Soja fecha em alta em sessão volátil, em movimento de correção

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 4 centavos, com o novembro/23 cotado a US$ 13,06 (+ 0,31%) e o janeiro/24 a US$ 13,15¾ (+ 0,30%) o bushel. O novembro e o janeiro nas mínimas do dia (US$ 12,82¼ e US$ 12,92½), registraram, respectivamente, as menores cotações desde 30 de junho.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em alta, exceto o setembro que fechou em baixa (US$ 0,90), após duas sessões consecutivas de queda. Os principais vencimentos registraram ganhos de US$ 2,00 a US$ 2,40, com o setembro cotado a US$ 418,30 (- 0,21%) e o dezembro a US$ 394,00 (+ 0,61%), a tonelada curta.

O óleo de soja fechou novamente em baixa, com o dezembro estável. Na mínima do dia (57,86), o dezembro registrou a menor cotação desde 30 de junho.

A soja fechou em alta em movimento de correção, após a forte queda de ontem. Em sessão volátil, a soja abriu a sessão noturna em baixa, pressionada pelas informações que o USDA divulgou ontem indicando uma melhora de 2% no percentual das lavouras em boas ou excelentes condições de 52% para 54%, sinalizando os efeitos das chuvas que recentemente atingiram o Corn Belt.

E além da melhora das condições das lavouras e das chuvas que já caíram, as previsões que indicam condições ainda favoráveis para a safra 2023/24 dos EUA também pesaram sobre as cotações.

O mercado se recuperou das perdas iniciais, com um movimento de correção, que garantiu preços mais altos para a soja, que subiu mesmo diante de um cenário econômico desfavorável na China.

Ênio Fernandes, analista da Terra Agronegócios, disse que a comportamento do mercado nesta quinta-feira (8/8) foi um movimento natural, já que a queda de quase 3% na véspera foi considerada “exagerada”.

“O mercado ficou sobrevendido, principalmente após o registro de chuvas nas principais áreas produtoras de soja dos Estados Unidos no último fim de semana. As previsões de clima seguem otimistas, mas o que vai ditar o novo rumo dos preços é o próximo relatório de oferta e demanda do USDA que será divulgado na sexta-feira”, disse Fernandes.

Para o analista da Terra Agronegócios, o USDA deve reduzir as suas estimativas da produtividade da soja americana, trazendo um fator de alta para as cotações.

Sobre os dados econômicos da China, onde as exportações caíram 14% em julho, Fernandes disse que o momento de oferta maior diminui as preocupações com o desempenho do país asiático.

“A grande transferência nos preços de commodity vem pela oferta, e como as perspectivas para safra de soja, especialmente do Brasil, são boas, as cotações têm menos espaço para subir”, disse Fernandes.

Importações China

A China importou 9.73 milhões de toneladas de soja em julho deste ano, segundo dados preliminares divulgados nesta terça-feira pela Administração Geral de Alfândegas da China (GACC). O volume representa uma queda de 5,30% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em termos de valores, as importações de soja no mês passado totalizaram US$ 5.46 bilhões. No acumulado dos sete primeiros meses do ano, as importações de soja totalizaram 62.30 milhões de toneladas, aumento de 15% em relação ao mesmo período de 2022.

O aumento foi impulsionado pela maior demanda por farelo de soja, um ingrediente de ração animal rico em proteínas feito de soja, e por óleo de cozinha, disseram analistas.

Os criadores de suínos chineses atrasaram o abate de porcos devido aos baixos preços da carne suína, o que por sua vez aumentou a demanda pela ração animal, disse Wang Mingwei, analista da Dayue Futures em Hangzhou.

A chegada de embarques, após atrasos devido a uma colheita mais tardia da soja no Brasil e a maior fiscalização alfandegária na China, contribuiu para o aumento das importações de julho.

As margens de esmagamento na China têm sido positivas desde meados de junho, com os esmagadores no principal centro de processamento de Rizhao obtendo 277,67 yuans (US$ 38,51) para cada tonelada de soja processada.

Os estoques de suínos da China aumentaram 1,10% em relação ao ano anterior, para 435.17 milhões de cabeças no 1º semestre do ano, mostraram dados do Ministério da Agricultura da China, embora os suinocultores estejam perdendo dinheiro devido ao excesso de oferta e à fraca demanda.

Os preços spot do suíno subiram desde o final de julho, com fortes chuvas no Norte da China dificultando o transporte dos animais.

Os preços do farelo de soja na China subiram 23% desde o final de maio, se situando em 4.500 yuans a tonelada.

Segundo a GACC, a China importou 778.000 toneladas de óleos vegetais comestíveis em julho, 2,23% acima do registrado em julho do ano anterior. Em termos de valores, as compras somaram US$ 763.3 milhões. De janeiro a julho, foram importadas 5.274 milhões de toneladas, 119% a mais do que um ano antes.

Soja: Exportações Brasil

As exportações brasileiras de soja devem totalizar 7.9 milhões de toneladas neste mês, estima a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC), que revisa suas estimativas semanalmente. Caso a previsão se confirme, os embarques terão aumentado 56,40% em relação ao volume exportado em agosto de 2022.

A associação estima também a exportação de 2.2 milhões de toneladas de farelo de soja, 29,40% a menos do que o embarcado no mesmo período de 2022.

Milho fechou em alta com movimento de correção

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 3 a 3,50 centavos, com o setembro cotado a US$ 4,85¾ (+ 0,73%) e o dezembro a US$ 4,98¾ (+ 0,61%) o bushel.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em alta pela terceira sessão consecutiva, exceto o setembro que fechou em baixa (1,25 centavos). Os principais vencimentos registraram ganhos de 0,50 centavos, com o setembro cotado a US$ 6,56¼ (- 0,19%) e o dezembro/23 a US$ 6,81½ (+ 0,07%) o bushel.

O movimento de correção também ocorreu no milho. Nos últimos dias, os desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia não refletiram em preços mais altos para o milho, como aconteceu em outras oportunidades. Sobre esse fato, Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios, disse que os preços responderam às previsões de chuvas acima da média com temperaturas amenas para os próximos 12 dias em áreas produtoras dos EUA.

Em relação às expectativas para a produção americana em 2023/24, o analista espera que o país colha uma safra “boa”, de 370 milhões de toneladas, mas que deve enfrentar a concorrência do Brasil no mercado internacional, limitando, assim, as altas em Chicago.

“Com uma produção desse tamanho, os EUA terão que exportar 50 milhões de toneladas, mas as vendas estão atrasadas, pois o Brasil está capturando muita demanda do exterior”, indicou o analista.

Exportações Brasil

A ANEC estima que as exportações de milho em agosto sejam de 8.8 milhões de toneladas, um aumento de 27,50% em relação a agosto do ano passado.

Os embarques de trigo estão estimados em 25.000 toneladas. Em agosto do ano passado, o país não exportou esse cereal.

Por Equipe SNA
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