dow Jones Newswires variavam entre 1.084 milhão e 1.087 milhão de barris/dia. Para os estoques, as estimativas variavam entre 23 milhões e 23.289 milhões de barris.
Os números de produção de etanol nos Estados Unidos são um indicador da demanda interna por milho. No país, o biocombustível é produzido principalmente com o grão e a indústria local consome mais de um terço da safra doméstica do cereal.
Exportações Brasil
A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) informou em relatório mensal, que as exportações de milho do Brasil em 2022/23, estimadas em 52 milhões de toneladas, devem superar em 10 milhões de toneladas as exportações dos EUA, estimadas em 41.9 milhões de toneladas no último relatório do USDA. Com isso, o Brasil deve assumir o posto de maior exportador mundial.
A ANEC destacou o apetite chinês pelo milho brasileiro, informando que no 1º semestre, a China importou 934.000 toneladas de milho e que em julho importou mais 1.292 milhão de toneladas, totalizando 2.23 milhões de toneladas nos sete meses de 2023. “O volume deverá aumentar no 2º semestre”, indicou a ANEC. Ainda segundo a associação, até o momento as cargas destinadas à China saíram, principalmente, pelo Porto de Santos (SP) e, em volumes menores, pelos portos de Barcarena (PA) e Itaqui (MA).
Em julho, as exportações totalizaram 5.938 milhões de toneladas, contra 5.629 milhões de toneladas em julho de 2022 e 1.230 milhão de toneladas em junho.
Do trigo, as exportações totalizaram 68.440 toneladas, contra 58.000 toneladas em junho. Em julho de 2022 não foram registrados embarques do cereal, segundo a ANEC.
A associação ainda não divulgou estimativas de embarques em agosto.