Soja fecha em alta, com o mercado focado nas condições climáticas nos EUA

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em alta pela terceira sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram ganhos de 8,25 a 8,75 centavos, com o maio cotado a US$ 14,18¼ e o julho a US$ 14,11 o bushel.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em alta, recuperando parte da forte queda de ontem. Os principais vencimentos registraram ganhos de US$ 3,50 a US$ 3,70, com o maio cotado a US$ 401,90 e o julho a US$ 406,50.

O óleo de soja fechou em alta pela terceira sessão consecutiva, com o maio registrando ganhos de 1,20%.

O mercado segue monitorando as condições climáticas que estão causando pontuais preocupações para as regiões produtoras dos Estados Unidos, segundo analistas e consultores de mercado. As baixas temperaturas ainda exigem atenção dos produtores norte-americanos.

Por outro lado, as altas são registradas também no mercado chinês. “Os contratos futuros do milho, óleo de soja e farelo na Bolsa de Dalian subiram nesta quinta-feira, puxados pelas preocupações quanto ao clima frio nos EUA”, explicam os analistas de mercado da Agrinvest Commodities.

A consultoria alerta ainda para a possibilidade de um aumento do processamento de soja na China com a chegada de mais produto brasileiro, o que poderia aumentar a oferta de derivados, “exatamente em um momento em que a demanda por rações continua fraca”.

USDA – Relatório Semanal de Vendas  

Soja – Exportadores dos Estados Unidos venderam 90.400 toneladas de soja da safra 2020/21, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 8 de abril, informou o USDA. O volume é significativamente menor do que o da semana anterior e representa uma queda de 14% em relação a média das quatro semanas anteriores.

Na semana, os principais compradores foram Indonésia (75.900 toneladas), Coreia do Sul (29.600 toneladas), Vietnã (25.600 toneladas), México (15.700 toneladas) e Japão (12.700 toneladas), que compensaram cancelamentos feitos pela China (55.000 toneladas) e por destinos não revelados (45.000 toneladas).

Da safra 2021/22, foram vendidas 265.500 toneladas para China (264.000 toneladas), destinos não revelados (1.000 toneladas) e Canadá (500 toneladas).

A soma das duas safras ficou dentro do intervalo de estimativas de analistas consultados pela Dow Jones Newswires, que variavam entre 100.000 e 500.000 toneladas.

Os embarques semanais somaram 413.100 toneladas. O volume representa um aumento de 20% em relação aos da semana anterior e uma queda de 10% na comparação com a média das quatro semanas anteriores. Os principais destinos foram México (97.100 toneladas), China (91.600 toneladas), Indonésia (90.800 toneladas), Taiwan (38.000 toneladas), e Coreia do Sul (27.500 toneladas).

Farelo – Exportadores dos Estados Unidos venderam 71.500 toneladas de farelo de soja da safra 2020/21, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 8 de abril, informou o USDA. O volume, o menor do ano comercial, representa uma queda de 44% em relação ao da semana anterior e de 57% em relação à média das quatro semanas anteriores.

Os principais compradores foram Filipinas (22.300 toneladas), Venezuela (13.200 toneladas), México (10.400 toneladas), Canadá (9.200 toneladas) e República Dominicana (8.500 toneladas), que compensaram cancelamentos feitos por destinos não revelados (8.000 toneladas), Colômbia (5.500 toneladas), Guatemala (2.800 toneladas) e Bélgica (1.300 toneladas).

Da safra 2021/22, foram vendidas 26.000 toneladas, para Guatemala (14.200 toneladas) e El Salvador (11.800 toneladas).

A soma das duas safras, ficou dentro das estimativas de analistas consultados pela Dow Jones Newswires, que variavam entra 75.000 e 300.000 toneladas.

Os embarques semanais somaram 206.000 toneladas, queda de 18% na comparação com os da semana anterior e de 20% em relação à média das quatro semanas anteriores. Os principais destinos foram Filipinas (68.000 toneladas), México (31.000 toneladas), Marrocos (30.000 toneladas), Canadá (17.900 toneladas) e Venezuela (10.700 toneladas).

Esmagamento EUA 

A NOPA (Associação Nacional de Processadores de Oleaginosas dos Estados Unidos) informou que o esmagamento de soja norte-americano em março foi de 4.84 milhões de toneladas. O volume ficou ligeiramente abaixo da média das expectativas do mercado de 4.88 milhões de toneladas.

O volume esmagado também foi menor do que o registrado em fevereiro, quando os EUA processaram 4.93 milhões de toneladas. Em março do ano passado, o total esmagado de soja foi de 4.76 milhões de toneladas.

Colheita Bahia 

A Bahia já colheu 80% da safra de soja 2020/21 e deve encerrar as atividades nos próximos dias, já que as condições climáticas estão bastante favoráveis às atividades. Até aqui, os resultados estão sendo positivos e sustentam a expectativa de ter uma safra recorde.

Segundo o Presidente da Aprosoja BA, Alan Juliani, as primeiras lavouras plantadas no começo de novembro produziram mais do que as semeadas no final do mês de novembro. A estimativa inicial da entidade era repetir o resultado recorde de 66 sacas por hectare da safra 2018, mas as estimativas já superam as 67 sacas.

A liderança destaca que o clima foi favorável, especialmente para as primeiras lavouras, e apresentaram algumas intempéries para as mais tardias como tempo quente e seco e um período grande sem sol, mas o intenso trabalho de preparação de solo surtiu resultado.

Para a comercialização, o Presidente aponta que entre 30 e 50% deste volume foi negociado em um patamar de R$ 100,00 a saca e o restante foi vendido aos poucos, com os produtores aproveitando bons momentos e buscando elevar as rentabilidades.

Já para a próxima safra 2021/22 já são 18% de vendas antecipadas e muitas preocupações com relação ao aumento dos custos de produção. Entre eles, Juliani ressalta as elevações nos preços de defensivos, fertilizantes, corretivos, máquinas e manutenção.

Mercado Interno 

A alta dos preços da soja em várias praças do País nesta semana se reflete nos preços do indicador CEPEA da oleaginosa. A saca ultrapassou ontem (14) os R$ 170,00, encerrando o dia a R$ 172,66 por saca, expressivo avanço de 2,47%. Também em dólar o indicador subiu e ultrapassou a barreira dos US$ 30,00 para US$ 30,43, ou avanço de 2,94%, preços do mercado disponível em cinco praças do Paraná.

A alta do dólar em abril, além dos ganhos nos futuros da soja na Bolsa de Chicago (CBOT), tem provocado altas no mercado doméstico, segundo corretores. Além disso, mesmo com propostas de compra mais altas por parte das agroindústrias, o produtor não demonstra muito interesse de venda, seja no aguardo de novas valorizações, seja porque está mais concentrado em entregar lotes vendidos anteriormente.

Milho fecha em baixa em movimento de realização de lucros, após o maio registrar nova máxima contratual

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em baixa, após duas sessões consecutivas de alta, com o vencimento maio registrando nova máxima contratual (US$ 6,01½). Os principais vencimentos registraram quedas de 2,75 a 4 centavos, com o maio cotado a US$ 5,90 e o julho/21 a US$ 5,76¾ o bushel.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em alta pela terceira sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram ganhos de 5,25 a 5,75 centavos, com o maio/21 cotado a US$ 6,53¾ e o julho/21 a US$ 6,55½ o bushel.

USDA – Relatório Semanal de Vendas  

Milho – Exportadores dos Estados Unidos venderam 327.700 toneladas de milho da safra 2020/21, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 8 de abril, informou o USDA. O volume representa uma queda de 57% em relação ao da semana anterior e de 81% em relação à média das quatro semanas anteriores.

Os principais compradores foram Japão (178.000 toneladas), México (138.900 toneladas), Coreia do Sul (125.900 toneladas), Taiwan (111.500 toneladas) e Israel (55.200 toneladas), que compensaram o cancelamento feito por destinos não revelados (379.900 toneladas).

Da safra 2021/2022, foram vendidas 52.600 toneladas para Guatemala (25.700 toneladas), El Salvador (24.400 toneladas) e Canadá (2.500 toneladas).

A soma das duas safras na semana ficou abaixo das estimativas dos analistas consultados pela Dow Jones Newswires, que variavam entre 600.000 e 1.2 milhão de toneladas.

Os embarques semanais no período totalizaram 1.816.000 toneladas, queda de 12% em relação ao volume da semana anterior e em relação à média das quatro semanas anteriores. Os principais destinos foram China (520.300 toneladas), México (450.100 toneladas), Japão (230.800 toneladas), Coreia do Sul (191.400 toneladas) e Taiwan (123.800 toneladas).

Trigo – Os cancelamentos superaram em 56.600 toneladas as vendas norte-americanas de trigo da safra 2020/21 na semana encerrada em 8 de abril, informou o USDA. O volume é o menor do ano comercial e representa uma queda significativa em relação ao da semana anterior e a média das quatro semanas anteriores.

Na semana, os principais compradores foram Filipinas (19.200 toneladas), República Dominicana (17.000 toneladas), Malásia (11.500 toneladas), Colômbia (8.500 toneladas) e Cingapura (7.000 toneladas), que não compensaram cancelamentos feitos pela Coreia do Sul (35.600 toneladas), por destinos não revelados (31.000 toneladas), México (28.000 toneladas) e Japão (26.500 toneladas).

Da safra 2021/22, foram vendidas 274.400 toneladas, para destinos não revelados (199.000 toneladas), Filipinas (113.500 toneladas), Japão (47.900 toneladas), Coreia do Sul (38.000 toneladas) e Peru (6.000 toneladas), que compensaram o cancelamento feito pela China (130.000 toneladas).

A soma das duas safras ficou dentro das estimativas dos analistas consultados pela Dow Jones Newswires, que variavam entra 100.000 e 750.000 toneladas.

Os embarques semanais do período somaram 467.100 toneladas, queda de 26% em relação aos da semana anterior e de 16% em relação à média das quatro semanas anteriores. Os principais destinos foram Filipinas (108.200 toneladas), México (76.100 toneladas), China (68.000 toneladas), Coreia do Sul (67.400 toneladas) e Nigéria (27.500 toneladas).

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