Soja fecha em alta em Chicago, impulsionada pela demanda e puxa preços no Brasil

Uma conjunção de fatores fez com que os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago encerrassem o pregão em alta de mais de 9,75 a 10,25 nos principais vencimentos, com o novembro/17 cotado a US$ 9,68 ¼ e o maio/18, referência para a safra do Brasil, a US$ 9,97 o bushel.

Segundo o analista Jack Scoville, da Price Futures Group, a demanda foi um dos principais combustíveis para o avanço das cotações, não somente para o grão, mas também para os derivados, principalmente o farelo de soja. O USDA, em seu relatório semanal de vendas para exportação, divulgou bons números para ambos os produtos.

Além disso, ainda segundo Scoville, as expectativas pela volta da China ao mercado na próxima semana depois do longo feriado que é comemorado no país, também trouxeram algum fôlego para as cotações neste momento em que o mercado espera por novas notícias.

Por outra lado, os produtores norte-americanos, assim como os da América do Sul, seguem retendo suas vendas, uma vez que precisam de preços melhores para efetivar novos negócios. “Os produtores não estão vendendo, principalmente durante este período da colheita. Estão somente cumpindo os contratos fechados anteriormente”, disse o analista da Price Futures.

Complementando o quadro de fatores que puxaram as cotações está a questão climática. Chove forte em alguns pontos do Corn Belt, como em Minnesota e Wisconsin, atrapalhando a colheita e atrasando os trabalhos de campo. Enquanto isso, no Brasil, embora a região Sul, especialmente o Paraná, deverá receber bons volumes nos próximos dias, há ainda pontos de Mato Grosso em que as precipitações não chegaram e seguem atrasando a semeadura da oleaginosa.

Além de todos esses fatores, uma queda dos prêmios nos Estados Unidos também motivou uma tentativa dos preços compensarem esse recuo subindo em Chicago, com os compradores tentando originar essa soja, já que a demanda é bastante intensa neste momento.

Preços no Brasil

No Brasil, com as boas altas em Chicago e mais o dólar interrompendo cinco sessões de queda, os preços subiram de forma generalizada. No interior, algumas praças chegaram registrar alta de até 5,17%, como foi o caso de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, onde a saca encerrou o dia cotada a R$ 61,00.

Nos portos, a saca da soja no mercado disponível foi cotada a R$ 70,50 em Paranaguá e a R$ 70,00 em Rio Grande, em alta de 0,71% e 0,57%, respectivamente. Já a saca da safra nova subiu 0,71% e 1,39% para fechar cotada a R$ 71,00 no terminal paranaense e a R$ 73,00 no gaúcho.

E assim, as cotações começam a se aproximar um pouco mais do objetivo dos produtores brasileiros para que eles voltem a realizar novas vendas, segundo consultores e analistas de mercado. Até que isso aconteça, as operações ainda são pontuais, além dos sojicultores se mostrarem atentos também à movimentação da demanda interna e das oportunidades que o mercado local possa trazer.

Dólar

O dólar, nesta quinta-feira, fechou em alta de 0,67%, cotado a R$ 3,1524 para a venda.

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