Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 40,50 a 42 centavos, com o agosto/23 cotado a US$ 14,84¾ (+ 2,80%) e o novembro/23 a US$ 13,69¾ (+ 3,16%) o bushel.
Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de US$ 9,50 a US$ 11,40, com o agosto cotado a US$ 422,30 (+ 2,77%) e o dezembro a US$ 399,90 (+ 2,43%), a tonelada curta.
O óleo de soja fechou em alta, após duas sessões consecutivas de baixa, com o dezembro registrando um ganho de 3,22%.
A soja fechou em alta, se recuperando da queda de ontem. O dia foi de alta para os derivados, com o movimento sendo liderado pelo óleo de soja, que fechou em alta de mais de 3%, impulsionado pela alta do petróleo, dando suporte importante aos preços dos grãos. O farelo também deu a sua contribuição, fechando em alta de mais de 2%.
Segundo analistas e consultores, o mercado não deu muito espaço para os números do USDA atualizados ontem, que reduziu em 4,60% a sua estimativa para a safra americana de soja 2023/24, para 117 milhões de toneladas. Apesar da forte queda na comparação com o relatório do mês passado, o número ficou acima das expectativas de analistas, que estimavam um volume de 115.6 milhões de toneladas.
As lavouras americanas, porém, estão bastante fragilizadas pelas condições climáticas dos últimos meses e, segundo Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze, “o USDA não olhou para as lavouras”.
O Drought Monitor desta semana mostrou que as chuvas recentes causaram pouco impacto na redução da seca no Centro-Oeste, com 64% da região classificada como seca, na verdade um aumento de 0,40% semana a semana.
Para Iowa, o maior estado produtor de milho, o percentual se manteve em 87%, com a do segundo colocado Illinois em 83,20%, uma queda de modestos 1,70% semana a semana.
Os novos mapas do NOAA, o serviço oficial de clima dos EUA, mostram que nos próximos 6 a 10 dias, as temperaturas em áreas do Corn Belt podem ficar acima da média, enquanto as chuvas são esperadas dentro da normalidade, o que faz com que o mercado foque as atenções nas lavouras de soja que estão entrando em uma fase crítica de desenvolvimento.
Além das notícias dos EUA, as vindas da China também ajudam no movimento de alta desta quinta-feira em Chicago. As importações chinesas de soja em junho deste ano foram 25% maiores do que as do mesmo mês de 2022 e também deram fôlego às cotações na CBOT. A nação asiática importou 10.27 milhões de toneladas em junho.
USDA – Relatório Semanal de Vendas
Soja
Exportadores dos Estados Unidos venderam 80.600 toneladas de soja da safra 2022/23, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 6 de julho. O volume representa uma queda de 57% em relação ao aa semana anterior e de 76% em relação à média das quatro semanas anteriores.
Na semana, os principais compradores foram Países Baixos (66.900 toneladas), Espanha (61.800 toneladas), México (33.300 toneladas), Vietnã (19.600 toneladas) e Japão (17.000 toneladas), que compensaram os cancelamentos feitos por destinos desconhecidos (125.800 toneladas), pela República Dominicana (6.000 toneladas) e Colômbia (3.300 toneladas).
Da safra 2023/24 foram vendidas 209.200 toneladas para destinos desconhecidos (115.000 toneladas), Japão (50.000 toneladas), México (42.900 toneladas), Indonésia (500 toneladas) e Taiwan (500 toneladas).
O volume das vendas ficou próximo do piso das estimativas de analistas, que variavam entre 200.000 e 800.000 toneladas.
Os embarques semanais do período totalizaram 338.600 toneladas, um aumento de 27% em relação aos da semana anterior e de 37% em relação à média das quatro semanas anteriores. Os principais destinos foram Espanha (116.800 toneladas), Países Baixos (66.900 toneladas), Japão (34.200 toneladas), México (33.700 toneladas) e Taiwan (22.900 toneladas).
USDA – Vendas
Exportadores reportaram ao USDA a venda de 315.704 toneladas de soja da safra 2023/24 para o México.
China
A China importou 10.27 milhões de toneladas métricas de soja em junho, um aumento de 24,50% em relação com o ano anterior, na medida em que grandes compras de grãos baratos do Brasil chegaram ao país, mostraram dados da Administração Geral de Alfândegas divulgados nesta quinta-feira.
As importações do maior comprador de soja do mundo foram significativamente menores do que o recorde de 12.02 milhões de toneladas registrado em maio, quando cargas atrasadas do mês anterior elevaram os números. Porém, as importações ainda ficaram relativamente altas, e em linha com as expectativas.
As grandes chegadas recentes também impulsionaram os embarques nos primeiros seis meses do ano para 52.58 milhões de toneladas0, um aumento de 13,6% em relação ao ano anterior, mostraram dados da Administração Geral de Alfândegas.
O aumento ocorre depois que os compradores do maior consumidor mundial de soja compraram suprimentos baratos do Brasil, que produziu uma safra recorde este ano.
Compradores antecipavam uma demanda crescente por parte dos agricultores este ano, depois da abertura da China após o abandono das rígidas medidas anti-Covid. No entanto, os criadores de suínos vêm perdendo dinheiro desde o início do ano.
Outras 10 milhões a 11 milhões de toneladas métricas de soja devem chegar este mês à China, disseram traders, mas a demanda pode desacelerar na segunda metade do ano se os rebanhos de suínos começarem a encolher e menos farelo de soja for necessário, disse Darin Friedrichs, co-fundador da Sitonia Consulting, com sede em Xangai.
A soja é transformada em farinha rica em proteínas para alimentar os rebanhos de gado na China e produzir óleo de cozinha.
“Os criadores de suínos estão basicamente perdendo dinheiro há mais de seis meses. É difícil ver como isso continua indefinidamente”, disse Friedrichs.
Exportações Argentina
O embarque de grãos argentinos e seus derivados totalizou 5.17 milhões de toneladas em junho, o menor volume mensal dos últimos 13 anos. As informações são de relatório da Câmara da Indústria Oleaginosa do país (CIARA) e do Centro de Exportadores de Cereais (CEC), que indica ainda que a receita com a exportação de grãos e derivados no 1º semestre de 2023 foi de U$ 11.032 bilhões, o pior resultado em 20 anos. No mesmo período do ano passado, a receita foi de U$ 19.145 bilhões.
Os produtores argentinos exportaram no 1º semestre 11.448 milhões de toneladas de soja, quase metade da média dos últimos três anos para o período, de pouco mais de 21 milhões de toneladas. As entidades apontam a produção escassa e prejudicada pela seca como o principal fator para os baixos volumes.
Em relação ao milho, 6.24 milhões de toneladas da safra 2022/23 foram exportadas por produtores até junho desde o início da colheita, em março. O ritmo dos embarques atingiu o pico em maio, com 2.139 milhões de toneladas. Em junho, o volume caiu para 1.342 milhão de toneladas.
Exportações Ucrânia
Segundo dados operacionais, a Ucrânia exportou quase 3 milhões de toneladas de soja no acumulado da temporada 2022/23 (setembro-junho), o que se tornou um volume sazonal recorde de embarques em toda a história, superando o volume máximo anterior, na temporada 2016/17 inteira de 2.9 milhões de toneladas.
A União Europeia continua sendo o principal importador da oleaginosa ucraniana na atual temporada, com participação de 47%, contra 40% em 2021/22.
A Turquia segue em segundo lugar no ranking, com participação de 32%, contra 36% no último ano comercial.
Milho fechou em alta em movimento de correção
Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 16,75 a 17,25 centavos, com o setembro cotado a US$ 4,93½ (+ 3,62%) e o dezembro/23 a US$ 5,00½ (+ 3,46%) o bushel. O dezembro registrou nova mínima contratual a US$ 4,81.
Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 7 a 7,25 centavos, com o setembro cotado a US$ 6,39¾ (+ 1,11%) e o dezembro/23 a US$ 6,59½ (+ 1,11%) o bushel. O setembro na mínima do dia (US$ 6,22), registrou a menor cotação desde 2 de junho e o dezembro na mínima do dia (US$ 6,41½), registrou a menor cotação desde 2 de junho.
Segundo o USDA, os EUA devem colher 389.1 milhões de toneladas de milho. O volume é apenas 0,36% maior que o estimado no mês passado, mesmo após o USDA fazer uma revisão significativa na estimativa da área plantada em junho. A estimativa da safra americana ficou acima das expectativas de analistas, que esperavam 384.8 milhões de toneladas.
Outro fator que contribuiu para a queda em Chicago na quarta-feira foi a estimativa de safra para a Ucrânia em 2023/24, que surpreendeu com ajuste positivo de 2%, para 25 milhões de toneladas. Os ucranianos também devem exportar 2,60% mais do que o USDA estimou em junho, 19.5 milhões de toneladas.
Os números são considerados surpreendentes, pois a Ucrânia, que está em guerra com os russos desde fevereiro do ano passado, teve terras destruídas pelo conflito e viu seu volume de exportações cair desde o início da guerra.
USDA – Relatório Semanal de Vendas
Milho
Exportadores dos Estados Unidos relataram vendas de 468.400 toneladas de milho da safra 2022/23, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 6 de julho. O volume representa um aumento de 86% em relação ao da semana anterior e um aumento expressivo em relação à média das quatro semanas anteriores.
Na semana, os principais compradores foram México (273.300 toneladas), Canadá (111.800 toneladas), Japão (52.300 toneladas), Honduras (52.000 toneladas) e Colômbia (33.800 toneladas), que compensaram os cancelamentos feitos por destinos desconhecidos (32.900 toneladas), Antilhas Francesas (6.700 toneladas), República Dominicana (3.600 toneladas), Costa Rica (500 toneladas) e Ilhas de Sotavento (200 toneladas).
Da safra 2023/24 foram vendidas 470.800 toneladas para o México (267.100 toneladas), Canadá (131.700 toneladas), Japão (50.000 toneladas), destinos desconhecidos (41.100 toneladas) e Taiwan (1.900 toneladas), que compensaram o cancelamento feito por Honduras (22.600 toneladas).
O volume das duas safras, ficou acima das estimativas dos analistas, que variavam entre 250.000 e 700.000 toneladas.
Os embarques semanais do período totalizaram 492.700 toneladas, queda de 30% em relação aos da semana anterior e de 38% em relação à média das quatro semanas anteriores. Os principais destinos foram México (271.800 toneladas), Japão (93.300 toneladas), Costa Rica (33.000 toneladas), Canadá (22.500 toneladas) e Colômbia (21.800 toneladas).
Trigo
Exportadores dos Estados Unidos reportaram vendas de 395.700 toneladas de trigo da safra 2023/24, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 6 de julho.
Os principais compradores foram México (146.600 toneladas), Indonésia (63.000 toneladas), Japão (58.700 toneladas), Taiwan (57.500 toneladas) e Tailândia (55.000 toneladas), que compensaram cancelamentos feitos por destinos desconhecidos (123.000 toneladas), Filipinas (33.200 toneladas), Guatemala (3.100 toneladas), El Salvador (2.700 toneladas) e Belize (2.000 toneladas).
O volume das vendas ficou dentro das estimativas dos analistas, que variavam entre 250.000 e 550.000 toneladas.
Os embarques semanais totalizaram 384.900 toneladas. Os principais destinos foram Filipinas (93.800 toneladas), Equador (67.400 toneladas), Chile (35.200 toneladas), Indonésia (35.000 toneladas) e República Dominicana (34.000 toneladas).
União Europeia
A Strategie Grains reduziu ainda mais as suas estimativas mensais para as colheitas de trigo, cevada e milho da União Europeia deste ano, já que o clima severo em diferentes áreas do bloco continuou a afetar as safras de cereais, informou a consultoria na quinta-feira.
A empresa de análises agora estima uma produção de trigo “soft” da UE de 126.2 milhões de toneladas na temporada 2023/24, abaixo das 128.7 milhões de toneladas estimadas em maio e menos de 1% acima da produção de 2022/23, informou em um relatório de cereais.
A Strategie Grains reduziu a sua estimativa para a colheita de cevada da UE em 800.000 toneladas, para 47.1 milhões, cerca de 8% abaixo da produção do ano passado, e reduziu a sua estimativa de safra de milho da UE em 400.000 toneladas para 60.8 milhões de toneladas, embora isso seja quase 17% acima da última colheita devastada pela seca do ano passado.
A empresa já havia reduzido as suas estimativas de trigo, cevada e milho em junho devido as condições climáticas adversas.
Com a colheita de trigo e cevada em andamento, o trabalho de campo confirmou rendimentos da cevada “catastroficamente baixos” na Espanha, enquanto no Sudeste da Europa os rendimentos foram decepcionantes, com alguns níveis baixos ligados ao excesso de umidade durante a primavera, informou a Strategie Grains.
A cevada da primavera sofreu com a seca, principalmente no Norte da Europa, enquanto as safras de milho, colhidas principalmente no outono, perderiam rendimento sem chuva significativa em julho, indicou.
As perspectivas de produtividade eram melhores, “embora dificilmente espetaculares”, na França e na Europa Central, informou.