Soja: estoques finais serão os mais baixos da história

A pesquisa diária do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostra que os preços médios da soja no mercado físico brasileiro nos portos, sobre rodas para exportação, fecharam na quarta-feira (29/7) em queda de 0,91%, para R$ 116,03/saca (contra R$ 117,09/saca no dia anterior). Com isso, o ganho acumulado nos portos caiu para 0,62%.

Segundo a consultoria ARC Mercosul, os preços da soja e do milho se mantêm firmes. A soja, impulsionada pelas exportações ainda aquecidas, registra prêmios em alta. A ARC estima que o Brasil irá exportar qualquer superávit de oferta de soja que não seja destinada à indústria doméstica.

Os estoques finais da oleaginosa brasileira em 2020 deverão atingir os mais baixos volumes da história, estimados em 3.2 milhões de toneladas até o fim do ano comercial vigente, indicam os analistas da consultoria.

Já a T&F indica que, com preços completamente descolados da exportação, o mercado disponível recuou R$ 2,00/saca no porto de Rio Grande para R$ 119,00/saca, contra 121,00/saca no dia anterior, mas ainda pago por duas indústrias – não pelas tradings, que não puderam acompanhar os preços.

A soja futura no porto recuou novamente mais R$ 0,50/saca para R$ 106,50, contra 107,00/saca no dia anterior, para maio de 2021.

No interior, as indústrias também reduziram o preço em R$ 1,50/saca para R$ 116,00 contra 117,50 no dia anterior em Cruz Alta e Passo Fundo, e R$ 1,50/saca para R$ 115,50, contra 117,00 em Ijuí. No Paraná, o preço da saca recuou R$ 2,00 para o agricultor e de R$ 3,00 a R$ 4,00 nos mercados de lotes, informa a equipe da T&F.

China 

Ainda segundo os analistas da consultoria, mesmo com prêmios US$ 0,08 mais altos, o Brasil vendeu, nesta terça-feira, pelo menos três cargos de soja da safra nova, que começa em fevereiro, enquanto que os Estados Unidos venderam dois cargos, também da sua safra nova, que começa em setembro.

Os prêmios FOB portos de Origem no Brasil subiram US$ 0,05/bushel para z safra velha e US$ 0,08 para a safra nova (grande procura). No mercado futuro de Paranaguá houve negócios reportados para fevereiro a + US$ 0,84 sobre março CBOT e para março a + US$ 0,64.

Dólar 

O dólar fechou ontem em alta de 0,29%, cotado a R$ 5,1723 para a venda. A moeda oscilou entre R$ 5,1850 (+0,54%) e R$ 5,1155 (-0,81%).

Bolsa de Chicago

Os contratos futuros da soja seguem em baixa na Bolsa de Chicago nesta quinta-feira, dando continuidade ao movimento da sessão anterior. Por volta das 9h40 (Horário de Brasília), os principais vencimentos estavam em queda de 2 a 2,25 centavos, com o setembro cotado a US$ 8,82¼ e o novembro a US$ 8,83½ o bushel.

Analistas afirmam que o mercado ainda precisa de novas notícias para se posicionar de forma mais agressiva, e permanece com o clima nos EUA e a demanda pela oleaginosa americana no centro do radar.

“O momento está se tornando mais baixista com o clima bom nos EUA e a fraca demanda chinesa. Sem nova demanda e com clima bom, estoques americanos ficarão abarrotados e os contratos futuros de soja podem buscar a região dos US$ 8,00 no vencimento novembro”, indicou a ARC Mercosul em seu boletim Chicago Diário.

“Sem a demanda chinesa para commodities americanas, é difícil achar outros motivos fundamentais que possam levar a uma alta nas cotações futuras no curto prazo”.

No Brasil, o foco permanece sobre a disputa pela pouca soja da safra velha ainda disponível para comercialização e na demanda intensa, o que puxa atenção para os prêmios, que continuam subindo forte no País.

 

Agrolink/Reuters/Notícias Agrícolas 

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