Soja fecha em alta, recuperando parte da queda de segunda-feira, com novas compras da China

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam novamente em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 10,25 a 12,25 centavos. O novembro/20 fechou cotado a US$ 10,56¼ e o janeiro/21 a US$ 10,57¼ o bushel.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam novamente em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de US$ 5,60 a 7,60. O dezembro/20 fechou cotado a US$ 363,60 e o janeiro/21 a US$ 360,00 a tonelada curta.

Os contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago recuperaram parte das perdas resultantes da forte queda de segunda-feira, com o mercado sendo impulsionado pela demanda. O USDA informou novas vendas para a China e a notícia favoreceu, principalmente, os primeiros vencimentos.

Segundo estimativas do mercado e considerando que “50% das vendas para destinos desconhecidos podem ser para a China”, as vendas totais norte-americanas para a nação asiática totalizam 12.73 milhões de toneladas da soja e de 10.75 milhões de toneladas do milho.

As cotações reagiram bem ao forte avanço da colheita norte-americana, com números divulgados pelo USDA no final da tarde de ontem. A área de soja já colhida nos EUA chegou, até o último domingo (11), a 61%, enquanto o mercado esperava algo entre 50% e 51%. Na semana passada eram 38%; em 2019 23% e a média para o período, 42%.

“Provavelmente, a pressão sazonal da entrada da safra nova americana já foi precificada. Com isso, o mercado passa a focar no atraso do plantio no Brasil e no risco climático (La Nina) na América do Sul”, disse Steve Cachia, consultor da Cerealpar e da TradeHelp.

Paralelamente, ainda segundo o especialista, os próximos dias deverão ser de movimentação técnica, com os traders esperando por novas informações que possam movimentar os preços. “Os altistas esperam um sinal para levar as cotações futuras a marca psicológica de US$ 11,00 por bushel”, disse.

O rápido processo de colheita da soja e do milho nos Estados Unidos está segurando a alta das cotações dos grãos no mercado internacional. No entanto, questões climáticas na América do Sul estão influenciando as cotações na mesma proporção, indicou o Commerzbank, citando especificamente o Brasil.

“As chuvas que haviam sido previstas nos últimos dias no Brasil acabaram sendo escassas para melhorar de forma decisiva as condições para o plantio da soja”, indica a analista de commodities agrícolas do banco, Michaela Kühl, em comentário enviado a clientes nesta quarta-feira.

“Ainda está muito seco no Brasil”, afirma Kühl. Na semana passada, apenas 3% da área de soja em Mato Grosso (principal Estado produtor) foram plantadas em comparação com 19% no mesmo período do ano passado e 17% na média dos últimos anos. “Mas as previsões meteorológicas continuam provocando otimismo e sugerem que as próximas semanas trarão as chuvas que a região tanto necessita”, indicou.

Vendas EUA   

O USDA informou que exportadores dos Estados Unidos relataram vendas de 264.000 toneladas de soja da safra 2020/21 para a China.

Argentina 

A Federação Argentina de Trabalhadores de Oleaginosas iniciou nesta quarta-feira o segundo dia de uma greve por tempo indeterminado deflagrada por razões salariais, afetando operações de esmagamento de soja das grandes tradings de grãos como Cargill, Bunge, Glencore e Dreyfus, informou o Sindicato.

A paralisação ocorre em momento em que o país, que sofre com a recessão e a pandemia do Covid-19, precisa desesperadamente de dólares obtidos com suas exportações.

O Ministério do Trabalho frequentemente ordena negociações obrigatórias para encerrar as greves em indústrias nacionais vitais, mas não houve nenhuma palavra do governo até o momento.

“Não esperamos nenhuma solução de curto prazo para a greve, a menos que o governo decida intervir”, disse o chefe da Câmara de Exportadores de Grãos CIARA-CEC, Gustavo Idigoras.

Ele afirmou que as demandas salariais dos sindicatos estão baseadas em expectativas de inflação exageradas.

“Nossos trabalhadores ganham salários acima da média da classe média na Argentina”, acrescentou Idigoras.

O sindicato dos trabalhadores do setor de oleaginosas representa os trabalhadores da indústria de esmagamento de soja em algumas partes do centro de exportação de grãos de Rosário, mas não na parte Norte de Rosário, onde os importantes portos de Timbues, Puerto General San Martin e San Lorenzo estão concentrados.

Os portos de Bahia Blanca e Necochea, em áreas costeiras ao sul do país, também foram afetados.

A Argentina é um grande exportador de farelo de soja e abriga algumas das maiores processadoras de soja do mundo, sendo o maior fornecedor mundial de farelo de soja utilizado para produção de ração animal.

Com o plantio de soja apenas começando, outubro não é um mês agitado para as exportações agrícolas da Argentina. Os agricultores geralmente mantêm estoques da safra anterior devido às incertezas com relação à taxa de câmbio do país.

Greves são comuns na Argentina, onde os empregadores são pressionados para oferecer salários que acompanhem a inflação, que o governo estima que deve alcançar 29% no próximo ano.

Milho fecha em alta, também recuperando parte da queda de segunda-feira, com novas compras da China 

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam novamente em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 3,25 a 5,25 centavos. O dezembro/20 fechou cotado a US$ 3,96½ e o março/21 a US$ 4,02½ o bushel.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 2,75 a 3,50 centavos. O dezembro/20 fechou cotado a US$ 5,96¾ e o março/21 fechou cotado a US$ 6,00¾ o bushel.

O milho se recuperou da queda registrada esta manhã em função do relatório de acompanhamento de safra do USDA divulgado ontem mostrou uma aceleração no ritmo da colheita, com percentuais acima dos esperados pelo mercado.

Com praticamente toda a safra de milho de 2020 amadurecida, o progresso da colheita de milho está ganhando impulso nos Estados Unidos. O relatório de Enconche-a ontem mostrou que 94% do milho está maduro, 7% acima da semana anterior e bem acima da média de cinco anos de 87%. Até 11 de outubro, 41% da safra de milho havia sido colhida. O total surpreendeu analistas de mercado, que estimava um avanço semanal de 39%.

Por outro lado, a redução dos estoques finais da safra de milho 2020/21 fez com que o vencimento dezembro subissem para em torno de US$ 4,00/bushel na semana passada e o enfraquecimento do dólar também ajuda a aumentar as perspectivas para os preços à vista do milho, indicou o analista Bryce Knorr.

“Um quarto ano consecutivo de redução dos estoques globais em conjunto com a baixa produção na Europa tornará o milho dos Estados Unidos uma opção atraente no mercado mundial, especialmente com o aumento da demanda da China, Europa e outros países asiáticos”, indicou Knorr na última coluna Ag Marketing IQ.

Outro ponto que chama a atenção do mercado nesta quarta-feira foi o comportamento do mercado futuro do milho na China que registrou um novo recorde nas cotações durante a noite, uma vez que as reservas estatais continuam a encolher e as perspectivas de produção caem com as reduções de rendimento devido aos danos causados pelos tufões que atingiram o cinturão produtor do milho no nordeste da China no início deste ano.

“Os contratos futuros de milho na bolsa de Dalian atingiram US$ 9,67/bushel durante a noite, com um forte movimento de compras, enquanto os consumidores finais procuravam rapidamente encontrar suprimentos de milho disponíveis. Os preços do milho estão 30% mais altos do que há um ano, mas isso provavelmente não limitará a demanda”, indicou a analista Jacqueline Holland.

Vendas EUA   

O USDA informou que exportadores dos Estados Unidos relataram vendas de 420.000 toneladas de milho da safra 2020/21 para a China.

China 

A China leiloou um total de 56.84 milhões de toneladas de suas reservas de milho entre maio e setembro deste ano, um processo que veio no final de uma campanha de cinco anos para se desfazer das reservas nacionais que começaram em 2016, segundo informou a TF Agroeconômica. Apesar de atingir sua meta e reduzir os níveis de estoque, o mercado enfrenta agora o desafio de uma oferta apertada.

Uma maneira de aliviar a situação de oferta apertada é importar mais milho e o mercado foi alimentado com rumores de que o governo chinês está procurando conceder uma cota adicional aos importadores. A maioria das fontes sugere um volume de até 10 milhões de toneladas, mas algumas fontes estão citando uma extensão de até 20 milhões de toneladas, na medida em que a China enfrenta uma escassez de oferta.

As importações chinesas de milho nos primeiros oito meses de 2020 totalizaram 5.6 milhões de toneladas, um aumento de quase 50% em relação ao mesmo período do ano passado, tendo como principais fornecedores a Ucrânia e os EUA, segundo dados da Alfândega da China. A análise de especialistas sugere que até 6.3 milhões de toneladas de milho foram exportados para a China pelos EUA e Ucrânia até o final de setembro, mas ainda há um volume significativo a ser enviado para a China.

Segundo o USDA, a China comprou um total de 9.98 milhões de toneladas de milho dos EUA, das quais 8.87 milhões de toneladas ainda não foram embarcadas, enquanto dados dos portos da Ucrânia mostram que outras 583.300 toneladas de milho foram nomeadas para embarque para a China apenas em outubro.

MS 

A FAMASUL (Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul) divulgou seu Boletim Semanal da Casa Rural seguindo o acompanhamento da comercialização da safra de milho 2019/20 no estado.

Segundo o levantamento, até o momento os produtores sul-mato-grossenses já negociaram 65,35% das 10.618 milhões de toneladas produzidas nos 1.895 milhão de hectares cultivados.

Enquanto isso, o preço da saca do milho, no Mato Grosso do Sul se valorizou 6,15% entre os dias 05 a 09 de outubro de 2020, e encerrou o período negociado a R$ 58,25. Quanto ao preço médio, o do mês de outubro foi R$ 56,36. No comparativo com outubro do ano passado, houve uma alta nominal de 84,66%, quando o cereal havia sido cotado, em média, a R$ 30,52.

“As cotações do milho no mercado interno seguem evoluindo no Brasil pressionadas pela baixa disponibilidade doméstica, a posição firme de vendedores e a demanda aquecida.”, indica a FAMASUL.

Entre janeiro e setembro, o estado já registrou 847.900 toneladas de milho exportadas, contabilizando US$ 138.7 milhões de receita. No comparativo com o mesmo período de 2019 houve uma queda de 54,28% no volume e de 55,95% na receita.

“Essa baixa exportação sul-mato-grossense no período decorre da ausência de estoque de passagem, uma vez que em 2019 Mato Grosso do Sul atingiu o recorde de exportação de milho 2ª safra em ano civil com um volume de 2.655 milhões de toneladas”, indica o relatório.

O Japão foi o principal destino das exportações de milho sul-mato-grossense até setembro de 2020, respondendo por US$ 24 milhões e 17,47% do total, outro destaque é Taiwan com US$ 23.4 milhões e 16,91% do total.

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