Soja fecha em alta em sessão volátil com o mercado focado nas condições climáticas da América do Sul

Imagem de Mariana Lazaro mari_lazaro por Pixabay

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 3 a 3,75 centavos, com o janeiro/24 cotado a US$ 13,65¾ (+ 0,28%) e o março/24 cotado a US$ 13,77 (+ 0,22%) o bushel.  O janeiro na máxima do dia (US$ 13,84½) registrou a maior cotação desde 12 de setembro. Nas últimas cinco sessões o janeiro acumula uma alta de 3,94% e o março de 3,71%.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam novamente em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de US$ 0,20 a US$ 2,40, com o dezembro cotado a US$ 449,80 (+ 0,54%) e o janeiro/24 a US$ 439,00 (+ 0,05%) a tonelada curta. O dezembro na máxima do dia (US$ 464,20) registrou nova máxima contratual. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma alta de 4,74% e o janeiro/24 uma alta de 4,94%.

O óleo de soja fechou em alta, com o dezembro registrando um ganho de 0,93%. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma alta de 0,04%.

Depois de um movimento de correção no último pregão, a soja voltou a subir nesta quarta-feira, em Chicago.

“A soja subiu recentemente acompanhando a elevação dos preços do farelo, já que há uma preocupação com a queda dos estoques globais”, disse Enilson Nogueira, analista da Céleres. Foram sete altas nos últimos seis pregões em Chicago.

Ainda segundo ele, o mercado está adicionando um prêmio climático às cotações, diante das dificuldades com o avanço do plantio no Brasil. “Nesse momento, há muita incerteza sobre o padrão de chuvas para o andamento do plantio”, disse.

Mesmo com dúvidas em relação ao clima, o analista lembra que as estimativas para a safra de soja na América do Sul ainda são favoráveis.

“A falta de chuva é um ponto de suporte em Chicago, mas se Brasil produzir um volume dentro da normalidade, e ao analisar os números de safra da Argentina, Paraguai e Uruguai, que deverão ser melhores que no ano passado, podemos ter um 1º trimestre de 2024 com estabilidade para os preços da soja”, estima Nogueira.

As estimativas da Céleres são de uma safra de soja de 232.4 milhões de toneladas na América do Sul em 2023/24, bem acima das 194.8 milhões de toneladas colhidas na temporada passada.

Por fim, o grão subiu também devido aos dados de demanda nos EUA.

Hoje, como fator de suporte para a soja, o USDA informou a venda de soja para a China e para Destinos desconhecidos.

Entretanto, no curto prazo, o mercado segue em estado de alerta sobre o tamanho da nova safra do Brasil em face a tantas adversidades climáticas. Muitos analistas informam que será necessário o replantio em várias lavouras do Centro-Sul.

Os mapas climáticos preveem a ocorrência de chuvas em áreas do Centro-Oeste até o próximo dia 20. Caso elas se concretizem, podemos ver uma queda mais intensa da soja em Chicago. Do contrário, não há espaço para altas agressivas, já que boa parte da quebra de safra no Brasil já está precificada.

USDA – Vendas

Exportadores reportaram ao USDA a venda de 909.500 toneladas de soja do ano comercial 2023/24, sendo 433.000 toneladas para a China e 476.500 toneladas para Destinos desconhecidos.

Soja – Argentina

Em seu relatório mensal de grãos, a Bolsa de Cereais de Rosário (BCR) manteve a sua estimativa para a safra de soja da Argentina em 50 milhões de toneladas.

Segundo a BCR, as chuvas das últimas semanas foram favoráveis​​à soja da Argentina, permitindo aos agricultores iniciar as tarefas de plantio da oleaginosa.

Safra 2023/24 – Brasil

A AgResource Brasil revisou para baixo as suas estimativas de produção para a soja e o milho Brasil da safra 2023/24. Segundo a empresa, a colheita de soja do País deve ser de 156.08 milhões de toneladas. O volume fica abaixo das 159 milhões de toneladas previstas um mês antes, e também é menor que as estimativas das principais consultorias, que preveem, pelo menos, 160 milhões de toneladas.

“A revisão [na estimativa] foi motivada pela continuidade das temperaturas elevadas e chuvas abaixo do esperado até agora no centro-norte brasileiro. Com a proximidade dos estágios hídricos críticos da soja, além das notícias de replantio, doenças, atrasos e de até diminuição de área nos mais variados Estados, faz se necessário um rearranjo dos dados”, informou a AgResource, em nota.

Outros fatores que corroboraram para os reajustes foram os relatos de atrasos do plantio nas regiões Sul e Sudeste e pelo excesso de chuvas que segue atrapalhando o plantio e manejo das lavouras em algumas localidades.

“Por hora, mesmo sendo um número relativamente menor, ainda é uma grande safra, mas o otimismo dá lugar à preocupação e a tendência é uma safra com mais desafios do que inicialmente era imaginada”, indicou a Consultoria.

Exportações – Brasil – 1

A China importou 66.608 milhões de toneladas de soja do Brasil até outubro de 2023. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, o volume é 32% superior às 50.287 milhões de toneladas em 2022.

O país asiático é o maior comprador da oleaginosa brasileira, respondendo por 71,79% do volume até aqui.

Em segundo lugar, ficou a Espanha, com 2.728 milhões de toneladas, 14% abaixo do mesmo período do ano passado. A Tailândia aparece em terceiro lugar, com 2.315 milhões de toneladas, queda de 5% ano a ano.

As exportações brasileiras de soja até outubro de 2023 totalizaram 92.779 milhões de toneladas.

No mesmo período do ano passado foram exportadas 74.269 milhões de toneladas.

Exportações – Brasil – 2

Segundo estimativas da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC), as vendas exportações de soja também seguirão aquecidas neste mês. Segundo a entidade, os embarques deverão totalizar 5.1 milhões de toneladas, aumento de 168,40% em comparação com as exportações de novembro do ano anterior.

O volume chama a atenção, pois geralmente o Brasil costuma reduzir a quantidade de soja exportada no 2º semestre do ano, já que a prioridade dos agricultores é negociar o milho segunda safra.

Também está estimado um aumento dos embarques de farelo de soja, que devem crescer 69,20% neste mês, com exportações de 2.2 milhões de toneladas.

A ANEC divulgou ainda o balanço das exportações de grãos em outubro. Os embarques da soja aumentaram 68,50% na comparação com o mesmo mês do ano passado, para 5.9 milhões de toneladas, enquanto os embarques de farelo caíram 5%, para 1.6 milhão de toneladas.

Milho fechou em alta com o mercado focado na demanda

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 6,50 a 7,50 centavos, com o dezembro cotado a US$ 4,76 (+ 1,60%) e o março/24 a US$ 4,90 (- 1,34%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o março acumula uma queda de 0,05%.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 20,50 a 22 centavos, com o dezembro cotado a US$ 5,92¼ (+ 3,86%) e o março/24 a US$ 6,16½ (+ 3,44%) o bushel. O dezembro na máxima do dia (US$ 5,98¾) registro a maior cotação desde 20 de outubro. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma alta de 5,03% e o março de 4,24%.

“A estimativa das exportações no ano comercial de 56 milhões de toneladas de milho do Brasil foi colocada em xeque hoje com os dados das importações da China, pois grande parte desse volume seria enviado para o país asiático. As exportações para lá em dezembro e janeiro podem ficar abaixo do esperado”, disse Ronaldo Fernandes, analista da Royal Rural.

Ainda segundo ele, o atraso no plantio da safra da soja no Brasil acende um alerta para o plantio do milho segunda safra no país.

“O Brasil já plantou 60% da área de soja, abaixo dos 51% de um ano antes. Com certeza esse atraso vai bater na janela de plantio do milho safrinha, e o grande problema é saber se haverá condições de chuva ideal para o desenvolvimento das plantas”, disse Fernandes.

USDA – Vendas

Exportadores reportaram ao USDA a venda de 270.000 toneladas de milho do ano comercial 2023/24, para o México.

Etanol EUA

A utilização do milho para produção de etanol nos Estados Unidos totalizou em setembro 10.92 milhões de toneladas (430 milhões de bushels), informou o USDA. O volume representa uma queda de 3% em relação ao mês anterior e um aumento de 12% em relação a setembro de 2022.

O consumo total de milho no país para álcoois e outros fins foi de 12.14 milhões de toneladas (478 milhões de bushels) em setembro, uma queda de 2% em relação a agosto e um aumento de 10% em relação a setembro de 2022. Do total, 92% foram destinados para a produção de álcoois e 8%, para outros fins.

Trigo e Milho – Argentina

A estimativa de produção de trigo da Argentina para 2023/24 foi reduzida de 14.3 milhões para 13.5 milhões de toneladas, devido ao impacto das condições climáticas adversas durante a temporada, informou a Bolsa de Cereais de Rosário (BCR) nesta quarta-feira.

A Argentina é um importante exportador mundial de trigo, sendo importante fornecedor para o Brasil. Nas últimas semanas, suas principais regiões agropecuárias receberam precipitações importantes e necessárias, depois de meses de seca.

No entanto, segundo o relatório mensal da Bolsa de Rosário (BCR), as chuvas chegaram tarde demais para muitas zonas produtoras para compensar “a seca que vigorou em grande parte das áreas da Argentina até 20 de outubro, e o efeito das geadas tardias”.

Desta forma, a produção do trigo argentino seria apenas um pouco maior do que a da safra 2022/23 de 11.5 milhões de toneladas, segundo a BCR, lembrando da temporada que foi afetada pela pior seca já registrada no país.

A última safra de trigo que não foi atingida pela falta de chuvas na Argentina foi a de 2021/22, que gerou uma colheita de 23 milhões de toneladas.

Em seu relatório mensal a BCR manteve a sua estimativa para a safra de milho da Argentina em 56 milhões de toneladas.

Por outro lado, as chuvas das últimas semanas foram favoráveis​​ ao milho da Argentina, melhorando as condições das lavouras.

Safra 2023/24 – Brasil

A AgResource Brasil revisou para baixo as suas estimativas de produção do milho Brasil da safra 2023/24. Diante do cenário climático desafiador, a empresa também ajustou para baixo as projeções para a safra de milho brasileira, passando de 129.7 milhões, para 123.50 milhões de toneladas.

“Estes números não são para assustar os produtores, mas sim, tentar trazer a realidade do que segue acontecendo no Brasil e a influência do El Niño que parece que não irá dar a tão sonhada trégua”, informou a empresa.

Exportações – Brasil

O Brasil deve seguir exportando um grande volume de milho neste mês de novembro. Segundo estimativas da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC), divulgadas nesta quarta-feira (8/11), o Brasil deve exportar 8.3 milhões de toneladas. Se confirmada, a estimativa indica um aumento de 53,70% em relação ao volume embarcado em novembro de 2022.

Por outro lado, as exportações de trigo do Brasil totalizar 73.800 toneladas no mês, volume inferior às 116.800 toneladas exportadas em novembro do ano passado.

A ANEC divulgou ainda o volume das exportações de grãos em outubro, com destaque para o milho. Os embarques do cereal aumentaram 36% na comparação com o mesmo mês do ano passado, para 8.3 milhões de toneladas.

Por fim, os embarques de trigo totalizaram 63.900 toneladas no mês passado. Em outubro de 2022, não houve exportações do grão segundo a ANEC.

Por Equipe SNA
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