Soja: Brasil precisa plantar mais 1.14 milhão de hectares por ano

A soja pode subir mais? “Sim, porque há dois fatores decisivos para isso: de um lado, o grande apetite chinês, forte o suficiente para durar algumas décadas e, de outro, a grande escassez de matéria-prima no mundo. No entanto, haveria necessidade de plantar mais 1.14 milhões de hectares por ano no Brasil, pelos próximos dez anos”, informou a consultoria TF Agroeconômica.

Soja

Fatores de alta

Forte de demanda chinesa que ainda vai durar muito – As importações chinesas de soja aumentaram de 82.54 milhões de toneladas na temporada 2018/19 para 100 milhões de toneladas em 2020/21.

Grande escassez de soja no mundo – O USDA atribui à China uma demanda de 100 milhões de toneladas, das quais ela já comprou 37 milhões de toneladas dos EUA e 59.5 milhões de toneladas do Brasil e faltariam comprar mais 3.5 milhões de toneladas, mas não há mais produto disponível no mundo.

Grande escassez de soja no Brasil – Indústrias paradas ou rodando muito abaixo de sua capacidade por falta de matéria-prima nos principais estados brasileiros, especialmente Rio Grande do Sul e Paraná.

Pelos cálculos do setor de análise da TF Consultoria, o Brasil precisaria aumentar em 1.14 milhões de hectares, ou 3.99 milhões de toneladas/ano, nos próximos dez anos, para atender a demanda atual da China, sem contar o seu crescimento populacional neste período e mais o aumento da demanda brasileira de óleo (plano nacional de biocombustível) e farelo (demanda interna e externa).

Falta de farelo para atender a demanda interna – Esta escassez de soja está fazendo que algumas indústrias paranaenses comprem farelo de soja de esmagadoras do Mato Grosso do Sul para atender os seus clientes locais.

Clima adverso na América do Sul – Excesso de chuvas na colheita estraga a produção, tornando-a imprestável para exportação, como acontece neste início de colheita no Brasil, embora se espere que seja um pequeno volume deteriorado.

Dólar acima de R$ 5,00 – O Instituto Internacional de Finanças (IIF) estimou esta semana que a cotação justa da moeda brasileira é de R$ 4,50, levando em conta os fundamentos. O Bank of America estimou R$ 4,80 e afirma estar otimista com as reformas, mas alerta que a janela para aprovação é relativamente curta, considerando as eleições em 2022.

Então, com o dólar a R$ 5,38 (fechamento de sexta-feira), é para ser aproveitado (eventualmente a fixação apenas do dólar, sem fixar o preço definitivo, já que Chicago poderá subir um pouco ainda).

Fatores de baixa

Início da colheita no Centro-Oeste, que poderia dar algum alívio à demanda – Como consequência, os preços, tanto do mercado interno, quanto de Chicago, estão começando a andar de lado e não subir quanto nos dois trimestres anteriores.

Recompras – Preços excessivamente altos fizeram algumas indústrias chinesas preferirem fazer washouts de suas posições compradas no Brasil do que embarcar e esmagar, devido às margens negativas de esmagamento no país. Isto mostra que o mercado da ponta consumidora ainda não esticou suficientemente os preços para acompanhar o restante da cadeia.

Milho

Segundo a equipe de analistas de mercado da TF Agroeconômica, o mercado do milho internacional segue em tendência de forte valorização das cotações. Para os especialistas, dão suporte aos preços do cereal fatores como demanda aquecida, principalmente da China, escassez de oferta e valorização do dólar.

Fatores de alta

Forte de demanda chinesa que ainda vai durar muito – O escritório do USDA em Pequim estimou as importações da China em 22 milhões de toneladas contra a última projeção do USDA de 17.5 milhões de toneladas, com aumento de 4.5 milhões de toneladas ou 25,72%, o que é muito. Aliado a um dólar acima de R$ 5,00, isso poderá enxugar ainda mais os parcos estoques brasileiros;

Grande escassez de milho no mundo – O aumento das importações da China pegou o mundo de calça curta.

Grande escassez de milho no Brasil – Embora a safra de verão esteja sendo colhida e os compradores estejam razoavelmente abastecidos, deverá haver falta do produto no período entre abril e meados de julho, quando os preços deverão ter outra onda de aumento, podendo atingir R$ 95,00/saca;

Dólar acima de R$ 5,00 – O Instituto Internacional de Finanças (IIF) estimou esta semana que a cotação justa da moeda brasileira é de R$ 4,50, levando em conta os fundamentos. O Bank of America estimou R$ 4,80 e afirma estar otimista com as reformas. Então, o dólar acima de R$ 5,00 inflaciona os preços e é aproveitado pelos exportadores.

Fatores de Baixa

Início da colheita da safra de verão, nos estados do Sul, aliviando a pressão compradora – Por isso os preços estão andando de lado neste momento.

 

Fonte: Agrolink

Equipe SNA

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp