Soja cede em Chicago com vendas técnicas e chuvas na Argentina. Preços caem no Brasil

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago voltaram a fechar em baixa, com os principais vencimentos registrando quedas de 5,50 a 5,75 centavos. O janeiro/18 fechou cotado a US$ 9,56 e o maio/18, que é referência para a safra brasileira, a US$ 9,77 ¾ o bushel.

Os contratos futuros do farelo de soja negociados na Bolsa de Chicago também voltaram a fechar em baixa, com os principais vencimentos registrando quedas de US$ 3,30 a US$ 3,40 por toneladas curta. O janeiro/18 fechou cotado a US$ 315,20 e o maio/18, que é referência para a safra brasileira, a US$ 322,40.

O mercado segue direcionado pelas condições climáticas na América do Sul, que melhoraram tanto no Sul do Brasil, quanto a Argentina e também no Paraguai. As chuvas dos últimos dias, embora insuficientes para algumas regiões, trouxeram algum fôlego para os produtores dessas áreas e pesaram sobre os preços.

Além disso, o mercado segue se ajustando antes do final do ano, buscando garantir lucros e um bom posicionamento antes do início de 2018, quando a safra sul-americana já estará um pouco mais adiantada, permitindo estimativas mais assertivas sobre seu potencial dali em diante.

Em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta segunda-feira (18/12), o climatologista Luiz Carlos Molion afirmou que o La Niña previsto deverá ser de forte intensidades, porém, sem causar grandes prejuízos para a safra do Brasil. Tanto a temporada em desenvolvimento, quanto a safrinha deverão contar com boas condições climáticas. Os alertas, porém, ficam por conta dos veranicos que podem ocorrer.

Nesta terça-feira, o USDA anunciou uma nova venda de 145.000 toneladas de soja da safra 2017/18 para a China. Este foi o segundo anúncio da semana e, no total, as vendas já chegam a 541.000 toneladas, sendo todo o volume destinado aos chineses.

“Os chineses seguem comprando, já que nossos preços (nos EUA) estão muito baixos. Vale a pena guardar e estocar”, disse o analista da Price Futures Group, Jack Scoville.

O que ainda pressiona as cotações, porém, são os movimentos de vendas técnicas por parte dos fundos, que buscam ajustar suas posições antes da chegada do final do ano, em busca de lucros. Com o recuo registrado nesta terça-feira, já são 10 sessões de queda da oleaginosa.

Mercado Nacional

No Brasil, as cotações recuaram de forma bastante expressiva nesta terça-feira refletindo a combinação da queda em Chicago e do dólar.

No interior, as quedas ficaram entre 0,85% e 3,17%. Já nos portos, estabilidade na maior parte das cotações. No terminal de Rio Grande, a saca foi cotada a R$ 73,50 no mercado disponível e a R$ 73,00 para a safra nova, sem variação. Em Paranaguá, queda de 0,68% no mercado disponível, para R$ 73,00 e a R$ 73,50 para a safra nova.

Grande oferta global limita ganhos em Chicago e o milho fecha praticamente estável

Os contratos futuros do milho negociados na CBOT fecharam praticamente estáveis, com os principais vencimentos registrando alta de 0,50 centavos. O março/18 fechou cotado a US$ 3,47 ½ e o maio/18 a US$ 3,55 ¾ o bushel.

Diante da falta de notícias que possam movimentar o mercado, os cotações continuaram sem oscilações significativas. “O milho exibiu ligeiras movimentações, com preços limitados por grandes suprimentos globais”, destacou a Reuters.

Ainda essa semana, a Informa Economics elevou a sua estimativa da safra americana de milho para 372.8 milhões de toneladas. O volume ficou acima do estimado pelo USDA em seu último relatório de oferta e demanda, de 370.3 milhões de toneladas.

Além disso, o foco do mercado permanece no comportamento das chuvas na América do Sul, principalmente na Argentina. “Muitas das fraquezas foram causadas pelas chuvas na Argentina e há mais chuva nas previsões para essa semana”, destacou Brian Hoops, Presidente da Midwest Market Solutions à Reuters.

Mercado interno

No mercado doméstico, o dia também foi de ligeira movimentação dos preços. Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, em Sorriso (MT), a saca subiu 2,5%, cotada a R$ 15,00. Em Campinas (SP), a alta foi de 3,16%, com a saca cotada a R$ 32,60.

No Oeste da Bahia, a saca subiu 1,75% e terminou o dia cotada a R$ 29,00. No Porto de Paranaguá, a saca no mercado disponível se manteve estável a R$ 31,50.

A continuidade da retração dos vendedores tem mantido os preços mais altos nas principais praças brasileiras. Do mesmo modo, as novas estimativas da Conab também contribuem para a manutenção do cenário.

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