Soja fecha em baixa com o mercado focado nas condições climáticas do Corn Belt

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em baixa pela terceira sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram quedas de 50,75 a 62,50 centavos, com o setembro/23 cotado a US$ 13,70½ (- 4,36%) e o novembro/23 a US$ 13,31¾ (- 3,67%) o bushel. O setembro na mínima do dia (US$ 13,62), registrou a menor cotação desde 10 de julho e o novembro na mínima do dia (US$ 13,22¾) registrou a menor cotação desde 13 de julho. O setembro registra uma queda de 5,92% e o novembro de 6,51% nas últimas cinco sessões.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em baixa pela terceira sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ 9,80 a US$ 9,90, com o setembro cotado a US$ 423,80 (- 2,26%) e o dezembro a US$ 395,90 (- 2,44%), a tonelada curta. O setembro na mínima do dia (US$ 420,70), registrou a menor cotação desde 21 de julho e o dezembro na mínima do dia (US$ 392,40) registrou a menor cotação desde 13 de julho.

O óleo de soja fechou em baixa, com o dezembro registrando uma queda de 3,86% e na mínima do dia registrando a menor cotação desde 13 de julho.

A soja intensificou o seu movimento de queda nesta segunda-feira. As cotações do grão acompanham a forte queda do óleo de soja de mais de 3,50%, e do farelo, que recuou mais de 2%. Além dos derivados, a pressão veio também dos grãos, com o trigo despencando mais 5% e o milho mais de 3%.

Além disso, a queda da soja reflete a pressão das condições climáticas no Meio-Oeste americano, com chuvas tendo sido registradas no final de semana, segundo o Diretor-Geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.

“As chuvas do final de semana, embora tenham coberto parcial ou totalmente os estados do Leste do Corn Belt, Leste de Iowa, Missouri, Wisconsin, Michigan e parte de Nebraska, foram insuficientes para recuperação do déficit hídrico que ainda existe em todo o Meio Oeste. Os índices de julho, sem dúvidas, foram melhores do que junho e maio, entretanto, não foram suficientes para compensar o déficit que ainda se registra em todo o Corn Belt, onde alguns estados mostram claramente a necessidade de chuvas com certa urgência”, disse.

Para os próximos dias e semanas, as previsões seguem apontando chuvas, porém, ainda com volumes abaixo da média e, assim, abaixo ainda das necessidades das lavouras neste momento, que é um momento crítico para o desenvolvimento da safra americana.

“As previsões climáticas para os próximos sete dias por ambos os modelos, GFS e Europeu, são similares e indicam um clima seco com chuvas muito abaixo do normal.  Apesar do NOAA prever chuvas normais para os últimos 20 dias de agosto, queremos lembrar que essas previsões não podem falhar, como aconteceu em maio, junho e julho, sob pena de termos sérios problemas de produtividade e consequentemente forte redução do total da safra americana, com elevação dos preços em CBOT”, disse o Diretor da Labhoro.

E apesar de tudo isso, o executivo afirma ainda que as expectativas da consultoria são de o USDA em seu relatório de acompanhamento de safra hoje indique uma nova redução no percentual de lavouras de soja em boas ou excelentes condições de 1% a 3%.

USDA – Vendas 1 

Exportadores reportaram ao USDA a venda de 132.000 toneladas de soja da safra 2023/24 para a China.

Este foi o quinto anúncio nas últimas duas semanas, o que eleva o total das vendas no período para 1.919.460 toneladas.

USDA – Vendas 2

Exportadores reportaram ao USDA a venda de 183.300 toneladas de farelo de soja da safra 2023/24 para as Filipinas.

Exportações EUA

O USDA divulgou os embarques semanais com volumes dentro do esperado para soja.

Na semana encerrada em 27 de julho, os EUA embarcaram 329.518 toneladas de soja, contra estimativas que variavam entre 100.000 a 400.000 toneladas. Em todo o ano comercial, já foram exportadas 50.512.061 toneladas, 6% menos do que há um ano.

Mercado Interno

A última semana foi marcada por uma disputa acirrada entre compradores domésticos e internacionais pela soja brasileira, o que resultou em alta dos preços internos. Segundo levantamento do CEPEA, a indústria nacional demonstrou maior necessidade de matéria-prima para recebimento no mercado spot, devido à firme demanda doméstica pelos derivados e às expectativas de aumento da demanda externa, reflexo dos conflitos entre a Rússia e a Ucrânia (o que pode redirecionar importadores de óleo de soja para o Brasil) e da menor oferta na Argentina. Sojicultores brasileiros, por sua vez, estão retraídos nas vendas envolvendo grandes volumes. Uma parcela dos produtores mostrou preferência por guardar o remanescente da safra 2022/23 em silos-bolsa em vez de comercializar no mercado spot. Vale lembrar que esse tipo de armazenamento não é comum para a soja, pois pode aumentar a umidade do grão.

Milho fecha em baixa com o mercado focado nas condições climáticas do Corn Belt

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em baixa pela quinta sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram quedas de 17 a 17,25 centavos, com o setembro cotado a US$ 5,04 (- 3,26%) e o dezembro/23 a US$ 5,13 (- 3,25%) o bushel. O setembro na mínima do dia (US$ 4,98½), registrou a menor cotação desde 18 de julho e o dezembro na mínima do dia (US$ 5,08) registrou a menor cotação desde 18 de julho. O setembro registra uma queda de 10,08% e o dezembro de 9,72% nas últimas cinco sessões.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em baixa pela quarta sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram quedas de 36,25 a 38,50 centavos, com o setembro cotado a US$ 6,65¾ (- 5,47%) e o dezembro/23 a US$ 6,91¾ (- 4,98%) o bushel. O setembro na mínima do dia (US$ 6,60¼), registrou a menor cotação desde 18 de julho e o dezembro na mínima do dia (US$ 6,88¼) registrou a menor cotação desde 19 de julho. O setembro registra uma queda de 12,11% e o dezembro de 11,03% nas últimas cinco sessões.

Exportações EUA

O USDA divulgou os embarques semanais com dados dentro do esperado para o milho e levemente acima para o trigo.

De milho, os embarques semanais totalizaram 522.927 toneladas, dentro do intervalo esperado pelo mercado que variava entre 250.000 e 550.000 toneladas. Com esse volume, o volume exportado no ano safra totaliza 34.808.786 toneladas, 33% menor do que no ano passado, neste mesmo período.

Os Estados Unidos embarcaram também 581.278 toneladas de trigo, volume acima das estimativas do mercado que variavam entre 200.000 e 425.000 toneladas. No ano comercial, iniciado em 1º de junho no caso do trigo, as exportações totalizam 2.736.419 toneladas, 5% menos do que no mesmo período do ano passado.

Colheita Argentina

A colheita do milho na Argentina atingiu 68,40% da área, estimada de 7.1 milhões de hectares. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA), a produtividade segue muito abaixo da média.

A estimativa é de uma safra de 34 milhões de toneladas, 18 milhões de toneladas abaixo da safra passada. Os trabalhos avançaram 2,30% desde a semana passada. Em números absolutos, foram colhidas 23.256 milhões de toneladas em 4.68 milhões de hectares.

Colheita Brasil

A colheita do milho na safrinha 2023 atingiu 55% da área no Centro-Sul do Brasil até quinta-feira (27), segundo levantamento da AgRural. A colheita avançou 8% em relação aos 47% da semana anterior, mas continuou atrasada em relação aos 73% do mesmo período do ano passado.

Segundo a AgRural, com Mato Grosso e Goiás favorecidos pelo tempo quente e seco e puxando o ritmo do Centro-Sul, “o avanço da colheita só não foi maior na região porque a lentidão ainda marca os trabalhos no Paraná e em Mato Grosso do Sul, onde a umidade dos grãos está demorando a diminuir”.

Contudo, os relatos de produtividade são excelentes em todos os Estados e reforçam a expectativa de uma grande safra. A AgRural estima a produção de milho na safrinha 2023 do Brasil em 102.9 milhões de toneladas. A produção total da temporada 2022/23 (primeira, segunda e terceira safra somadas) é estimada em 132.3 milhões de toneladas.

Mercado Interno

Com a maior disponibilidade de milho, devido ao avanço da colheita, e as recentes quedas no mercado internacional, as cotações do cereal continuam em queda no mercado interno. Segundo levantamento do CEPEA, na última semana, os recuos mais expressivos foram registrados no Centro-Oeste, onde a colheita está mais adiantada. Nesse cenário, vendedores têm se mostrado receosos em negociar, na expectativa de que a demanda internacional se redirecione para o Brasil, devido aos recentes conflitos entre a Rússia e a Ucrânia. Do lado comprador, grande parte dos consumidores está se abastecendo com milho do Centro-Oeste, por meio de contratos realizados nas semanas anteriores. Portanto, não têm necessidade de adquirir novos volumes a curto prazo.

Por Equipe SNA
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