Os contratos futuros da soja fecharam em alta, nesta quarta-feira (17 de agosto), na CBOT. O dia começou estável, porém, com o decorrer da sessão, os principais vencimentos se recuperaram e passaram a subir, terminando os negócios em alta de 8,50 a 11 centavos. O contrato setembro/16 terminou cotado a US$ 10,30 ½, enquanto o novembro/16, referência para a nova safra americana, fechou a US$ 10,16 o bushel. Nas máximas do dia, o setembro e o novembro foram negociados a US$ 10,31 e US$ 10,17 ¼ o bushel.
Além dos contratos futuros da soja em grão, subiram também os do óleo – que tem sido o elo mais forte do complexo neste momento, contando com fundamentos positivos importantes de forte demanda e baixos estoques – e os do farelo. Os vencimentos mais negociados do óleo encerraram o pregão em alta de quase 2%.
Segundo os analistas da Agrinvest Commodities em seu blog, “os preços do óleo e farelo subiram no mercado disponível com redução da oferta e do esmagamento por falta de soja”. Na Malásia, os contratos futuros do óleo de palma subiam mais de 5%.
A demanda tem sido, segundo os analistas nacionais e internacionais, o mais importante fator de suporte para as cotações em Chicago neste momento, fazendo até mesmo com que o impacto da nova safra norte-americana – atualmente estimada pelo USDA em 110 milhões de toneladas – possa ser amenizado. Afinal, com esse consumo crescente, os estoques globais e americanos devem ser reduzidos.
Há algumas semanas, a China, maior importador mundial da commodity, vem realizando compras diárias de volumes expressivos, principalmente nos EUA. A oferta norte-americana, neste momento, é maior do que a da América do Sul e mais competitiva em relação a preços, o que vem atraindo os compradores. O USDA anunciou hoje uma nova venda para a China de 381.000 toneladas, elevando o acumulado nesta semana para 500.000 toneladas. Nos últimos 17 dias de mercado, as vendas americanas chegam a 3.85 milhões de toneladas, sendo que 72% destinadas à China, segundo a Agrinvest.
Essa demanda, no entanto, poderia esbarrar nas chuvas fortes que chegam aos Estados Unidos, além de novas que aparecem nos mapas climáticos, e já comprometem, mesmo que ainda de forma limitada, os embarques de grãos no principal canal de exportação dos EUA.
Embora sejam bem vindas para boa parte do Corn Belt, em algumas regiões o excesso de precipitações já vem causando algumas inundações e exigindo mais atenção dos produtores, e esse também vendo um dos combustíveis para as recentes altas da soja na CBOT, porém, de forma mais pontual.
Mercado Brasileiro
No mercado nacional, os preços da soja buscam acompanhar os de Chicago. No entanto, se desenvolvem de forma mais tímida, já que ainda não conta com o estímulo do dólar. Os negócios seguem travados e respeitando sua regionalização. Afinal, a oferta de produto disponível é bastante escassa neste momento, o que amplia ainda mais a diferença entre o preço ofertado pelo comprador e o pedido pelo vendedor.
A situação vem, inclusive, fazendo com que indústrias processadoras de soja paralisem suas atividades mais cedo este ano em função de uma matéria-prima que, escassa, tornou-se mais cara, reduzindo as suas margens de lucros, em alguns casos, levando-as até mesmo a ficarem negativas.
Nos portos, o dia foi positivo. Alta para a saca de soja no disponível de 1,84% em Paranaguá e de 0,99% em Rio Grande, para R$ 84,00 e R$ 81,30, respectivamente. Já no mercado futuro, a cotação subiu apenas no terminal paranaense, 1,27%, enquanto se manteve estável no gaúcho, ambos com a saca cotada a R$ 80,00.
Milho: À espera de notícias, mercado fecha em leve alta, próximo da estabilidade em Chicago
Os contratos futuros do milho negociados na CBOT encerraram o pregão em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 2,50 e 2,75 centavos. O contrato setembro/16 fechou cotado a US$ 3,30 ¼, enquanto o dezembro/16 fechou a US$ 3,39 ¾ o bushel.
Segundo a analista da FCStone, Ana Luiza Lodi, o mercado aguarda por novas notícias. “A estimativa de uma grande safra nos Estados Unidos nesta temporada já foi absorvida. Com isso, o mercado está sem novidades, operando com ajustes técnicos e hoje, encontrou sustentação na soja”, disse.
Contudo, o comportamento do clima ainda segue no radar do mercado. “O fato é que o clima agora mostra uma frente de chuvas que afetou a parte sul do cinturão americano no último final de semana – chegando aos 700 mm em Louisiana – e agora se encaminha para o norte, podendo atingir Indiana e Illinois neste meio de semana”, disse. “Nas áreas onde essa frente passou, houve grandes inundações e perdas nas lavouras”, disse o consultor Vlamir Brandalizze.
Produção de etanol nos EUA
Nesta quarta-feira, a AIE (Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos) divulgou um aumento na produção de etanol, que foi de 1.029 milhão de barris por dia na semana encerrada no dia 12 de agosto. O último número divulgado pelo órgão foi de pouco mais de 1.018 milhão de barris por dia.
Já os estoques registraram ligeira queda e passaram de 20.500 barris para 20.400 barris no mesmo período.
Mercado interno
A quarta-feira (17) foi de estabilidade para os preços do milho em grande parte das praças brasileiras pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas. Na região de São Gabriel do Oeste (MS), a saca caiu 2,86%, cotada a R$ 34,00. Já em Jataí (GO), a queda foi de 2,63%, com a saca cotada a R$ 37,00.
No Paraná, nas praças de Ubiratã, Londrina e Cascavel, os preços cederam 1,41%, com a saca cotada a R$ 35,00. Em contrapartida, em Sorriso (MT), a saca subiu 3,70%, cotada a R$ 28,00.
No Porto de Paranaguá, a saca para entrega em setembro se manteve estável, cotada a R$ 33,00.
“Ainda vemos no mercado interno uma retração das vendas por parte dos produtores. Ainda assim, temos registrado algumas vendas, especialmente no estado de Mato Grosso. Os participantes do mercado ainda acompanham as informações sobre as exportações que deverão impactar no volume que será destinado ao mercado doméstico”, disse Ana Luiza.
A analista disse ainda que o “line-up” nos portos brasileiros já indica uma redução nos embarques do cereal. “Eles estão mais fracos, o que indica exportações menores. E também é preciso levar em consideração o dólar nesse instante não está favorável”.
A moeda norte-americana fechou cotada a R$ 3,2115 para venda, em alta de 0,55%.
BM&F Bovespa
Na bolsa brasileira, os contratos futuros do milho encerraram o dia em baixa. Os principais vencimentos recuaram de 0,39% a 1,13%. O contrato setembro/16, referência para a safrinha fechou cotado a R$ 43,75/saca e o novembro/16 a R$ 43,99/saca.
Fonte: Notícias Agrícolas