Soja: com previsões do tempo nos EUA divergentes, mercado fecha em leve baixa na CBOT

Após operar grande parte do dia em alta, os contratos futuros da soja recuaram em fecharam em leve baixa na Bolsa de Chicago, com os principais vencimentos  registrando quedas de 0,50 a 1 centavo, com o julho/17 cotado a US$ 9,31 ¾ e o novembro/17, referência da safra americana, a US$ 9,39/bushel.

O mercado futuro norte-americano ainda segue um tanto confuso diante das últimas previsões climáticas para o Meio-Oeste para os próximos dias e semana e, nesse ambiente de elevada especulação, os fundos seguem aproveitando as oportunidades para realizar lucros.

Segundo o agrometeorologista David Streit, do Commodity Weather Group, em entrevista ao portal Agriculture.com, partes do Meio-Oeste receberão algumas chuvas em breve, porém, as pancadas poderão ser intermitentes e irregulares. Assim, saber com precisão aonde essas chuvas chegarão se mostra uma tarefa bastante difícil neste momento.

Algumas ‘tempestades’ são esperadas a partir do fim desta quarta-feira do leste de Iowa à Indiana. Na previsão mais longas, para os próximos sete dias, são esperados volumes de até 50,8 mm (ou 2 polegadas) de chuvas em uma área maior do Corn Belt.

Na última segunda-feira (12/6), o USDA divulgou que 66% das lavouras de soja estavam em boas ou excelentes condições. O número ficou dentro de um intervalo de 65% a 70% que vinha sendo esperado pelo mercado, porém, bem abaixo dos 74% registrados no mesmo período do ano passado.

Não só a soja exige atenção nos EUA nesta temporada, mas também o milho e, principalmente, a nova safra de trigo de primavera. No mesmo relatório, o USDA indicou que houve uma redução de 10% para 45% no percentual das lavouras de trigo em boas ou excelentes condições.

A empresa especializada em meteorologia WxRisk.com informa que nos próximos 6 a 10 dias, “o modelo europeu mostra área de chuvas moderadas em partes do Meio-Oeste, mas que ainda há extensas áreas com pouca ou nenhuma precipitação, especialmente, no oeste do Corn Belt e no centro das Planícies”.

Ainda de olho no clima, milho fecha em baixa na CBOT

O dia foi de volatilidade para os contratos futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Após iniciar o dia em alta, os principais vencimentos recuaram e encerraram o dia em quedas de 3,50 a 4,00 centavos. O julho/17 fechou cotado a US$ 3,77/bushel, enquanto o dezembro/17 fechou a US$ 3,95 ½ o bushel.

O foco do mercado permanece no comportamento do clima no Meio-Oeste.

“O milho da parte leste do Corn Belt está entrando em fase de polinização em bom estado, porém, na parte oeste as condições não são as melhores devido à escassez de umidade”, informou a Granoeste Corretora de Cereais em seu comentário diário.

O site Agriculture.com destacou que os maiores produtores de milho e soja nos EUA, Iowa e Illinois, receberam pouca ou nenhuma chuva nos últimos dias. Em entrevista ao portal, o meteorologista David Streit, da Commodity Weather Group, informou que algumas chuvas são previstas para o Corn Belt em breve.

“Mas as tempestades serão intermitentes e irregulares, por isso, prever exatamente onde a precipitação cairá é difícil identificar. Nenhum dos sistemas que produzem chuvas é muito organizado”, disse o especialista.

As áreas mais prováveis para perder as chuvas nos próximos setes dias são os estados ocidentais do cinturão produtor de milho, incluindo Nebraska, Kansas e Dakota do Sul. “Vários modelos meteorológicos estão apresentando poucas chuvas em partes do leste de Illinois e oeste de Indiana”, disse Streit.

Além disso, o clima quente também permanece sendo uma preocupação para os produtores americanos, cujas culturas recém-emergidas foram obrigadas a aguentar o calor forte recentemente. O meteorologista ainda disse que uma nova onda de calor é esperada no cinturão produtor de milho.

“Não são todas más notícias, embora a as chuvas previstas nos próximos 7 a 10 dias sejam intermitentes. As precipitações deverão ajudar a construir a umidade necessária do solo nas áreas contempladas”, disse Streit.

Ainda assim, o meteorologista alerta que algumas áreas de milho foram semeadas com solos úmidos. Cenário que resulta em sistemas radiculares rasos, então se o clima permanecer quente, mesmo antes da polinização, poderia significar problemas aos agricultores, informou o Agriculture.com.

“Para o milho é bastante difícil resistir até cerca de uma ou duas semanas antes do processo de polinização. Se entrarmos na segunda ou quarta semana de julho, é quando você faz ou quebra seu rendimento. É quando vamos nos concentrar”, disse Streit.

Até o início dessa semana, 67% das lavouras apresentavam boas ou excelentes condições, segundo o último levantamento do USDA. Além disso, a queda registrada no petróleo, de 3,7% em Nova York, também pesou sobre o cereal dada a relação com o mercado de etanol no país. O vencimento julho/17 fechou cotado a US$ 44,65 o barril.

Mercado brasileiro

Segundo levantamento do economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, a saca subiu 6,67% em Campo Novo do Parecis (MT), cotada a R$ 16,00. Em Tangará da Serra (MT), a alta foi de 3,03%, com a saca cotada a R$ 17,00.

Já em Rondonópolis, ainda no estado mato-grossense, a queda foi de 2,63%, com a saca cotada a R$ 18,50. No Oeste da Bahia, o dia também foi queda com a saca cotada a R$ 22,50, em baixa de 1,10%.

No Porto de Paranaguá, a saca no mercado futuro caiu 1,69%, cotada a R$ 29,00.

Os preços permaneceram estáveis antes do feriado de Corpus Christi, comemorado nesta quinta-feira no Brasil. Contudo, a chegada da safrinha no mercado interno continua no radar do mercado. Em Mato Grosso, a colheita se aproxima de 6% da área cultivada nesta safra, já no Paraná, o percentual é de 1%.

Enquanto isso, na BM&F Bovespa os contratos futuros do milho encerraram o dia em queda. Os principais vencimentos caíram de 0,76% a 1,18%. O setembro/17, referência para a safrinha brasileira, recuou 0,92% e finalizou o dia cotado a R$ 26,94/saca. O novembro/17 terminou a sessão cotado a R$ 27,57/saca, em baixa de 1,18%.

As cotações cederam em meio à queda registrada no mercado internacional e também do dólar. A moeda norte-americana fechou em baixa de 0,84%, cotada a R$ 3,2805 para a venda.

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