Soja fecha em alta na CBOT após divulgação do relatório do USDA

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em alta, com os principais vencimentos registrando ganhos de 5,50 a 6,50 centavos. O julho/18 fechou cotado a US$ 10,21 ¼ e o agosto/18 a US$ 10,24 ¾ o bushel.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em alta, com os principais vencimentos registrando ganhos de US$ 0,30 a US$ 1,60. O julho/18 fechou cotado a US$ 386,10 e o agosto/18 a US$ 383,90 a tonelada curta.

O USDA divulgou hoje os primeiros números da próxima safra de soja nos Estados Unidos, divergentes do que o mercado esperava.

Steve Cachia, diretor da Cerealpar, disse que apesar da quebra da safra argentina, o mercado aguardava um quadro de oferta mundial mais folgado. Contudo, foram os números divulgados que deixam o mercado mais confortável com relação a oferta, porém, preocupado com a próxima safra norte-americana.

A safra 2017/18 dos Estados Unidos foi encerrada em 119.5 milhões de toneladas. Por sua vez, a próxima safra foi estimada em 116.5 milhões de toneladas.

O USDA aponta um aumento da demanda para a próxima temporada. Contudo, nesta mesma semana, o Ministério da Agricultura da China divulgou uma estimativa que, pela primeira vez em uma década, a China iria reduzir as importações de soja. Os estoques norte-americanos foram reduzidos de 14.4 milhões de toneladas para 11.3 milhões de toneladas.

Com esses números, Cachia acredita que um mercado abaixo dos US$10/bushel teria “vida curta”, já que o preço da soja tende a ficar acima desse patamar. Os próximos passos da safra norte-americana, que tem bom encaminhamento até o momento, deverão ditar o ritmo das cotações.

No Brasil, “não basta olhar somente Chicago”. Mesmo com a alta de hoje, o dólar caiu e, assim, os preços em real se mantiveram inalterados. O mercado, com o ano eleitoral, tende a continuar volátil e o melhor momento para o produtor é a conjugação dos dois fatores em jogo na alta.

Colheita na Argentina

A colheita de soja na Argentina chegou a 66,7% da área plantada, como informou a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) em seu Panorama Agrícola Semanal (PAS). Contudo, as chuvas deixaram um volume significativo de água que estão causando atraso para os trabalhos.

Desta forma, mais de 5.7 milhões de hectares estão expostos ao impacto negativo da umidade prolongada e das temperaturas em alta.

A BCBA aponta que diante deste cenário, a projeção nacional para a safra em curso poderá ser ajustada nas próximas semanas, assim que a colheita ganhar fôlego novamente e for possível compreender melhor a gravidade da situação.

Até o momento, a Bolsa mantém a sua estimativa de 38 milhões de toneladas.

Milho: Após divulgação do relatório do USDA, fecha em leve queda

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em leve baixa, com os principais vencimentos registrando quedas de 0,75 centavos. O julho/18 fechou cotado a US$ 4,02 e o setembro/18 a US$ 4,10 ¼ o bushel.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em baixa, com os principais vencimentos registrando quedas de 4 a 4,75 centavos. O julho/18 fechou cotado a US$ 5,06 ½ e o setembro/18 a US$ 5,23 o bushel.

Segundo a Reuters, as cotações do cereal recuaram em “solidariedade ao trigo”.

Colheita na Argentina

As chuvas na Argentina estão atrasando os trabalhos da colheita de milho comercial, como destaca a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) em seu Panorama Agrícola Semanal (PAS). Até o momento, 33,3% dos 5.4 milhões de hectares plantados foram colhidos, com rendimento médio de 7.130 kg por hectare.

O impacto das chuvas se dá tanto no aumento do nível de umidade dos grãos quanto nas condições dos solos e do estado dos caminhos rurais. Os rendimentos estão abaixo das expectativas iniciais.

Até o momento, a BCBA mantém a sua estimativa para a safra de milho em 32 milhões de toneladas.

Por outro lado, as chuvas melhoraram o perfil hídrico para o plantio da safra de inverno e também para a nova safra de verão, ao mesmo tempo em que dificultam a entrada das máquinas nas lavouras.

“Safrinha” brasileira

A Agroconsult reduziu a sua estimativa da segunda safra de milho 2017/18 do Brasil para 60.2 milhões de toneladas de 63 milhões de toneladas consideradas em março, em meio à intensificação da estiagem em importantes regiões produtoras.

Segundo a consultoria, o volume da chamada “safrinha” tende a ser 12% menor frente o recorde obtido no ano passado. A segunda safra é a principal do país, respondendo por cerca de 70% de todo o milho produzido no Brasil.

A perspectiva de retração na colheita da segunda safra se acentuou nas últimas semanas diante da escassez de chuvas em áreas produtoras, em especial no Paraná, segundo maior produtor nacional, e em Mato Grosso do Sul.

“Se a estiagem permanecer, a safra poderá ser ainda menor”, alertou a consultoria, em nota.

Para as próximas duas semanas, contudo, há previsão de chuvas no Paraná, mas elas devem ser mais volumosas no norte do Estado, enquanto no sul e partes do oeste tendem a ficar abaixo da média histórica, segundo o Thomson Reuters Agriculture Weather Dashboard.

Mais cedo nesta quinta-feira, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu levemente sua projeção para a safrinha. Outras consultorias privadas, como a AgRural e FCSTone, já haviam anunciado reduções em suas previsões.

A queda na produção é, em parte, também atribuída à menor área plantada. A Agroconsult estima semeadura de 11.9 milhões de hectares neste ano, 1% a menos na comparação com 2016/17.

Para Mato Grosso, principal produtor do País, a expectativa preliminar é de que a safra de milho totalize 26.9 milhões de toneladas, queda de 9% em relação ao ciclo anterior. Por lá, a área plantada é estimada em 4.6 milhões de hectares (aumento de 2%).

Mercado brasileiro

Segundo levantamento do economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, em Castro (PR), a saca caiu 7,14% e foi cotada a R$ 39,00.

Já em Brasília e em Campo Grande (MS), a alta foi de 3,13%, com a saca cotada a R$ 33,00. Ainda em Mato Grosso do Sul, a saca caiu 3,13% e foi cotada a R$ 31,00 em São Gabriel do Oeste.

No Porto de Paranaguá, a saca no mercado futuro, para entrega em agosto/18, caiu 1,23% e foi cotada a R$ 40,00.

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