Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT), após seis pregões sucessivos de queda, fecharam praticamente estáveis, após o movimento de alta resultante da divulgação do relatório do USDA. Os principais vencimentos registraram ganhos de 0,25 a 0,50 centavos, com o julho/18 cotado a US$ 9,54, o agosto/18 a US$ 9,59 ½ e o novembro/18 a US$ 9,74 ½ o bushel.
Os contratos futuros do farelo de soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) após oito pregões consecutivos de queda fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de US$ 2,30 a US$ 2,60, com o julho/18 cotado a US$ 353,50 e o agosto/18 a US$ 355,20 a tonelada curta.
O USDA anunciou a venda de 152.000 toneladas de milho para o México. Do total, 114.000 toneladas são da safra 2017/18 e 38.000 toneladas da safra 2018/19.
Mercado brasileiro
Segundo levantamento do economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, em Rio do Sul (SC), a saca da soja caiu 2,60% e foi cotada a R$ 75,00. Na região de São Gabriel do Oeste (MS), a queda foi de 1,47%, com a saca cotada a R$ 67,00.
No Rio Grande do Sul, a saca caiu 0,72% em Não-me-toque e foi cotada a R$ 68,50. Em Panambi, a queda foi de 0,68%, com a saca cotada a R$ 70,02. Em Palma Sola (SC), a a saca caiu 0,67%, e foi cotada a R$ 74,50.
No Porto de Paranaguá, a saca no mercado futuro, para entrega em março/19, subiu 1,21% e foi cotada a R$ 83,50. No terminal de Rio Grande o dia foi de estabilidade para os preços da soja.
“Os negócios estão parados e o ritmo dos embarques está desacelerando nos portos com a indefinição sobre a tabela de frete. O volume das exportações nos primeiros dias úteis está abaixo do registrado no mesmo período de 2017”, disse o consultor Vlamir Brandalizze.
Tabela de Fretes
Alinhado com o setor de agronegócios, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, passou a defender que o tabelamento dos fretes rodoviários de cargas seja apenas “referencial”, e não obrigatório como prevê a Medida Provisória 382/2018.
O relator da MP na comissão mista do Congresso, o deputado governista Osmar Terra (MDB-RS), disse ontem ao Valor, porém, que não abrirá mão de manter a obrigatoriedade do cumprimento dos valores mínimos estabelecidos para empresas que contratam o serviço junto a transportadores.
Terra é radicalmente contra uma tabela apenas facultativa, medida já proposta pelo deputado ruralista Arnaldo Jardim (PPS-SP) por meio de emenda.
Para Blairo Maggi, o mercado de fretes deveria continuar livre, ainda que, como membro do governo, o ministro não queira bater de frente com a MP editada pelo presidente Michel Temer.
“Mas precisamos chegar a um entendimento sobre preços de partida. O que está acontecendo neste momento é que não estamos chegando a um valor técnico e estamos discutindo um valor arbitrado pelos motoristas”, disse o ministro, que hoje participou de audiência pública no Senado sobre a crise da BRF.
Em meio à indefinição sobre os fretes, lembrou o ministro, os impactos sobre o agronegócio aumentam a cada dia. Segundo dados repassados por representantes do setor ao Ministério da Agricultura, os prejuízos podem chegar a US$ 23.8 milhões em multas a serem pagas por empresas exportadoras.
Isso porque há cerca de 60 navios contratados, mas parados nos portos brasileiros já há 11 dias, aguardando cargas de grãos e derivados que não chegam por causa das negociações travadas com transportadores rodoviários.
“O problemas é que muitas empresas exportadoras, como a BRF, por exemplo, não estão conseguindo formar preços para o futuro. Temos que ter um pouco de paciência e não há previsão para uma solução. Gostaria que a ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres] definisse uma nova tabela para destravar o país”, disse, em referência à iminente divulgação de uma terceira versão da tabela de fretes pelo governo.
Milho
Os contratos futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam em alta de mais de 2,5%. Os principais vencimentos registraram ganhos de 10 a 10,50 centavos, com o julho/18 cotado a US$ 3,77 ½ e o setembro/18 a US$ 3,86 ¾ o bushel.
Os contratos futuros do trigo negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam em forte alta de mais de 3,7%. Os principais vencimentos registraram ganhos de 18,75 a 20 centavos, com o julho/18 cotado a US$ 5,34 ½ e o setembro/18 a US$ 5,50 o bushel.