Soja ainda sente pressão do clima na América do Sul e segue recuando em Chicago

Os contratos futuros da soja continuam a recuar na Bolsa de Chicago e fecharam em baixa, com os principais vencimentos registrando perdas de 5,25 a 5,50 centavos. O janeiro/18 fechou cotado a US$ 9,48 ¾ e o maio/18 a US$ 9,70 ½ o bushel.

Os contratos futuros do farelo voltaram a fechar em baixa, com os principais vencimentos registrando quedas de US$ 1,40 a US$ 1,60 por tonelada curta. O janeiro/18 fechou cotado a US$ 314,20 e o maio/18 a US$ 321,50.

“O mercado de grãos está bastante calmo, com os traders focados já nos feriados de final de ano. Os fundamentos continuam os mesmos e a situação climática na América do Sul é, nesse momento, adequada para o desenvolvimento da nova safra”, diz o boletim diário da Allendale Advisory Center.

Desde o feriado de Ação de Graças nos EUA, comemorado em 23 de novembro, os contatos futuros da soja já perderam quase 50 centavos.

“Fundamentalmente o mercado de soja não tem nada substancial para subir, mas temos que respeitar que o mesmo está sobre vendido e os fundos podem cobrir um pouco das posições antes do final do ano. O clima neste momento é o único e principal fator capaz de mover os preços para cima”, disse o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo Sousa.

Nesta quinta, os números das vendas semanais americanas divulgados pelo USDA vieram dentro das expectativas do mercado e também sem força suficiente para mexer de forma significativa nos preços.

Na semana encerrada em 14 de dezembro, as vendas da soja totalizaram 1.742.900 toneladas, enquanto o mercado esperava algo entre 1.3 e 1.8 milhão de toneladas. A China seguiu como a maior compradora da soja americana. Os números mostram também que no acumulado do ano comercial, as vendas já somam 39.537.000 toneladas, ainda abaixo das 46.911.000 toneladas do ano passado, nessa época. O USDA estima que as exportações de soja 2017/18 dos EUA somem 60.550.000 toneladas.

Ainda segundo números do USDA, as vendas semanais de farelo de soja foram de 184.100 toneladas, a maior parte para a Colômbia. O mercado esperava algo entre 100.000 e 300.000 toneladas. De óleo, foram vendidas 24.200 toneladas, contra expectativas de 5.000 a 25.000 toneladas. O maior comprador foi a República Dominicana.

Argentina 

Segundo o Panorama Agrícola Semanal (PAS) da Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA), as últimas chuvas registradas na Argentina sobre partes de Córdoba, Santa Fe e Buenos Aires melhoraram as condições de umidade e permitiram com que o plantio de soja e milho fosse retomado. Foram plantados, na última semana, mais de 1.300.000 hectares de soja e 860.000 hectares de milho.

Por sua vez, o norte argentino apresenta um estado hídrico entre seco e regular que impacta o início dos trabalhos de plantio, colocando em risco a concretização das intenções se não forem registradas novas chuvas durante as próximas semanas.

A região núcleo se encontra em reta final de plantio de soja, enquanto o norte registra apenas progressos isolados desde o início da janela ideal.

O plantio de soja alcançou 70,9% dos 18.1 milhões de hectares estimados, enquanto o milho chegou a 61,2% dos 5.4 milhões de hectares projetados.

Milho

Os contratos futuros do milho negociados na CBOT voltaram a fechar em alta, com os principais vencimentos registrando ganhos de 1,75 a 2 centavos. O março/18 fechou cotado a US$ 3,51 ¼ e o maio/18 a US$ 3,59 ½ o bushel.

Os americanos venderam 1.558.300 toneladas de milho na última semana, com a maior parte destinada ao México. O número veio bem mais alto do que o da semana anterior e está 82% acima da média das últimas quatro semanas. As expectativas do mercado variavam de 800.000 a 1.1 milhão de toneladas.

Com isso, o acumulado no ano comercial vai para 25.324.400 toneladas, enquanto no ano passado o volume passava de 34 milhões de toneladas. O USDA estima que as vendas alcancem 48.900.000 toneladas.

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