Os contratos futuros da soja fecharam praticamente estáveis na CBOT. Pela segunda sessão consecutiva, o dia foi marcado por tímidas oscilações nos principais vencimentos, que registraram quedas entre 0,50 e 0,75 centavos. O maio/17 fechou cotado a US$ 9,37 ¾/bushel e o julho/17 a US$ 9,48 ½/bushel.
“Temos uma série de notícias negativas pesando sobre o mercado neste momento”, disse Don Roose, analista da U.S. Commodities. Entre elas, seguem as elevadas estimativas para a nova safra da América do Sul, com a INTL FCStone, por exemplo, estimando a colheita brasileira em mais de 111 milhões de toneladas ou a Céleres, com 113.8 milhões de toneladas e mais a estimativa de uma maior área de plantio nos EUA em cerca de 7% se comparada à temporada anterior.
No mercado interno, os preços sentiram, novamente, a pressão do conjunto dólar e Chicago em baixa nesta terça-feira. A moeda norte-americana voltou a operar abaixo dos R$ 3,10 e, dessa forma, somente no interior do Brasil as perdas ficaram entre 0,85%, em Panambi/RS, com a saca cotada a R$ 56,04 e 4,45%, no Oeste da Bahia, com a saca cotada a R$ 53,67.
Nos portos, a reação dos preços não foi comum. No terminal de Paranaguá, estabilidade a R$ 64,00 no mercado disponível e a R$ 64,50 para maio. Já em Rio Grande, queda de 1,23% e 0,60%, para R$ 64,00 e R$ 65,80, respectivamente. Em Santos, a saca foi cotada a R$ 65,00, em queda de 0,15%, enquanto em Imbituba/SC, a saca recuou 5,55% para R$ 63,00.
Novos negócios se mostram cada vez mais raros, com os produtores ainda retraídos com os preços cada vez mais baixos.
Bolsa de Chicago
O mercado parece terminar de absorver as informações de conclusão da safra da América do Sul, na medida em que vão especulando sobre a nova safra dos Estados Unidos, principalmente com relação a questão climática e essas informações deverão ocupar cada vez mais espaço no noticiário.
Os trabalhos de campo ainda não foram, efetivamente, iniciados no caso da soja nos EUA. Para o milho, apenas os estados mais ao Sul já deram início ao plantio e, embora se especule sobre um atraso, para os analistas de mercado da Labhoro Corretora, estas ainda são informações prematuras.
“No geral, os estados que já iniciaram o plantio, sendo a maioria no Sul do Cinturão de Produção, reportam uma atividade superior à registrada em 2016, em igual período “, dizem. “Após as chuvas previstas nos estados, entre 45 e 75 mm nos próximos 10 dias e com toda a tecnologia existente, o produtor americano tende a plantar muito mais rapidamente o milho e a soja”.
Assim, ainda segundo os executivos da Labhoro, as movimentações dos fundos também deverão ser acompanhadas de perto, uma vez que em boa parte, deverão ser direcionadas por essa especulação. Por enquanto, apenas o estado do Arkansas já deu início à semeadura 2017/18 e tem apenas 4% da área já concluída. Em 2016, nesse mesmo período, os trabalhos ainda não haviam sido iniciados.
Segundo o analista Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora, o cenário atual permanece ainda favorável para novas quedas. “Havia um suporte a US$ 9,60 que foi rompido. As vendas aumentaram na Bolsa de Chicago, também pela saída dos fundos, que estavam comprados”, disse. “Não só os fundamentos, mas também o lado das moedas (pressiona os preços)”.
Depois dos ganhos recentes, milho sofre correção técnica e fecha em queda na CBOT
Após as recentes altas registradas, os contratos futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) voltaram a ceder. Os principais vencimentos registraram quedas entre 4,25 e 4,75 centavos. O vencimento maio/17 fechou cotado a US$ 3,63/bushel, enquanto o julho/17 fechou a US$ 3,70 ¾/bushel.
Segundo informações da Reuters internacional, as cotações do cereal voltaram a recuar com o movimento de realização de lucros. “Os traders tomaram lucros depois dos preços atingirem os melhores patamares das últimas três semanas”.
Nos dois últimos pregões, as cotações do cereal acumularam ganhos expressivos após o USDA estimar uma redução na área destinada ao plantio do grão no país. A área plantada deverá alcançar 36.42 milhões de hectares nesta safra.
Inclusive, nos EUA, os produtores já iniciaram o cultivo do cereal na região sul. E depois de um período com chuvas, as perspectivas são de melhores condições para o plantio do grão. Os trabalhos nos campos deverão ser intensificados durante os meses de abril e maio.
“Essa janela de plantio parece que se abre quando chegamos à última quinzena de abril. Nós não vemos nenhum problema em plantar”, disse Don Roose, presidente da Iowa Commodities.
Por outro lado, o mercado ainda acompanha as informações vindas da América do Sul. “Ainda assim, a colheita abundante registrada em 2016 permanece e os estoques trimestrais estão elevados, apesar das taxas recordes de uso do grão. E as potencialidades de culturas da América do Sul também parecem preocupantemente grandes”, disse Tobin Gorey, ao Agrimoney.com.
Mercado brasileiro
As cotações do milho no mercado brasileiro registraram ligeiras modificações nesta terça-feira. Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, a saca cedeu 4,17% em Tangará da Serra (MT) cotada a R$ 23,00. Em Campo Grande (MS), a queda foi de 2,27%, com a saca cotada a R$ 21,50.
Na região de Assis (SP), a saca caiu 2,08% e foi cotada a R$ 23,50. Em São Gabriel do Oeste (MS), a saca subiu 2,33%, cotada a R$ 22,00.
No Porto de Paranaguá, o dia foi de estabilidade com a saca cotada a R$ 29,00 no mercado futuro.
De modo geral, as cotações do cereal apresentaram quedas significativas nos últimos 15 dias, como destaca o pesquisador do CEPEA, Lucilio Alves. O cenário é decorrente da boa safra de verão, das condições favoráveis da safrinha, com clima bom e plantio dentro da janela ideal e, da deflagração da Operação Carne Fraca.
Enquanto isso, na BM&F Bovespa, os contratos futuros do milho registraram quedas mais fortes nesta terça-feira. Os principais vencimentos caíram entre 1,26% e 2,14%. O contrato maio/17 fechou cotado a R$ 27,40/saca e o setembro/17 a R$ 26,90/saca. Já o novembro/17 finalizou o pregão cotado a R$ 27,70/saca.