Soja convencional é um bom negócio?

SNA dá continuidade à parceria com a Embrapa Soja e seus pesquisadores na divulgação de  trabalhos em andamento, ou já concluídos, de cunho acadêmico, informações com profundidade técnica  para estudantes, professores e interessados em se aperfeiçoar no agronegócio. Verifique a seguir…..

Livre da taxa tecnológica dos OGM´s (Organismos Geneticamente Modificados), com produtividade competitiva e possibilidade de bonificação especial, a soja convencional, também chamada de soja livre, vem mantendo seu espaço ao longo do tempo, entre altos e baixos, sendo uma opção interessante para muitos produtores. Em várias safras, a soja convencional apresentou maior rentabilidade em relação à soja transgênica, principalmente devido aos maiores valores pagos pela saca produzida, conhecido nesse mercado como “bônus ou prêmio”, por ser soja livre de transgênicos.

Saiba mais sobre esse mercado específico de soja não-geneticamente modificada e suas oportunidades

Livre da taxa tecnológica dos OGM´s (Organismos Geneticamente Modificados), com produtividade competitiva e possibilidade de bonificação especial, a soja convencional, também chamada de soja livre, vem mantendo seu espaço ao longo do tempo, entre altos e baixos, sendo uma opção interessante para muitos produtores. Em várias safras, a soja convencional apresentou maior rentabilidade em relação à soja transgênica, principalmente devido aos maiores valores pagos pela saca produzida, conhecido nesse mercado como “bônus ou prêmio”, por ser soja livre de transgênicos.

A área de soja convencional na safra 2022/2023 chegou a quase um milhão de hectares no Brasil, com destaque para o estado de Mato Grosso, que cultivou quase 50% deste total. Mesmo representando 2,4% da área de soja nacional, o cultivo da soja não-geneticamente modificada vem persistindo safra após safra no país que é destaque mundial na produção desse grão. Na safra 2023/2024 houve redução da área cultivada com soja convencional, estimada em 686,3 mil hectares, sendo que Mato Grosso e Paraná contribuem com cerca de 75% da produção de grãos convencionais.

Para a safra 2024/2025, espera-se que o mercado de soja convencional acompanhe a tendência positiva de seu principal mercado consumidor, pois a Europa permanece dependendo dos volumes brasileiros para atender sua demanda, com o Brasil sendo responsável por fornecer 27% do farelo de soja convencional importado pelos europeus.

Há mercados que estão exigindo produtos não geneticamente modificados, onde a soja “livre” se encaixa perfeitamente, como na Europa, China e Japão. Os países europeus já são clientes brasileiros há algum tempo e demandam soja não-transgênica para consumo humano e até para ração de aves e peixes – há a expectativa de que, em breve, haja exigência de soja livre para ração de suínos.

O Japão é um país que está estreitando o diálogo com o Governo brasileiro e com as entidades relacionadas à soja convencional, como o Instituto Soja Livre e a Embrapa, para negócios que podem alavancar a produção nacional em dez anos. Na China, também há a expectativa da entrada de soja livre brasileira, aguardando apenas regulamentação governamental.

O Instituto Soja Livre é o elo para toda esta cadeia que se forma no Brasil em prol da soja convencional e busca fomentar seu cultivo, dando opção de escolha para o produtor rural. Fundado há 13 anos pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) e a Embrapa, hoje reúne quinze parceiros que são empresas e instituições que acreditam no potencial da soja não-transgênica.

Além da busca pela visibilidade da soja convencional no mercado nacional e internacional, propiciando aos agricultores uma remuneração mais interessante, o Instituto também tem como objetivo apresentar aos produtores outras vantagens competitivas da soja livre, principalmente em relação às características agronômicas das cultivares.

Atualmente, os produtores rurais podem escolher o que semear a partir de uma gama diversa de cultivares de soja disponíveis no mercado, convencionais ou transgênicas (geneticamente modificadas), optando por aquelas com as características mais adequadas ao seu sistema de produção, solo e clima.

As cultivares de soja convencional têm muita tecnologia embarcada, oferecendo ao produtor rural opções de cultivares tolerantes a doenças e nematoides, com alta produtividade, ampla adaptação e diferentes ciclos, inclusive precoces, favorecendo a antecipação da semeadura das culturas de segunda safra.

Os manejos das cultivares convencionais e transgênicas são semelhantes, sendo que a soja convencional requer mais atenção em relação a sementes certificadas, manejo de herbicidas, inseticidas e segregação de grãos. Ressalta-se aqui o cuidado na aquisição de sementes de cultivares convencionais, visando evitar contaminação com sementes transgênicas.

O rendimento das cultivares de soja convencional são similares aos da soja transgênica; de acordo com dados do IMEA (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), na safra 2022/2023 a diferença de rendimento no estado de Mato Grosso foi, em média, de 3,71 sacas a mais para as cultivares transgênicas por hectare, sendo de 57,2 sc/ha para a convencional e 60,9 sc/ha para a transgênica. Entretanto, como há possibilidade de recebimento de bonificação para a soja livre, dependendo da negociação do produtor com a trading que receberá o grão, cultivar soja convencional pode ser um excelente negócio para o produtor rural, com rentabilidade superior ao cultivo de soja transgênica. Além disso, importante citar que o produtor que cultiva soja convencional não tem custos com a taxa tecnológica, cobrada pelo uso das tecnologias transgênicas.

Safra após safra, o Instituto Soja Livre vem buscando manter o espaço da soja convencional em meio às lavouras de soja transgênica, pois entende que a manutenção desta tecnologia no mercado é benéfica a todos os produtores rurais, pois se apresenta como uma opção de cultivo. Além disso, tecnicamente, o uso de cultivares convencionais favorece a rotação de mecanismos de ação herbicida, que tem sido recomendada como um método para controlar e/ou prevenir a resistência de plantas daninhas ao glifosato.

Tradings, obtentores de cultivares, sementeiros, pesquisadores e produtores rurais estão envolvidos nesse trabalho de levar a todos os estados brasileiros as vantagens competitivas e sustentáveis da soja convencional.

O objetivo é, especialmente, dar ao agricultor brasileiro a liberdade de escolher qual tecnologia utilizar.

Para mais informações sobre a soja convencional, acesse os sites do Instituto Soja Livre  e do Portifólio de soja convencional da Embrapa Soja 

Por Rodrigo Luis Brogin e Odilon Lemos de Mello Filho, pesquisadores da Embrapa Soja e Eduardo Vaz da Silva, Coordenador-Executivo do Instituto Soja Livre
Edição de texto e imagens:
Marcelo Sá – jornalista/editor e produtor literário (MTb 13.9290)

 

 

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