Soja fecha em alta com o mercado focado nas condições climáticas da América do Sul e dos EUA

Nas últimas cinco sessões o janeiro acumula uma alta de 0,50% e o março de 0,53% – Foto Pexels

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam novamente em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 4 a 4,50 centavos, com o janeiro/24 cotado a US$ 13,15 (+ 0,34%) e o março/24 cotado a US$ 13,28¾ (+ 0,30%) o bushel.  Nas últimas cinco sessões o janeiro acumula uma alta de 0,50% e o março de 0,53%.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam novamente em alta, com exceção do dezembro que fechou em baixa de US$ 0,60. Os principais vencimentos registraram ganhos de US$ 1,10 a US$ 2,20, com o dezembro cotado a US$ 430,40 (- 0,14%) e o janeiro/24 a US$ 419,10 (+ 0,26%) a tonelada curta. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma alta de 0,28% e o janeiro/24 de 0,43%.

O óleo de soja fechou novamente em baixa, com o dezembro registrando uma queda de 2,96%. Na mínima do dia (49,78), o dezembro registrou a menor cotação desde 8 de junho. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma queda de 5,13%.

A soja fechou em alta hoje, mas a tendência é de que as cotações permaneçam oscilando.

Segundo Ismael Menezes, sócio da MD Commodities, com a colheita de soja praticamente concluída nos EUA, as cotações agora devem se movimentar acompanhando as condições climáticas para o plantio na América do Sul e, em especial, no Brasil.

“As chuvas estão irregulares, e haverá necessidade de replantio em algumas áreas. Já há uma percepção de perda do potencial produtivo, mas ainda é muito cedo para cravar uma quebra na produção”, disse.

“Veremos o mercado nesse ‘sobe e desce’ enquanto não houver uma definição clara sobre o clima nos próximos 10 a 15 dias. Se as chuvas não aconteceram, os preços podem subir. Do contrário, as cotações podem perder força na bolsa”, estima Menezes.

Nas últimas semanas, as precipitações foram concentradas no Sul do Brasil, enquanto áreas do Centro-Norte foram impactadas pela ausência de chuvas regulares. Segundo as previsões do tempo, haverá uma manutenção desse quadro em novembro.

A soja também recebeu suporte da demanda e da estimativa de que o NOPA vai divulgar ainda hoje que o volume esmagado de soja em setembro foi o maior já registrado de cerca de 4.8 milhões de toneladas.

Safra 2023/24 – Brasil

A safra brasileira de soja 2023/24 deve totalizar um volume de 165 milhões de toneladas, segundo estimativa divulgada pela StoneX, nesta quarta-feira (1/11).

A StoneX aumentou em 0,60% a estimativa da colheita no País em relação aos dados de outubro. No entanto, ressalta que as condições climáticas adequadas serão necessárias para registrar o recorde de produção estimado nesta safra, e também garantir o plantio inédito de 45.6 milhões de hectares.

“Para alcançarmos esse volume de produção, o clima precisa ajudar, uma vez que o plantio está atrasado e ainda ocorrem irregularidade de chuvas em importantes regiões produtoras, como no Centro-Oeste. Há o registro, inclusive, de necessidade de replantio em algumas áreas”, informou em nota, a especialista de inteligência de mercado da StoneX, Ana Luiza Lodi.

O relatório indica o ajuste da produção da oleaginosa em decorrência das perspectivas de troca de áreas de milho verão para a soja em Estados do Norte/Nordeste.

Não houve ajustes em outras variáveis do balanço de oferta e demanda da safra 2023/24, fazendo com que os estoques finais estimados também aumentem para 8.45 milhões de toneladas, acima das 4.62 milhões de toneladas da safra 2022/23, acompanhando o aumento estimado da produção.

Milho fecha em baixa com o mercado focado na demanda dos EUA

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 3,25 a 3,75 centavos, com o dezembro cotado a US$ 4,75 (- 0,78%) e o março/24 a US$ 4,89¾ (- 0,66%) o bushel. O dezembro na mínima do dia (US$ 4,72½), registrou a menor cotação desde 19 de setembro. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma queda de 1,04% e o março de 0,96%.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em alta, após três sessões consecutivas de baixa. Os principais vencimentos registraram ganhos de 4,25 a 5,50 centavos, com o dezembro cotado a US$ 5,61¾ (+ 0,99%) e o março/24 a US$ 5,89½ (+ 0,73%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma queda de 1,19% e o março de 1,13%.

O milho fechou em baixa. Segundo Ismael Menezes, da MD Commodities, diferente da soja, o milho tem uma situação de estoques finais mais confortáveis nos EUA. As reservas americanas ao fim deste ano comercial estão estimadas em 53.6 milhões de toneladas, segundo o USDA, um aumento de 53,30% se comparado com o volume da safra 2022/23.

Por outro lado, indica Ismael Menezes, o atraso no plantio de soja no brasil liga um alerta para o plantio da segunda safra de milho, cenário que pode impactar as cotações do cereal no curto prazo.

“Considerando que chuvas esperadas para os próximos meses aconteçam, hoje a redução da área plantada do milho safrinha seria de 7% ou 1.2 milhão de hectares a menos em relação ao ciclo passado. Caso o clima não colabore, a projeção de área a ser plantada pode ser ainda menor”, indicou o analista.

O trigo fechou em alta em Chicago. Um movimento de correção motivou a alta, após as quedas recentes. Além disso, a revisão das estimativas das exportações da Rússia colaborou para impulsionar o grão.

A consultoria SovEcon reduziu de 49.20 milhões para 48.80 milhões de toneladas a sua estimativa das exportações de trigo russo na temporada 2023/24.

Essa foi a primeira revisão para baixo feita pela consultoria nesta temporada, que atribuiu o movimento à lentidão das vendas de trigo e às compras antecipadas do governo para os fundos de intervenção.

Em outubro, o volume comercializado pelo país foi de 1.8 milhões de toneladas, em comparação com as 4 milhões de toneladas no mês anterior.

Etanol – EUA

A produção média de etanol nos Estados Unidos foi de 1,052 milhão de barris/dia na semana encerrada na sexta-feira, 27 de outubro. O volume é 1,15% superior ao da semana anterior de 1.040 milhão de barris/dia. Os estoques do biocombustível caíram 1,90%, para 21 milhões de barris, enquanto as exportações totalizaram 69.000 barris por dia, aumento de 6,15% em relação aos 65.000 barris por dia da semana anterior. Os números foram divulgados pela Administração de Informação de Energia do país (EIA, na sigla em inglês).

As estimativas da produção dos analistas consultados pela Dow Jones Newswires variavam entre 1.030 milhão e 1.052 milhão de barris/dia. Quanto aos estoques, as estimativas variavam entre 21 milhões e 21.6 milhões de barris.

Os números de produção de etanol nos Estados Unidos são um indicador da demanda interna por milho. No país, o biocombustível é produzido principalmente com o grão e a indústria local consome mais de um terço da safra doméstica do cereal.

Exportações – Ucrânia

As exportações de grãos da Ucrânia caíram para 9.24 milhões de toneladas até o momento na temporada de comercialização de julho/23 a junho de 2024, mostraram dados do Ministério da Agricultura divulgados nesta quarta-feira.

O Ministério não forneceu dados comparativos exatos, mas informou que até 2 de novembro do ano passado a Ucrânia havia exportado 13.38 milhões de toneladas de grãos.

O volume exportado nessa temporada incluiu 4.6 milhões de toneladas de trigo, 3.8 milhões de toneladas de milho e 682.000 toneladas de cevada.

Na temporada anterior, a Ucrânia havia exportado 5.1 milhões de toneladas de trigo, 7.1 milhões de toneladas de milho e 1.1 milhão de toneladas de cevada.

Embora o Ministério não tenha fornecido nenhuma explicação para a redução, os comerciantes e os sindicatos de agricultores indicaram que o bloqueio dos portos ucranianos do Mar Negro e os ataques russos aos portos ucranianos no rio Danúbio são os principais motivos para a queda das exportações.

Exportações – Brasil

O Brasil exportou no mês de outubro 8.448.437 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) para exportação, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Isso representou 24,51% a mais do que o volume exportado em outubro de 2022 (6.785.069 toneladas).

Com isso, a média diária de embarques nestes 21 dias úteis foi de 402.306 toneladas, o que na comparação com o mesmo período do ano passado, representou um aumento de 12,70% com relação à média de 357.108 toneladas do décimo mês de 2022.

O volume final de outubro ficou acima da última estimativa divulgada pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC), de 8.32 milhões de toneladas.

Segundo o analista da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, as exportações vão continuar ditando as paridades dos preços no mercado interno, uma vez que já temos 40 milhões de toneladas exportadas desde janeiro, devemos encerrar dezembro com 52 milhões de toneladas e ter mais 10 milhões embarcadas entre janeiro e fevereiro.

Em termos financeiros, o Brasil já arrecadou um total de US$ 1.914 bilhão no período, contra US$ 1.908 bilhão no mês de outubro do ano passado.

Já o preço por tonelada caiu 19,50% no período, saindo dos US$ 281,30 no ano passado para US$ 226,60.

Safra 2023/24 – Brasil

A segunda safra de milho no Brasil, conhecida também como safrinha, deve totalizar 98.96 milhões de toneladas, volume 8,70% menor que o colhido na safra anterior, segundo estimativa divulgada nesta quarta-feira (1/11) pela StoneX.

Em nota, a StoneX informa que parte dessa queda pode ser explicado pela expectativa da redução na área plantada, que deve cair de 17.9 milhões de hectares no ano passado, para 17.7 milhões de hectares na temporada atual.

“Ao longo dos últimos meses, se observou uma expressiva queda dos preços do cereal, o que afetou a margem dos produtores e deve impactar negativamente o plantio, além das preocupações com a janela de plantio no próximo ano”, indicou, em nota, o analista de inteligência de mercado da StoneX, João Pedro Lopes.

Além da menor área, a produtividade também deve contribuir para uma produção inferior nesta próxima safra. Estima-se um rendimento médio de 5,58 toneladas por hectare, abaixo do rendimento registrado em 2022/23 (6,04 toneladas por hectare), possibilitada por um clima bastante favorável durante todo o desenvolvimento das lavouras.

A StoneX reduziu novamente a sua estimativa de produção do milho primeira safra em 2023/24, para 26.8 milhões de toneladas, 2,50% a menos que o volume do relatório de outubro.

A menor oferta da safra de verão derivou de uma redução na área plantada, que caiu de 3.91 milhões para 3.76 milhões de hectares, resultado das expectativas menos favoráveis para Estados do Norte/Nordeste.

Considerando os volumes das 1ª e 2ª safras 2023/24 e repetindo a 3ª safra 2022/23, a produção brasileira totalizaria 127.97 milhões de toneladas, 8,10% abaixo do registrado na temporada anterior, mas o segundo maior volume da série histórica.

Pelo lado da demanda, em 2023/24, a StoneX estima o consumo doméstico em 84 milhões de toneladas, 3 milhões de toneladas a mais em relação ao ciclo passado. Já as exportações devem cair de 55 milhões para 46 milhões de toneladas, com os estoques finais de 14.44 milhões de toneladas, em linha com o volume de 2022/23 de 14.97 milhões de toneladas.

Por Equipe SNA
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