Soja: em Chicago, mercado volta a fechar alta de olho no clima na Argentina e no Brasil

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em alta, com os principais vencimentos subindo de 8,50 a 8,75 centavos. O março/18 fechou cotado a US$ 10,00 ¼ e o maio/18 a US$ 10,11 ¼ o bushel.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT também fecharam em alta, com os principais vencimentos subindo de US$ 2,70 a US$ 3,10 por tonelada curta. O março/18 fechou cotado a US$ 340,50 e o maio/18 a US$ 343,90.

O mercado permanece focado no comportamento do clima na América do Sul. Isso porque, as preocupações com o tempo seco na Argentina e os impactos das lavouras continuam a preocupar o mercado. O mercado também começa a especular sobre as chuvas no Brasil, no momento da colheita.

“Com fundamentos conhecidos, a única informação que provavelmente irá aumentar o mercado será o clima”, disse Mike Mawdsley na First Choice Commodities, ao Agrimoney.com.

O especialista ainda completa que “o tempo continua nas manchetes. A Argentina, em particular, é o motivo do recente aumento dos preços e há áreas do Brasil com previsão de muita chuva”.

No caso da Argentina, as previsões climáticas ainda indicam a continuidade do tempo seco nos próximos 8 a 10 dias e com temperaturas acima da média. Cenário, que segundo os especialistas, potencializa ainda mais o déficit hídrico nas principais regiões produtoras.

Esmagamento MT

Na última semana foram divulgados os dados de esmagamento de soja em dezembro no Estado. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) foram esmagadas, no último mês do ano, 682.600 toneladas, resultado que representa uma redução de 22,62% em relação a novembro.

Segundo o Imea, mesmo com esta retração, o ano de 2017 registrou um volume histórico de soja esmagada em Mato Grosso, de 9.37 milhões de toneladas, muito próximo dos dados estimados no último levantamento de demanda interna. “Isso se deve, principalmente, aos consideráveis volumes disponíveis da soja em grão, provenientes de uma safra recorde”, aponta o instituto.

Outro fator importante que puxou o esmagamento, segundo o Imea, foi a demanda aquecida, principalmente pelo óleo de soja para a produção de biodiesel, este que hoje é a principal matéria-prima utilizada na produção do biocombustível. Já para 2018, espera-se que a demanda continue aquecida, no entanto com uma leve retração, sendo estimadas 9.01 milhões de toneladas de soja a serem esmagadas para este ano, de acordo com a última estimativa de oferta e demanda.

Mercado interno

Segundo levantamento do economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, a saca subiu 2,54% no Oeste da Bahia, cotada a R$ 60,50. No Porto de Paranaguá, no mercado disponível, a saca subiu 2,11%, cotada a R$ 72,50.

No Porto de Rio Grande, no mercado disponível a saca subiu 1,68%, cotada a R$ 72,50. O mercado futuro, para entrega em maio/18, registrou alta de 1,10%, cotada a R$ 73,80. Em Campo Novo do Parecis (MT), a alta foi de 0,90%, com a saca cotada a R$ 56,00.

O foco do mercado está no andamento da colheita no Brasil. Porém, ainda assim, os analistas reforçam que nesse momento, há mais especulação do que negócios realizados.

Milho: ainda atento ao clima na Argentina, mercado fecha em alta em Chicago

Os contratos futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam em alta, com os principais vencimentos subindo de 2,50 a 2,75 centavos. O contrato março/18 fechou cotado a US$ 3,61 ½ e o maio/18 a US$ 3,69 ¾ o bushel.

O mercado consolidou o segundo dia seguido de alta, atento ao clima mais seco na Argentina, o que gera preocupações quanto à produtividade das lavouras nesta temporada. Já no norte do país, muitas áreas estão inundadas.

Além disso, os ganhos registrados nos contratos futuros do trigo também contribuem para o movimento positivo no milho. Por sua vez, as cotações do trigo foram impulsionadas pelo clima seco nos Estados Unidos, o que segundo, os sites internacionais já afetou a produtividade das plantações.

Ao Agrimoney.com, Tobin Gorey, da CBA, disse que “o milho dos EUA é globalmente competitivo, o que refletiu nos números dos embarques semanais reportados nesta segunda-feira, de 993.000 toneladas”. Por outro lado, o mercado segue atento aos anúncios de vendas feitos pelo USDA.

Nesta terça-feira (30 de janeiro), o USDA divulgou a venda de 132.000 toneladas de milho da safra 2017/18 para a Espanha.

Ainda nesta segunda-feira, o órgão informou a venda de 115.000 toneladas de milho da safra 2017/18 para o Egito.

Mercado doméstico

Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, em Assis (SP), a saca subiu 1,55%, cotada a R$ 26,20. No Porto de Paranaguá, a saca no mercado futuro, para entrega em agosto/18, registrou alta de 1,67%, cotada a R$ 30,50. Em Campinas (SP), a queda foi de 1,18%, com a saca cotada a R$ 33,60.

Os analistas ainda destacam que as chuvas dificultam a colheita da primeira safra, o que tem mantido baixa a disponibilidade do grão no mercado e, consequentemente, dado suporte aos preços. O mercado de exportação também dá sustentação aos preços.

No acumulado de janeiro, as exportações de milho somam 2.13 milhões de toneladas, com média de 152.200 toneladas, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Caso o ritmo permaneça até o final do mês, os embarques poderão totalizar 3.35 milhões de toneladas.

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