Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em alta pela terceira sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram ganhos 5 a 5,50 centavos, com o novembro cotado a US$ 13,02¾ (+ 0,39%) e o janeiro/24 a US$ 13,21 (+ 0,42%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o novembro registra uma queda de 0,97% e o janeiro de 0,81%.
Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam novamente em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de US$ 2,00 a US$ 2,90, com o dezembro cotado a US$ 392,70 (+ 0,74%) e o janeiro/24 a US$ 388,90 (+ 0,67%), a tonelada curta. Nas últimas cinco sessões o dezembro registra uma alta de 0,90% e o janeiro de 0,78%.
O óleo de soja fechou em alta, com o dezembro registrando um ganho de 0,40%. O dezembro na mínima do dia (56,52), registrou a menor cotação desde 30 de junho. Nas últimas cinco sessões o dezembro registra uma queda de 4,28%.
Nesta segunda-feira, o USDA divulgou o seu relatório de acompanhamento de safras informando que as colheitas de soja e milho avançaram mais lentamente na semana passada do que os analistas esperavam.
O mercado também está aguardando a divulgação pelo USDA na sexta-feira (29) dos dados trimestrais de estoques.
Além disso, o mercado também segue focado no avanço do plantio no Brasil.
Colheita EUA
O USDA informou que a colheita da safra de soja, atingiu 12% até o último domingo (24), em comparação com 7% há um ano e 11% na média de cinco anos. O USDA informou também que 50% das lavouras estavam em boas ou excelentes condições, queda de 2% em relação a semana anterior. Na mesma data do ano passado, esse percentual era de 55%. Segundo o relatório, 73% das lavouras tinha queda de folhas, contra 60% há um ano e 62% na média de cinco anos.
Exportações – Brasil
A ANEC reduziu levemente a estimativa das exportações de soja em setembro para 6.23 milhões de toneladas, versus 6.88 milhões de toneladas na estimativa da semana anterior.
Mesmo assim, os embarques representariam um aumento na comparação anual, quando o Brasil exportou 3.58 milhões de toneladas em setembro de 2022.
A estimativa das exportações de farelo de soja do Brasil também foi reduzida para 2.186 milhões de toneladas, versus 2.2 milhões de toneladas na semana anterior, contra 1.75 milhão de toneladas exportadas em setembro de 2022.
Com a redução das estimativas, a ANEC agora projeta que o total embarcado de todos os grãos (incluindo farelo) pelo Brasil em setembro totalizará cerca de 18 milhões de toneladas, abaixo do volume exportado em agosto (18.85 milhões de toneladas), sinalizando um ligeiro alívio para as estruturas portuárias, que estão com atividades intensas devido ao escoamento de safras recordes.
Em relação a setembro do ano passado, contudo, os embarques mensais deverão aumentar quase 6 milhões de toneladas, segundo dados da ANEC.
No ano, o Brasil deverá fechar setembro com 141.4 milhões de toneladas exportadas, volume próximo das 146.1 milhões de toneladas de exportações de grãos e farelo de soja de todo o ano de 2022.
Paraná
O plantio de soja do Paraná atingiu 16% da área estimada para a safra 2023/24 até segunda-feira, avanço de 10% em relação à semana anterior, o que colocou o trabalho na lavoura no ritmo mais acelerado em 5 anos, segundo dados do Departamento de Economia Rural (DERAL) divulgados nesta terça-feira.
O ritmo de plantio de soja do Paraná, tradicionalmente o segundo produtor do Brasil após o Mato Grosso, só fica atrás dos 18% registrados em 2018 neste mesmo período, considerando levantamentos dos últimos anos, segundo o DERAL.
Milho fechou em baixa com o avanço da colheita nos EUA e as melhores condições da safra americana
Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em baixa, após duas sessões consecutivas de alta. Os principais vencimentos registraram quedas de 1,25 a 1,50 centavos, com o dezembro cotado a US$ 4,79¾ (- 0,31%) e o março/24 a US$ 4,94½ (- 0,25%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o dezembro registra uma alta de 0,73% e o março de 0,82%.
Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em alta pela terceira sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram ganhos de 0,75 centavos, com o dezembro cotado a US$ 5,89 (Estável) e o março/24 a US$ 6,16¼ (+ 0,12%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o dezembro registra uma alta de 0,86% e o março de 0,98%.
Ale Delara, Diretor da Pine Agronegócios, ressalta que diferente da soja, o milho americano tem um cenário de oferta crescente.
“Os estoques finais de milho nos EUA devem registrar um aumento de 40% no ciclo 2022/23. Isso deve pressionar as cotações no curto prazo”, estima Delara.
Ainda segundo ele, o Brasil pode continuar ‘roubando’ demanda dos EUA, fazendo com que os preços caíam ainda mais.
“Ainda há espaço para novas queda do milho. Com a colheita nos EUA chegando a 50% da área, e o bom ritmo das exportações do Brasil, o preço em Chicago pode cair para US$ 4,20 por bushel”, disse o analista.
Colheita EUA
O USDA informou que a colheita da safra de milho atingiu 15% até o último domingo (24), contra 11% na mesma data do ano passado e 13% na média dos cinco anos anteriores. O relatório semanal de acompanhamento de safra informou também que 53% das lavouras estavam em boas ou excelentes condições, aumento de 2% em relação à semana anterior. Na mesma data do ano passado, esse percentual era de 52%. O USDA informou também que 95% das lavouras estavam na fase de formação de dentes, contra 91% há um ano e 93% na média. Além disso, o USDA informou que 70% das lavouras estavam maduras, contra 55% um ano antes e 60% na média de cinco anos.
O relatório informou que 96% da safra de trigo de primavera já havia sido colhida, em linha com a mesma data do ano passado e a média de cinco anos.
Com relação ao trigo de inverno, o plantio atingiu 26% da área, em comparação com 30% um ano antes e 29% na média de cinco anos. Além disso, 7% das lavouras já emergiram, contra 8% há um ano e 6% na média.
Exportações – Brasil
As exportações de milho do Brasil em setembro foram estimadas nesta terça-feira em 9.59 milhões de toneladas, versus 10 milhões de toneladas na estimativa da semana anterior, segundo dados da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC).
Ainda assim, o total previsto, caso confirmado, representará um novo recorde de exportação mensal do Brasil, superando a marca histórica de agosto de 9.26 milhões de toneladas, e também o total exportado em setembro do ano passado (6.84 milhões de toneladas).