Soja fecha em alta na véspera do relatório do USDA em movimento de correção

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Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em alta, após cinco sessões consecutivas de baixa. Os principais vencimentos registraram ganhos de 14,75 a 16,25 centavos, com o janeiro/24 cotado a US$ 13,11¾ (+ 1,25%) e o março/24 cotado a US$ 13,30¼ (+ 1,12%) o bushel. O janeiro na mínima do dia (US$ 12,92) registrou a menor cotação desde 12 de outubro. Nas últimas cinco sessões o janeiro/24 acumula uma queda de 2,31% e o março de 2,35%.
Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam novamente em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ 0,40 a US$ 1,70, com o janeiro cotado a US$ 406,80 (- 0,42%) e o março/24 cotado a US$ 397,60 (- 0,10%) a tonelada curta. O janeiro/24 na mínima do dia (US$ 402,40), registrou a menor cotação desde 18 de outubro. Nas últimas cinco sessões o janeiro/24 acumula uma queda de 4,06% e o março/24 uma queda de 4,01%.
O óleo de soja fechou em alta, após seis sessões consecutivas de baixa, com o janeiro/24 registrando um ganho de 3,63%. Nas últimas cinco sessões o janeiro/24 acumula uma queda de 2,16%.

Depois de cinco sessões consecutivas em baixa, a soja fechou em alta em Chicago em movimento de correção na véspera da divulgação do relatório de oferta e demanda do USDA.

Luiz Gutierrez, analista da Safras & Mercado, disse que a soja caiu nos últimos dias em Chicago devido à melhora das condições climáticas na América do Sul. Segundo ele, a chuva voltou ao Norte do Brasil, enquanto diminuiu um pouco no Sul.

Hoje a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) confirmou que apesar das perdas previstas na produção, em função dos extremos climáticos, a colheita em 2023/24 deverá ser 3,60% superior à da safra 2022/23, de 160.2 milhões de toneladas estimada no mês passado, e foi reduzido devido às chuvas no Sul do País e seca e calor excessivo no Centro-Oeste.

Além da safra brasileira, o mercado também começa a precificar o provável aumento significativo na produção da Argentina, após um ciclo com grande queda.

A Safras & Mercado estima que a safra de soja da Argentina colhida este ano ficou entre 20 e 21 milhões de toneladas, enquanto que, em 2024, deve retomar os níveis normais, entre 48 e 50 milhões de toneladas.

“Isso é importante porque, o Brasil tendo problemas, a safra cheia da Argentina fará com que a América do Sul tenha uma oferta maior do que em 2023”, disse Gutierrez.

USDA – Vendas 

Exportadores reportaram ao USDA a venda de 121.000 toneladas de soja do ano comercial 2023/24 para Destinos desconhecidos.

USDA – Relatório Semanal de Vendas   

Soja – Exportadores dos Estados Unidos relataram vendas de cerca de 1.517.600 toneladas de soja da safra 2023/24, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 30 de novembro. O volume representa uma queda de 20% em relação ao da semana anterior e de 21% em relação à média das quatro semanas anteriores.

Os principais compradores na semana China (565.200 toneladas), Espanha (240.600 toneladas), Países Baixos (182.400 toneladas), Japão (116.000 toneladas) e México (91.300 toneladas), que compensaram os cancelamentos feitos por Destinos desconhecidos (700 toneladas), Portugal (600 toneladas) e Marrocos (400 toneladas).

O volume das vendas veio dentro das estimativas dos analistas, que variavam entre 1 milhão e 1.8 milhão de toneladas.

Os embarques semanais do período totalizaram 1,335.300 toneladas, queda de 10% em relação aos da semana anterior e de 26% em relação à média das quatro semanas anteriores. Os principais destinos foram China (444.300 toneladas), Espanha (240.600 toneladas), Países Baixos (182.400 toneladas), México (84.200 toneladas) e Alemanha (68.000 toneladas).

Farelo – Exportadores dos Estados Unidos reportaram vendas de 110.000 toneladas de farelo de soja da safra 2023/24, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 30 de novembro. O volume representa um aumento de 70% em relação ao da semana anterior, mas uma queda de 27% em relação à média das quatro semanas anteriores.

Os principais compradores foram Bélgica (54.000 toneladas), Marrocos (35.900 toneladas), Japão (33.800 toneladas), República Dominicana (30.200 toneladas) e Colômbia (19.800 toneladas), que compensaram os cancelamentos feitos por Destinos desconhecidos (65.000 toneladas), Irlanda (31.000 toneladas) e Equador (27.700 toneladas) e Outras Ilhas do Pacífico (400 toneladas).

Da safra 2024/25 foram vendidas 500 toneladas para o México.

O volume das vendas ficou dentro das estimativas de analistas, que variavam entre 50.000 e 250.000 toneladas.

Os embarques semanais totalizaram 373.100 toneladas, o maior volume do ano comercial, que representaram um aumento de 38% em relação aos da semana anterior e um aumento de 40% em relação à média das quatro semanas anteriores. Os principais destinos foram Equador (62.300 toneladas), Filipinas (54.400 toneladas), Marrocos (53.900 toneladas), Bélgica (49.500 toneladas) e Nova Zelândia (31.800 toneladas).

Importações – China 

A China importou 7.92 milhões de toneladas de soja em novembro, segundo dados da Administração Geral de Alfândega (GACC) divulgados nesta quinta-feira, um aumento de 7,80% em relação ao ano anterior, mas abaixo das expectativas dos traders, devido à liberação mais lenta das cargas na Alfândega.

Alguns traders esperavam que o maior importador mundial de soja trouxesse até 10 milhões de toneladas no mês passado, após grandes compras da oleaginosa do principal fornecedor, o Brasil.

No entanto, as autoridades alfandegárias estão demorando mais para emitir licenças de importação do que antes, o que atrasou o descarregamento, disse Yuyun Chen, trader da Mingsui International (Xangai) Trading Co.

Os navios de soja precisam de uma licença de importação automática (AIL) para descarregar, que deve ser emitida em até 10 dias úteis, mas, na prática, muitas vezes é concedida em um dia.

Chen disse que a Alfândega agora está levando até 10 dias para processar as licenças. A Alfândega não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

A liberação mais lenta coincide com as importações recordes no maior importador de soja do mundo este ano e com as perdas crescentes entre os criadores de suínos.

A China compra soja para esmagar e transformar em farelo para ração animal e óleo de cozinha. Mas a demanda de farelo de soja para uso em ração animal deverá diminuir, já que os criadores de suínos, que lutam contra os baixos preços dos suínos, altos custos e o aumento do surto de Peste Suína Africana, aumentaram o abate de rebanhos nas últimas semanas.

No acumulado de 11 meses deste ano, as importações do maior comprador de soja do mundo totalizaram 89.63 milhões de toneladas, um aumento de 13,30% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo os dados.

As chegadas em dezembro podem aumentar na medida em que as cargas atrasadas do mês passado forem descarregadas, disse Chen.

“As chegadas de soja em dezembro provavelmente darão um salto acentuado, a menos que os atrasos piorem”, disse ele.

O Brasil tem dominado os embarques para a China este ano, mas as chegadas de soja dos EUA podem se recuperar nos próximos meses, já que a China tem aumentado as compras desde novembro em uma onda de compras em meio à melhoria dos laços entre os dois países.

O interesse pelos grãos dos EUA também coincidiu com uma grave seca no Brasil, que interrompeu o plantio e comprometeu as perspectivas do maior produtor de soja do mundo.

Safra 2023/24 – Brasil 

A AgResource Brasil revisou a sua estimativa das safras 2023/24 de soja e do milho do País. São estimadas 155.44 milhões de toneladas de soja. “A revisão continua ocorrendo motivada pelo contínuo nível de temperaturas elevadas e chuvas abaixo da normalidade em diversas regiões, além dos vários relatos de replantio, plantas com maturações precoces, produtores diminuindo áreas plantadas e outros problemas que já aconteceram ou estão por vir”, indicou. No caso do milho, a estimativa é de uma produção de 120.12 milhões de toneladas, 3,38% menor que a estimada em novembro.

Milho fechou em alta na véspera do relatório do USDA 

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 3,75 centavos, com o março/24 cotado a US$ 4,88 (+ 0,77%) e o maio/24 a US$ 4,99½ (+ 0,76%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o março/24 acumula uma alta de 1,09% e o maio/24 de 0,91%.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 5,75 a 8,75 centavos, com o março/24 cotado a US$ 6,42¼ (+ 1,38%) e o maio/24 a US$ 6,49½ (+ 0,89%) o bushel. O março na máxima do dia (US$ 6,49½) registrou a maior cotação desde 28 de agosto. Nas últimas cinco sessões o março/24 acumula uma alta de 7,40% e o maio/24 de 6%.

Segundo Luiz Gutierrez da Safras & Mercado, o mercado está um pouco menos “nervoso” em relação ao atraso do plantio da soja, que impactaria na janela da segunda safra de milho.

“Ainda existe janela para se plantar a área que previmos, e a melhora no clima também se estende para perspectiva à frente”, disse o analista.

A Conab estimou hoje que a safra total de milho do País será de 118 milhões de toneladas em 2023/24, cerca de 10,20% menos que no ciclo passado.

Assim como na soja, uma recuperação na produção da Argentina também pressiona as cotações. A Safras & Mercado estima uma colheita de 55 milhões de toneladas no ano que vem, quase 20 milhões de toneladas a mais do que o volume colhido este ano.

Em três dias, os Estados Unidos reportaram vendas de trigo para a China.

Além disso, parece que os compradores estão deixando de lado o trigo russo por questões alheias à vontade. Segundo a consultoria SovEcon, as exportações russas de trigo totalizaram 3.4 milhões de toneladas em novembro, abaixo das 4.3 milhões de toneladas exportadas no mesmo mês do ano passado.

“A atividade exportadora na semana passada diminuiu acentuadamente devido ao clima tempestuoso no Mar Negro”, informou a empresa, em relatório. “Carregar navios era impossível, com ondas que chegavam a 8 metros.”

USDA – Relatório Semanal de Vendas   

Milho – Exportadores dos Estados Unidos relataram vendas de 1.288.900 toneladas de milho da safra 2023/24, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 30 de novembro. O volume representou uma queda de 33% em relação ao da semana anterior e de 17% em relação à média das quatro semanas anteriores.

Os principais compradores foram Japão (443.400 toneladas), China (274.500 toneladas), México (230.000 toneladas), Panama (81.000 toneladas) e Colômbia (78.200 toneladas) que compensaram o cancelamento feito pela Nicaragua (1.300 toneladas).

Da safra 2024/25 foram vendidas 22.900 toneladas para o México.

O volume das vendas ficou dentro das estimativas dos analistas, que variavam entre 725.000 e 1.5 milhão de toneladas.

Os embarques semanais totalizaram 1.086.100 toneladas, maior volume do ano comercial, representaram um aumento considerável em relação aos da semana anterior e de 65% em relação à média das quatro semanas anteriores. Os principais destinos na semana foram México (307.800 toneladas), China (276.600 toneladas), Colômbia (181.000 toneladas), Japão (114.900 toneladas) e Taiwan (76.600 toneladas).

Trigo – Exportadores dos Estados Unidos reportaram vendas de 356.400 toneladas de trigo da safra 2023/24, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 30 de novembro. O volume representa uma queda de 43% em relação ao da semana anterior, mas um aumento de 8% em relação à média das quatro semanas anteriores.

Os principais compradores foram Taiwan (109.300 toneladas), China (65.000 toneladas), Bangladesh (55.000 toneladas), Filipinas (54.700 toneladas) e Indonésia (52.500 toneladas), que compensaram os cancelamentos feitos por Destinos desconhecidos (107.600 toneladas) e Itália (22.500 toneladas).

Da safra 2024/25 foram vendidas 9.500 toneladas para o Peru, que foram compensadas pelo cancelamento de 12.000 toneladas feito pelo Peru.

O volume das vendas ficou dentro das estimativas dos analistas, que variavam entre 250.000 e 800.000 toneladas.

Os embarques semanais totalizaram 198.900 toneladas, queda de 42% em relação aos da semana anterior e de 27% em relação à média das quatro semanas anteriores. Os principais destinos do período foram Filipinas (52.700 toneladas), Japão (50.600 toneladas), México (24.900 toneladas), Jamaica (22.000 toneladas) e Egito (20.300 toneladas).

Etanol EUA 

A produção média de etanol nos Estados Unidos foi de 1.076 milhão de barris/dia na semana encerrada na sexta-feira, 1º de dezembro. O volume ficou 6,40% acima do registrado na semana anterior de 1.011 milhão de barris/dia. Os estoques do biocombustível ficaram estáveis em 21.4 milhões de barris, enquanto as exportações totalizaram 75.000 barris/dia. Os números foram divulgados, ontem (6), pela Administração de Informação de Energia do país (EIA, na sigla em inglês).

As estimativas dos analistas consultados pela Dow Jones Newswires da produção variavam entre 1.001 milhão e 1.060 milhão de barris/dia. Quanto aos estoques, as estimativas variavam entre 21.229 milhões e 23 milhões de barris.

Os números de produção de etanol nos EUA são um indicador da demanda interna por milho. No país, o biocombustível é produzido principalmente com o grão e a indústria local consome mais de um terço da safra doméstica do cereal.

Por Equipe SNA
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