Soja fecha em alta com mercado focado no relatório de oferta e demanda do USDA

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam novamente em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 14,75 a 16 centavos, com o agosto/23 cotado a US$ 14,71½ (+ 1,10%) e o novembro/23 a US$ 13,60¼ (+ 1,10%) o bushel.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam novamente em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de US$ 10,20 a US$ 10,40, com o agosto cotado a US$ 416,20 (+ 2,56%) e o dezembro a US$ 399,10 (+ 2,62%), a tonelada curta.

O óleo de soja fechou em baixa, com o dezembro registrando uma queda de 1,45%.

A soja voltou a fechar em alta, desta vez impulsionada pelo farelo que subiu mais de 2,50%. Na contramão, o óleo de soja fechou em baixa, com um movimento de realização de lucros, depois da alta de mais de 4% na sessão anterior.

“O relatório de ontem do USDA e as baixas precipitações nos últimos dias dão suporte ao grão nos EUA”, indicou a Pátria Agronegócios. O boletim semanal de acompanhamento de safras do USDA informou um aumento de apenas 1% no percentual das lavouras de soja em boas ou excelentes condições, que passaram de 50% para 51%. O mercado esperava 52%, o que ainda seria pouco para reverter o atual cenário da safra fragilizada dos EUA.

No ano passado, este percentual era de 62%. O USDA informou que 34% das lavouras estão em condições regulares e 15% estão em condições ruins ou muito ruins.

“Continuo afirmando que a safra americana será abaixo da média, mas pelo que sabemos até agora não deverá ocorrer uma quebra de safra. Ainda temos de três a quatro semanas críticas de clima para o bom desenvolvimento das lavouras”, disse o consultor da Roach Ag Marketing, Aaron Edwards. “As chuvas do resto dessa semana devem ajudar as lavouras, mas estão longe de serem chuvas pesadas e generalizadas. São previsões de gota a gota, região por região, torcendo para que o calor não roube a umidade necessária”.

Assim, as condições climáticas no Corn Belt seguem sendo acompanhadas, ajudando a direcionar as cotações no mercado futuro norte-americano. E nesta semana, as atenções se dividem ainda com o novo relatório mensal de oferta e demanda que o USDA vai divulgar e que pode também mexer com as cotações.

As expectativas são de que o USDA aponte uma redução em suas estimativas de produção, produtividade e estoques finais da safra 2023/24 norte-americana. O relatório será divulgado às 13h (Horário de Brasília) desta quarta-feira.

USDA – Oferta & Demanda

As expectativas do mercado para o boletim mensal de oferta e demanda do USDA são de uma redução nas estimativas de produtividade, produção e estoques finais tanto para a soja, quanto para o milho. A safra 2023/24 tem sido bastante fragilizada pelas condições climáticas adversas e, no caso da oleaginosa, houve ainda uma redução na área plantada, também informada pelo USDA no final de junho, que pode provocar mudanças nos dados.

“O relatório de julho do USDA, geralmente, não costuma mexer muito nos números da produtividade de soja ou milho, mas com a seca que atingiu o Meio-Oeste neste ano, há uma boa chance de que desta vez ocorram alterações”, indicou o analista de grãos do portal DTN The Progressive Farmer, Todd Hultman.

  • EUA Safra 2023/24 

Soja

A média das expectativas para a safra 2023/24 de soja dos Estados Unidos é de 115.67 milhões de toneladas, dentro de um intervalo que varia entre 113.65 milhões e 115.86 milhões de toneladas. Em junho, a estimativa foi de uma safra de 122.74 milhões de toneladas. Na safra anterior, os EUA colheram 116.37 milhões de toneladas. A produtividade também deverá ser revisada para baixo e a média esperada é de 57,6 sacas por hectare, contra o número do mês passado de 58,28 sacas por hectare. As estimativas variam entre 56,6 e 58,28 sacas por hectare.

Milho

 O mercado espera também uma redução da safra de milho norte-americana, apesar do aumento de área informado em 30 de junho pelo USDA, com uma expectativa média de 384.81 milhões de toneladas, variando entre 373.73 milhões e 389.10 milhões de toneladas. No relatório anterior, a safra americana foi estimada em 387.75 milhões de toneladas. Sobre a produtividade, a expectativa média é de 183,9 sacas por hectare, contra 189,86 sacas por hectare de junho. A estimativa varia entre 179,92 sacas e 186,20 sacas por hectare.

Trigo

Para a safra de trigo, a média esperada pelo mercado é de 45.64 milhões de toneladas, em um intervalo que varia entre 43.87 milhões e 47.08 milhões de toneladas. A última estimativa foi de 45.31 milhões de toneladas.

  • Estoques finais

EUA 2023/24

Os estoques finais de soja 2023/24 dos Estados Unidos são estimados entre 3.48 milhões e 7.62 milhões de toneladas, com média de 5.61 milhões de toneladas. Em junho, foram estimados em 9.53 milhões de toneladas.

Já os estoques de milho estão estimados entre 49.56 milhões e 59.19 milhões de toneladas, com média de 55.02 milhões de toneladas. No boletim anterior, a estimativa foi de 57.33 milhões de toneladas.

O mercado estima ainda que os estoques finais de trigo 2023/24 dos EUA entre 14,7 milhões e 16.14 milhões de toneladas, com média de 15.38 milhões de toneladas. A estimativa do mês passado foi de 15.27 milhões de toneladas.

EUA 2022/23

Para os estoques finais de soja 2022/23 dos EUA, as estimativas do mercado variam entre 5.58 milhões e 7.5 milhões de toneladas, com média de 6.4 milhões de toneladas. Em junho, a estimativa foi de 6.26 milhões de toneladas.

Exportações Brasil

A China importou 43.548 milhões de toneladas de soja do Brasil até junho de 2023. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, o volume é 24% superior às 35.208 milhões de toneladas importadas no mesmo período de 2022. O país é o maior comprador da oleaginosa brasileira, respondendo por 69,35% do volume exportado até junho.

Em seguida, vem os seguintes destinos:

Espanha: 2.151 milhões de toneladas, 11% abaixo do mesmo período do ano passado.

Tailândia: 1.684 milhão de toneladas, aumento de 9% ano a ano.

As exportações brasileiras de soja totalizaram 62.799 milhões de toneladas até junho de 2023, um aumento de 18,40% em relação as 53.017 milhões de toneladas, que foram exportadas no mesmo período do ano passado.

Estados que mais exportaram soja – As exportações de soja de Mato Grosso totalizaram 22.097 milhões de toneladas em 2023. Segundo a Secex, o volume é 8% superior ao exportado pelo Estado no mesmo período de 2022 e corresponde a 35,19% das exportações brasileiras no acumulado de 2023.

Abaixo, as unidades da federação que mais exportaram soja entre janeiro e junho deste ano são:

Goiás: 6.968 milhões de toneladas.

Paraná: 5.088 milhões de toneladas.

Mato Grosso do Sul: 4.452 milhões de toneladas.

Minas Gerais: 4.138 milhões de toneladas.

São Paulo: 4.053 milhões de toneladas.

Milho fecha em alta com o mercado focado no relatório de oferta e demanda do USDA

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam novamente em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 2 a 2,25 centavos, com o setembro cotado a US$ 4,94½ (+ 0,46%) e o dezembro/23 a US$ 5,01½ (+ 0,40%) o bushel.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em alta, após três sessões consecutivas de baixa. Os principais vencimentos registraram ganhos de 14,25 a 14,50 centavos, com o setembro cotado a US$ 6,60½ (+ 2,21%) e o dezembro/23 a US$ 6,78 (+ 2,19%) o bushel.

MT

O IMEA (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) divulgou o relatório com atualizações da safra de milho 2023. O levantamento indica que apenas 53,47% da produção estimada para o ciclo 2022/23 foi negociada até o momento.

Este percentual é 8,87% superior ao do último relatório divulgado em junho/23, porém está 10,10% atrás do registrado neste mesmo período da safra anterior.

“Esse aumento foi pautado pela necessidade dos produtores de liberar espaço nos armazéns do Estado, uma vez que a colheita está avançando e a comercialização do cereal está atrasada em relação ao mesmo período da safra”, indicou o IMEA.

Como consequência, o preço médio do milho no Mato Grosso recuou 2,40% em relação ao do mês passado e ficou cotado à R$ 36,05 a saca.

Já a comercialização da safra 2023/24 teve avanço de 0,96%, atingindo 4,67% da produção estimada, um atraso de 6,12% em relação à safra passada.

“Essa retração se deve à desvalorização nos preços do milho, o que refletiu em incertezas dos produtores em relação à safra futura”.

Ao mesmo tempo a colheita da safra de milho mato-grossense segue avançando e já atingiu 49,45% da área plantada.

Este percentual é inferior aos 74,41% do mesmo período da safra passada e aos 59,41% da média das últimas cinco temporadas.

Paraná

O Departamento de Economia Rural (DERAL) da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná divulgou o seu relatório semanal informando as condições de tempo e cultivo das principais culturas do Estado.

Segundo o levantamento, a colheita da segunda safra de milho atingiu 3% da área plantada. Até aqui, 45% das lavouras estão em fase de maturação, 54% em fase de frutificação e 1% ainda em fase de floração.

As regiões mais adiantadas na colheita são Guarapuava e Irati (80%), União da Vitória (55%), Ponta Grossa (10%), Umuarama (6%), Francisco Beltrão e Paranavaí (5%), Cascavel e Toledo (4%), Campo Mourão (3%), Laranjeiras do Sul e Pato Branco (2%).

Os técnicos do DERAL classificam 82% das lavouras como em boas condições, 15% em condições médias e 3% em condições ruins.

As piores lavouras do Estado estão em Pato Branco (30%), Paranavaí (20%), Umuarama (10%), Laranjeiras do Sul, Cascavel e Francisco Beltrão (5%), e Campo Mourão (4%).

Detalhando as regiões paranaenses, o DERAL informa que a segunda safra de milho está em boas condições fitossanitárias na região Norte, com a maioria das lavouras avançando para o estágio de frutificação e algumas áreas entrando em maturação. “As expectativas são boas, e as precipitações foram benéficas para a cultura”.

A colheita começou de maneira lenta nas regiões Oeste e Centro-Oeste, ainda no aguardo da diminuição da umidade nos grãos. Os técnicos do DERAL destacam que as lavouras registram bom desenvolvimento, embora alguns municípios tenham enfrentado maior incidência de cigarrinha e doenças foliares.

As lavouras também estão em fase de frutificação e maturação na região Noroeste, com a colheita acontecendo de maneira lenta e em áreas específicas.

Outra região com colheita começando lentamente é a Sudoeste, com trabalhos atualmente paralisados devido às precipitações ocorridas.

Já no Sul, com lavouras em fase de frutificação e maturação, algumas áreas já iniciaram a colheita e é esperada uma produtividade abaixo do potencial para a cultura.

Por Equipe SNA
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp