Os contratos futuros da soja fecharam em baixa na CBOT, com os principais vencimentos registrando quedas de 5,50 a 6,25 centavos. O julho/18 fechou cotado a US$ 8,61 ¼, o agosto/18 a US$ 8,66 ¾ e o novembro/18 a US$ 8,83 ½ o bushel.
Os contratos futuros do farelo de soja também fecharam em baixa na CBOT, com os principais vencimentos registrando quedas de US$ 0,20 a US$ 2,50. O julho/18 fechou cotado a US$ 331,40, o agosto/18 a US$ 330,70 e o dezembro/18 a US$ 331,30 a tonelada curta.
Mário Mariano Moraes Júnior, analista da Novo Rumo Corretora, destaca que a queda ocorre em função de falta de demanda. Os preços atuais representam o segundo menor em 23 sessões mas, mesmo assim, eles não são suficientes para promover uma reversão de tendência a vista.
Isso ocorre porque há uma ausência de compras chinesas. Informações oficiais dão conta de um cancelamento de compra de 120.000 toneladas de soja norte-americana por parte do país asiático. A valorização do dólar em relação a várias moedas também acaba encarecendo a soja americana em relação a outros mercados, como o sul-americano.
No curto prazo, a única possibilidade de reversão de tendência viria com uma relação comercial entre Estados Unidos e China, o que não há sinais de que pode ocorrer no momento.
Já o Brasil enfrenta problemas pontuais em função da questão dos transportes, que ainda não tem uma definição clara. A tabela mínima de fretes para longa distância ainda não foi um fator resolvido pelo Governo, de forma que o cenário se torna inadequado para os compradores.
Nesta quinta-feira, líderes dos caminhoneiros se reuniram com empresas que contratam os serviços de transportes no STF (Supremo Tribunal Federal). Porém, o encontro terminou sem um acordo das partes. Em meio a esse impasse, o ministro Luiz Fux, informou ter mantido para o dia 27 de agosto uma audiência pública para debater o assunto.
Soja Argentina
Segundo informa a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) em seu Panorama Agrícola Semanal (PAS), a colheita de soja está praticamente finalizada na Argentina, após alcançar 99% da área plantada.
Faltam apenas 175.000 hectares para a campanha ser dada como encerrada, esses que estão localizados em sua totalidade na província de Buenos Aires.
A produção final está estimada em 36 milhões de toneladas, refletindo uma queda anual de 37,4% devido a condições climáticas adversas durante o ciclo do cultivo, assim como uma redução de 6,3% da área plantada em comparação com 2016/17.
O rendimento médio deve ser de 2.140 kg (35,6 sacas) por hectare.
Milho: À espera dos dados do USDA, mercado recua na CBOT
Os contratos futuros do milho fecharam em baixa na CBOT, com os principais vencimentos registrando quedas de 7,25 a 7,50 centavos. O julho/18 fechou cotado a US$ 3,45, o setembro/18 a US$ 3,54 ¼ e o dezembro/18 a US$ 3,66 o bushel.
Os contratos futuros do trigo fecharam em baixa na CBOT, com os principais vencimentos registrando quedas de 1,50 a 5 centavos. O setembro/18 fechou cotado a US$ 4,83 ½ e o dezembro/18 a US$ 4,99 ½ o bushel.
“Os contratos futuros do milho caíram nesta quinta-feira, antes de um importante relatório do governo dos EUA, que deve ser divulgado nesta sexta-feira, para estimar as áreas cultivadas com milho e soja no país na nova temporada”, reportou a Reuters.
Nesta sexta-feira, o USDA divulga as suas estimativas para a área plantada com o milho no país nesta safra e os números dos estoques trimestrais. “Olhando para as estimativas médias, os estoques de milho em junho devem ser os mais altos desde 1988, enquanto os estoques de soja em junho devem ter um novo recorde”, informou o Commerzbank em nota.
Já a área cultivada deverá ficar próxima de 35.84 milhões de hectares, ligeiramente acima do número do último relatório, de 35.72 milhões de hectares. “Com isso, os preços do milho e da soja estão sob pressão antes dos números de amanhã para ações dos EUA e área plantada”, disse o Commerzbank.
As boas condições climáticas nos EUA também contribuíram pressionar negativamente as cotações do cereal.
Contudo, as quedas ainda foram limitadas pelos dados das vendas semanais de milho, divulgadas pelo USDA nesta quinta-feira. No caso do milho, na semana encerrada no dia 21 de junho, as vendas da safra velha somaram 849.900 toneladas. Da safra nova, o volume foi de 636.800 toneladas.
Mercado interno
Segundo levantamento do economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, a saca subiu 7,14%, em Brasília, e foi cotada a R$ 30,00. Em Assis (SP), a alta foi de 1,56%, com a saca cotada a R$ 32,50.
Já em Campo Grande (MS), a saca caiu 5,45% e foi cotada a R$ 26,00. Em Campinas (SP), a queda foi de 2,81%, com a saca cotada a R$ 38,00. No Porto de Paranaguá, a saca no mercado futuro, para entrega em agosto/18, permaneceu estável a R$ 38,00.
No mercado doméstico, as cotações ainda continuam sendo pressionadas pelo andamento da colheita do milho safrinha. Além disso, o impasse sobre o tabelamento dos fretes também contribui para pressionar negativamente os preços e tem deixado as negociações mais lentas.