Soja fecha em alta na CBOT influenciada pelas condições da safra dos EUA

Os contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago fecharam em alta, com os principais vencimentos subindo 11 centavos. O novembro/18, que é a referência dos negócios neste momento, fechou cotado a US$ 8,79 ¾ e o janeiro/19 a US$ 8,91 ¾ o bushel.

Os contratos futuros do farelo de soja na Bolsa de Chicago fecharam em forte alta, com os principais vencimentos subindo de US$ 8,30 a US$ 9,00. O setembro/18 fechou cotado a US$ 335,80 e o dezembro/18 a US$ 337,80 a tonelada curta.

Em parte, o mercado recebeu suporte de uma nova redução do percentual de lavouras de soja em boas ou excelentes condições nos EUA. Segundo o USDA, até o último domingo (12/8), 66% das lavouras de soja estavam em bom ou excelente estado, contra 67% na semana anterior. Em condições regulares estavam 24% das lavouras e 10% em condições ruins ou muito ruins.

“O mercado não se surpreendeu com os dados mais recentes sobre as condições da safra, já que ficaram dentro do esperado. Estimativas de rendimento privado e resultados de safra estão começando a circular no mercado, o que pode adicionar alguma volatilidade aos preços”, diz o relatório da Allendale, Inc.

Além disso, os preços passam ainda por um movimento de ajuste e correção depois das perdas registradas na última sexta-feira (10/8), que passaram dos 4% após a divulgação do boletim mensal de oferta e demanda do USDA.

“Nada mudou, substancialmente, no mundo, desde a crise na Turquia às batalhas tarifárias. Mas, depois de fugirem para ativos mais seguros ontem, com uma forte aversão ao risco, o mercado parece ter uma memória curta e voltaram às compras agora. Isso ajudou a aliviar um pouco da pressão do USDA de sexta-feira”, disse Knorr.

O mercado, segundo o consultor Vlamir Brandalizze, se voltou para os fundamentos da demanda.

Na China, o ritmo de compras segue bastante aquecido, mesmo diante da guerra comercial que o país ainda trava com os Estados Unidos, e, no Brasil as vendas estão ainda maiores do que o projetado. “O Brasil está embarcando e exportando mais mesmo com os problemas do frete e o mercado enxerga isso como demanda forte”, disse.

Segundo os últimos números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil já embarcou pouco mais de 2.7 milhões de toneladas de soja em grão nas duas primeiras semanas de agosto, com os produtores buscando alternativas logísticas como caminhões particulares e trens para fazer chegar sua safra aos portos.

Bons volumes: nesta semana o Imea atualizou os dados de esmagamento mensal de soja em MT.

Em julho foram processadas 835.000 toneladas da oleaginosa, maior volume já registrado na série histórica no período. Porém, quando comparado ao mês de junho, o número mostra uma redução de 8,8%, devido, principalmente, a algumas paralisações pontuais para manutenção das fábricas.

Outro ponto a ser destacado é a queda no preço dos subprodutos, recuo de 1,6% em relação ao mês passado, reflexo da pressão do mercado internacional, deixando a margem bruta de esmagamento mensal em R$ 378,66 por tonelada.

Cabe salientar que, apesar da leve redução, o total acumulado de janeiro a julho é de 5.87 milhões de toneladas, o maior volume esmagado. Sendo assim, com 90,0% da safra 17/18 comercializada, as esmagadoras devem se atentar aos estoques e coberturas para não haver surpresas.

Preços no Brasil

Com o avanço de 11 centavos em Chicago, os ganhos foram quase gerais no mercado brasileiro nesta terça-feira, e as perdas foram bastante pontuais. Além dos preços melhores em Chicago, afinal, os prêmios pagos pelo produto brasileiro seguem muito altos e sendo, ao lado da demanda, um dos principais pilares para as cotações da soja no país.

Assim, no interior, as altas variaram entre 0,71% a 6,06%, em Tangará da Serra/MT, com a saca valendo R$ 70,50, e Luís Eduardo Magalhães/BA, onde o último preço foi R$ 70,00.

Nos portos, a pressão do dólar falou mais alto em Paranaguá. No terminal paranaense, a saca da soja no mercado disponível foi cotada a R$ 91,50 o dia, em baixa de 0,54%, enquanto no mercado futuro, a saca para embarque em fevereiro/19 foi cotada a R$ 83,00, em baixa de 1,19%.

Já em Rio Grande, as cotações subiram. A saca no mercado disponível registrou alta de 0,57%, sendo cotada a R$ 88,00, enquanto a para embarque setembro/18 foi cotada a R$ 88,50, em alta de 1,14%.

“A (recente) valorização do dólar; o maior interesse chinês pela oleaginosa brasileira e a redução no estoque nacional de passagem sustentaram os preços internos da soja nos últimos dias e elevaram a liquidez nos portos”, disseram os pesquisadores do Cepea.

Milho: Focado na safra dos EUA, mercado fecha em alta na Bolsa de Chicago em movimento de correção

Os contratos futuros do milho na Bolsa de Chicago fecharam em alta, com os principais vencimentos subindo de 5,75 a 6 centavos. O setembro/18 fechou cotado a US$ 3,62 ¼ e o dezembro/18 a US$ 3,76 ½ o bushel.

Os contratos futuros do trigo na Bolsa de Chicago fecharam em alta, com os principais vencimentos subindo de 7,25 a 8,25 centavos. O setembro/18 fechou cotado a US$ 5,41 ¾ e o dezembro/18 a US$ 5,61 ¼ o bushel.

O mercado de milho ainda é sustentado pelo relatório de acompanhamento de safras do USDA, que mostrou que 70% das lavouras estão em condições boas/excelentes para a safra americana, destacou a Reuters.

O percentual representa uma queda de 1% em relação ao reportado na semana passada, de 71%. 20% das lavouras estão em condições regulares e 10% estão em condições ruins ou muito ruins.

Apesar da redução, as previsões do tempo ainda indicam chuvas dentro do normal e temperaturas dentro e abaixo da média nos próximos dias.

Mercado doméstico

Segundo levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, em Sorriso (MT), a saca subiu 10% e foi cotada a R$ 22,00. Já em Brasília, a alta foi de 9,48% e a saca foi cotada a R$ 31,75.

Em Campo Grande (MS), a saca subiu 3,33%, cotada a R$ 31,00. Na região de Rio do Sul (SC), a saca subiu 2,86% e foi cotada a R$ 36,00. Em Ponta Grossa (PR), a saca foi cotada a R$ 37,00, em alta de 2,78%.

Em Tangará da Serra (MT), a alta foi de 2,17%, com a saca cotada a R$ 23,50. No estado de Goiás, as praças de Jataí e Rio Verde registraram alta de 1,72%, com a saca cotada a R$ 29,50. Em Palma Sola (SC), a alta foi de 1,41%, com a saca cotada a R$ 36,00.

Ainda no estado de Mato Grosso, em Primavera do Leste, Alto Garças e Itiquira, a alta foi de 0,75%, com a saca cotada a R$ 27,00. Em Luís Eduardo Magalhães (BA), o ganho foi de 1,61%, com a saca a R$ 31,50. No Porto de Paranaguá, a saca no mercado futuro, para entrega em setembro/18, ficou estável a R$ 40,50.

“A menor produção na temporada 2017/18, o vendedor mais comedido com relação à oferta, as questões relacionadas ao frete rodoviário (mercado travado) e a maior movimentação para exportação dão sustentação aos preços do milho no mercado interno, mesmo com a colheita da segunda safra em andamento”, indicou a Scot Consultoria nesta terça-feira.

Ainda segundo a consultoria, a perspectiva é de mercado firme nos próximos meses. E também há uma expectativa de elevação nas exportações, especialmente no segundo semestre, tradicionalmente marcado pelo aumento nos embarques.

“De qualquer forma, continua o monitoramento do câmbio e das questões relacionadas ao frete rodoviário, que podem interferir nos embarques nacionais”, reforçou a Scot Consultoria.

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