Soja: após fórum do USDA e ainda de olho na Argentina, mercado fecha em baixa em Chicago

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em queda. Os principais vencimentos registraram perdas de 2,25 a 2,50 centavos. O maio/18 fechou cotado a US$ 10,43 ¼ e o julho/18 a US$ 10,52 ½ o bushel.

Embora ainda muito conectados às informações que chegam do clima na América do Sul, especialmente aos dados climáticos da Argentina, o mercado acompanha também o Agricultural Outlook Forum 2018, que o USDA realiza nestes dias 22 e 23 de fevereiro.

Em seus primeiros anúncios, o evento divulgou estimativas de áreas menores de soja e milho para a nova safra, de 36.42 milhões de hectares, para ambas as culturas. Dessa forma, a produção de soja esperada é de 117.03 milhões de toneladas, contra pouco mais de 119 milhões de toneladas no ano passado.

Ainda nesta quinta-feira, o USDA divulgou a venda de 110.000 toneladas de soja, sendo 55.000 tonelada da safra 2017/2018 e 55.000 toneladas da safra 2018/19, para destinos não revelados.

Embora os fundamentos ainda sejam bastante positivos, uma vez que as condições climáticas na Argentina continuam as mesmas e desfavoráveis para as lavouras em boa parte das regiões produtoras do país, ainda há muita incerteza sobre o tamanho da safra.

Ainda assim, para analistas e consultores, o mercado em Chicago também precisa de mais informações para continuar suas trajetória de alta a partir desse momento. Para Flávio França Junior, da França Junior Consultoria, porém, os preços alcançaram patamares mais reais neste momento, mais condizentes com o quadro atual.

Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduz estimativa da safra de soja argentina para 47 milhões de toneladas

Nesta quinta-feira (22 de fevereiro), a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) reduziu a sua estimativa para a produção de soja na Argentina para 47 milhões de toneladas, contra uma previsão de 50 milhões de toneladas divulgada anteriormente.

Segundo as previsões climáticas, o cenário atual poderia ser ainda pior nos próximos dias, já que não são esperadas chuvas nem a curto, nem a médio prazo. O clima seco e as altas temperaturas seguem afetando a produção da oleaginosa em quase todo o centro e sul da região agrícola.

No início da semana, algumas chuvas trouxeram alívio momentâneo para setores de Buenos Aires, mas ainda prevalece uma condição hídrica de regular a seca na província e o cultivo já apresenta danos irreversíveis que, inclusive, podem se acentuar.

Em Córdoba, Santa Fe e Entre Ríos, além das quedas no rendimento, também se soma o risco de perda de grande parte da área plantada como soja de segunda etapa, que foi recorde na presente safra.

No norte do país, a região do Noroeste Argentino ainda apresenta uma oferta hídrica favorável, com excessos em zonas pontuais do norte de Salta. A região do Nordeste Argentino, por sua vez, começou a apresentar umidade regular em áreas que iniciam etapas reprodutivas.

Excesso de chuva atrapalha plantio do milho no Cerrado

Segundo a Climatempo, um corredor de umidade continua posicionado sobre toda faixa centro-norte do Brasil. Com isso, há previsão de chuva em grande parte do Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e em quase todo o Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia, Pará e Rondônia. Também há possibilidade de que ocorram algumas pancadas bem isoladas sobre a faixa leste da região Sul e de São Paulo, devido aos ventos úmidos que sopram do Atlântico em direção ao continente.

Já em grande parte dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, o tempo permanecerá aberto e sem previsão de chuvas generalizadas.

As chuvas que vêm ocorrendo em grande parte do cerrado atrapalham o pleno andamento da colheita da soja e posterior plantio das lavouras de segunda safra, em especial a do milho. Além disso, algumas lavouras de soja do extremo norte do Mato Grosso apresentam altos índices de grãos ardidos e alguns até já apodreceram. É difícil mensurar as reais perdas que isso poderá trazer a produção do estado, mas é fato que vários produtores dessas localidades terão redução nas médias de produtividade.

Tendência

O tempo fechado e com chuva a qualquer hora do dia deverá se manter inalterado ao longo dos próximos dias. Somente em meados da semana que vem é que o tempo volta a abrir e, com isso, os produtores conseguirão prolongar seus trabalhos de campo por mais horas durante o dia. Mas, até lá, os trabalhos de colheita e plantio irão ser paralisados ao longo do dia por conta dessas pancadas de chuvas.

Já no Sul, o tempo aberto, principalmente no Paraná, Mato Grosso do Sul e em São Paulo manterão as condições bastante favoráveis aos trabalhos de campo. Nessas áreas, há previsão de chuva já no inicio da semana que vem, ou seja, até o momento as condições meteorológicas estão bastante favoráveis à produção agrícola.

Após seis altas consecutivas, milho registra correção técnica e tem leve queda na BM&F

Os contratos futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago fecharam em leve alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 0,75 a 1 centavo. O maio/18 fechou cotado a US$ 3,74 ¾ e o julho/18 a US$ 3,82 ½ o bushel.

O mercado segue atento às primeiras estimativas da nova safra dos EUA. Segundo os primeiros números divulgados pelo Outlook Forum, os produtores deverão plantar 36.42 milhões de hectares de milho.

O número ficou ligeiramente acima da área semeada na safra passada de 36,46 milhões de hectares.

Por outro lado, o clima na Argentina segue no radar dos participantes do mercado. Depois de um longo período com tempo seco, as lavouras de milho já apresentam perdas consolidadas e as projeções indicam uma safra menor nesta temporada.

Uma melhor precipitação poderia ajudar as lavouras de soja tardias na Argentina, mas essas chuvas seriam muito atrasadas para uma grande parcela da cultura do milho, disse Benson Quinn Commodities ao Agrimoney.com.

Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduz estimativa da safra de milho argentina para 37 milhões de toneladas

A Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduziu a sua estimativa para a safra de milho de 39 milhões de toneladas para 37 milhões de toneladas, 4 milhões de toneladas a menos do que foi estimado em setembro.

As áreas do cereal estão no período de definição de rendimento com reservas hídricas regulares em parte do país, fator que faz com que as expectativas para o rendimento sejam menores.

O norte do país, por sua vez, está com condições de reservas hídricas adequadas e grande parte dos quadros conserva uma boa condição. O clima nas próximas semanas será fundamental para avaliar o potencial de rendimento nas áreas mais tardias, que estão iniciando seu período crítico.

Milho Paraná

O Departamento de Economia Rural (Deral) fez leves ajustes em suas estimativas para a safra 2017/18 e agora indica uma produção de 19.28 milhões de toneladas de soja na atual temporada, contra 19,26 milhões de toneladas na previsão de janeiro.

Com relação ao milho primeira safra, o órgão ligado à Secretaria de Agricultura do Estado estimou uma colheita de 2.97 milhões de toneladas, contra 2.98 milhões de toneladas na previsão do mês passado.

Já o milho segunda safra (safrinha), colhido em meados do ano, deverá alcançar uma produção de 12.35 milhões de toneladas no Estado, acima das 12.28 milhões de toneladas estimadas em janeiro.

Até o momento, o Paraná já colheu 9% da área de soja e 6% da de milho primeira safra, enquanto plantou 16% do previsto de milho “safrinha”, informou o Deral.

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