Soja fecha em alta impulsionada pelo movimento de correção

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em alta, após três sessões consecutivas de baixa. Os principais vencimentos registraram ganhos de 29,75 a 30 centavos, com o março/22 cotado a US$ 13,91¼ e o maio/22 a US$ 14,00¾ o bushel.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT em alta, após três sessões consecutivas de baixa. Os principais vencimentos registraram ganhos de US$ 7,20 a US$ 8,20, com o março cotado a US$ 398,30 e o maio a US$ 395,20 a tonelada curta.

O óleo de soja fechou em alta pela terceira sessão consecutiva, com o março registrando um ganho de 2,84%.

A soja acompanhou as altas do farelo e pelo óleo neste pregão, que superaram os 2% nos principais vencimentos.

O óleo acompanhou a alta do petróleo, que deu continuidade aos ganhos depois de ontem haver registrado as suas máximas em sete anos e o farelo corrigiu as quedas da sessão anterior, que foram de mais de 3%. As altas fortes no trigo também contribuíram, bem como a alta do óleo de palma na Malásia e na China.

Segundo analistas ouvidos pela Reuters Internacional, a demanda maior por commodities agrícolas tem sido um suporte importante para os preços. “A demanda global por produtos agrícolas tem se recuperado, o que dá suporte aos preços, embora alguma melhora do clima nos EUA limite os ganhos”, disse um analista internacional.

Todavia, segundo Eduardo Vanin, analista da Agrinvest Commodities, apesar dos estoques de farelo de soja terem registrado níveis críticos na China, os preços do derivado ainda não sobem na Bolsa de Dalian. “Parece que o consenso por lá é o de que a demanda interna por rações vai seguir muito fraca”. disse.

Já nos EUA e na América do Sul, as margens de esmagamento são boas e os prêmios brasileiros para o produto para fevereiro e março, ainda segundo Vanin, continuam subindo. “Há baixa cobertura interna de farelo por parte dos consumidores e redução do esmagamento na Argentina”, disse.

USDA: Relatório Semanal de Inspeção de Exportação  

Exportação de grãos na semana encerrada em 13 de janeiro de 2022 (em toneladas) 

 

Grão13/01/2022   06/01/2022   14/01/2021
Trigo     369.188     234.356     283.850
Milho  1.204.188  1.022.677     934.140
Soja  1.720.497     985.455  2.326.710

 

Exportações de grãos dos EUA acumuladas no ano comercial 

 

GrãoAtual ano comercial   Ano comercial anterior
Trigo12.802.03615.580.643
Milho15.288.45617.498.275
Soja33.447.98243.456.421

 

China 

As importações chinesas de soja totalizaram 8.87 milhões de toneladas em dezembro de 2021, aumento de 17,90% em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo dados divulgados, ontem (18), pelo Departamento de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês). No ano de 2021, o país asiático importou 96.52 milhões de toneladas da oleaginosa.

Dentre os derivados da soja, a China não importou óleo de soja em dezembro passado. De janeiro a dezembro do ano passado, as importações da commodity totalizaram 1.12 milhão de toneladas.

As compras chinesas de óleo de palma totalizaram 440.000 toneladas em dezembro de 2021, volume 28,90% menor do que o importado um ano antes. No acumulado de 2021, a importação da commodity foi de 4.65 milhões de toneladas.

Brasil – Safra 2021/22 

A produção de soja do Brasil deve atingir 136 milhões de toneladas no ano comercial 2021/2022 (fevereiro de 2022 a janeiro de 2023), contra as 137 milhões de toneladas no período anterior. As informações são do GAIN Report, do USDA. A área plantada foi estimada em 40.4 milhões de hectares.

As exportações deverão totalizar 88 milhões de toneladas na temporada 2021/22, contra 88.5 milhões de toneladas no ano comercial anterior. O consumo doméstico foi estimado em 49.1 milhões de toneladas para 2021/22, contra 49.2 milhões de toneladas na temporada anterior.

Prêmios Exportação

Os prêmios da soja estavam entre US$ 0,55 e US$ 0,65/bushel acima de Chicago no final da terça-feira no Porto de Paranaguá, para o embarque fevereiro. Para março, o prêmio estava entre US$ 0,52 e US$ 0,57/bushel acima. Para o embarque abril, o prêmio estava entre US$ 0,51 e US$ 0,56/bushel acima.

Os prêmios subiram nos portos brasileiros ontem. A perspectiva de aumento na demanda chinesa no médio prazo e a fraca evolução da comercialização no mercado físico brasileiro contribuíram para a sua firmeza.

Milho fecha novamente em alta impulsionado pelo trigo, petróleo e pela soja

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em alta pela terceira sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram ganhos de 11 centavos com o março cotado a US$ 6,10½ e o maio/22 a US$ 6,11 o bushel.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam novamente em forte alta de 3,58%. Os principais vencimentos registraram ganhos de 27,50 a 28,75 centavos. O março fechou cotado a US$ 7,96½ e o maio/22 a US$ 7,99 bushel.

China 

Segundo dados divulgados, ontem (18), pelo Departamento de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês), as importações chinesas de milho totalizaram 1.33 milhão de toneladas em dezembro, volume 39,90% inferior ao registrado em dezembro de 2020. No acumulado do ano passado, o país importou 28.35 milhões de toneladas do cereal.

De trigo, os chineses importaram 940.000 toneladas no mês passado, aumento de 6,90% na comparação anual. Nos 12 meses do ano passado, as importações do cereal pelo país asiático totalizaram 9.77 milhões de toneladas.

Safra Brasil 

O início da safra de verão de milho 2021/22 foi positivo com boas chuvas no mês de outubro e estimativas de superar as 30 milhões de toneladas de produção. Porém, novembro e dezembro registraram chuvas abaixo das médias, especialmente na Região Sul e os cortes de produção foram aparecendo.

Os dados da StoneX estimam uma produção de 30.4 milhões de toneladas para a primeira safra de milho em novembro, mas agora já foram reduzidos para 26.8 milhões de toneladas, uma redução de 3.6 milhões de toneladas, 11,80% a menos.

Diante deste cenário, a expectativa consultoria é para aperto na oferta e preços do cereal se mantendo elevados neste primeiro semestre até o início da colheita da safrinha na segunda metade do ano.

“A disponibilidade do 1º semestre vem dos estoques de passagem mais a produção da primeira safra. Como já viemos de uma quebra de safrinha em 2021, o balanço será apertado e os preços vão continuar altos”, indicou o analista da StoneX, João Pedro Lopes.

Já para a segunda safra brasileira, a estimativa é de recorde de produção com 89 milhões de toneladas, o que resultaria também em um recorde total para o País de 117.5 milhões de toneladas colhidas no ciclo todo.

O analista, no entanto, ressalta que o plantio das lavouras ainda está muito no começo e há espaço para muita acontecer pela frente. “É importante acompanhar o desenvolvimento ao longo do ano para saber a oferta, mas o cenário atual é de disponibilidade bem maior no segundo semestre e tendência de baixa nos preços”, disse.

Com a confirmação desta produção elevada, além de pressão baixista nos preços, outro indicador que deve ter alteração á a exportação do cereal, que ficou abaixo das 20 milhões de toneladas na temporada 2020/21 e pode atingir as 41 milhões de toneladas em 21/22 na estimativa da StoneX.

“O Brasil deve voltar ao protagonismo internacional como o segundo maior exportador de milho. As exportações foram prejudicadas pela oferta menor no último ciclo e agora deve retomar o crescimento”, indica Lopes.

Diante de tudo isso, os estoques finais também devem aumentar de 9.8 milhões para 11.9 milhões de toneladas, mas com uma relação estoque/uso caindo de 10,90% para 10,20%, o que indica que, apesar de maior produção e maiores estoques, o consumo também vai aumentar bastante neste ciclo.

Sendo assim, o analista da StoneX destaca que qualquer problema ao longo do desenvolvimento da segunda safra de 2022 pode apertar ainda mais o quadro de oferta/demanda e causar nova pressão de alta nos preços do mercado brasileiro.

MS 

A FAMASUL (Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul) divulgou o seu Boletim Semanal da Casa Rural indicando que o preço médio da saca de milho no Estado subiu durante a segunda semana do ano.

Entre os dias 10 e 17 de janeiro, a saca do cereal no Mato Grosso do Sul passou de R$ 82,88 para R$ 83,88 uma alta semanal de 1,21%.

“Os possíveis fatores que explicam essa ligeira alta dos preços do milho, é a retenção do produto por parte dos vendedores que esperam preços melhores e a expectativa de menor produção do milho safrinha”, informou a FAMASUL.

Na comparação anual, o Mato Grosso do Sul registrou uma alta de 15,51% entre o preço médio de janeiro/22 de R$ 83,26 a saca e o patamar contabilizado em janeiro/21 de R$ 72,08.

Até este momento, os produtores sul-mato-grossenses negociaram 81% de toda a produção da segunda safra de 2021, um percentual 7% acima do registrado no mesmo período do ano passado para a safrinha de 2020.

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