1- Plantio
Os trabalhos de plantio da safra 2019/2020 de soja seguem atrasados por conta da falta de chuvas expressivas. De acordo com levantamento da consultoria AgRural, a semeadura chegou em 11%, contra 20% no ano passado.
O ganho de ritmo foi puxado por Mato Grosso, onde a área plantada saltou para 24%. Mesmo com chuvas ainda irregulares, os volumes e a distribuição melhoraram no estado, estimulando os produtores a avançar com mais rapidez.
Já a consultoria Safras & Mercado estima que o plantio tenha atingido até a última sexta-feira a 9,40% da área do Brasil, contra 17,60% em igual período do ano passado e 11% na média dos últimos cinco anos.
2- Replantio
Regiões do oeste do Paraná e do sul de São Paulo devem realizar o replantio da soja. Isso porque após a semeadura do grão, o tempo secou e prejudicou a condição das lavouras.
“Alguns grãos pegaram umidade e outros não. Estimamos que a soja vá nascer toda falhada”, disse o produtor rural de Quarto Centenário (PR) Eduardo Moratelli. Segundo ele, caso não chova na área, 600 hectares dos 1.100 hectares semeados terão que ser replantados, gerando custo entre R$ 700 a R$ 1.000 por hectare.
3- Produção recorde
Em seu primeiro levantamento oficial para a nova temporada, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou que a safra brasileira de soja possa superar 120 milhões de toneladas e bater o recorde histórico do ciclo 2017/2018, de 119 milhões de toneladas.
4- Área plantada
Segundo a Conab, a expectativa é de que a área plantada com soja atinja 36.5 milhões de hectares, com alta de 1,90% em relação à temporada anterior, de 35.8 milhões de hectares.
5- Comercialização adiantada
O último relatório da consultoria Safras & Mercado, de 4 de outubro, indicou que as vendas antecipadas da safra 2019/2020 estão com maior ritmo do que o registrado no ano passado.
A empresa afirma que os negócios envolvendo a oleaginosa atingiram 25,80% da produção. Em igual período do ano passado, o total negociado chegava a 27,30% e a média histórica é de 22,60%.
6- Preços
A confirmação de um acordo parcial entre Estados Unidos e China, somada a fatores fundamentais como produção, estoques e clima para a safra norte-americana podem trazer força para soja na Bolsa de Chicago.
A consultoria Safras & Mercado informou que os valores podem testar a linha de US$ 9,50 no vencimento novembro. “Os ganhos recentes abrem espaço para correções técnicas negativas, mas o lado fundamental deve continuar trazendo fôlego. O momento é positivo para Chicago”.
7- Clima
A Somar Meteorologia indicou que nesta semana volta a chover na região Sul. A expectativa é de que uma frente fria provoque temporais no Sul do país, com possibilidade de granizo no Rio Grande do Sul e Paraná. Os maiores acumulados, no entanto, devem ser registrados por produtores gaúchos.
Ainda chove em outras áreas do país, como o norte de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Leste do Paraná, mas o destaque fica para o tempo seco na região Central. A partir da próxima semana é que as chuvas avançam mais e atingem outras áreas do sul do Brasil, como o Paraná.
8- Nevasca nos EUA
Os trabalhos de campo têm sido prejudicados por diversos fenômenos climáticos, dentre eles, temperaturas abaixo de 0ºC e até mesmo registros de tempestades de neve. Nos estados de Minnesota, Dakota do Norte, Montana, Iowa e Wisconsin, houve relatos de uma forte nevasca, onde alguns produtores já haviam começado a colheita. Segundo a Somar Meteorologia, o cenário não é incomum para essa época do ano.
“No ano passado, logo na primeira quinzena de outubro, houve registros de geadas e até mesmo neve nas lavouras. A diferença neste ano é que, com o excesso de chuva no início da safra e com o plantio atrasado, a fase de desenvolvimento das áreas produtoras está diferente”, disse a especialista da Somar, Heloísa Pereira.
9- Trégua na guerra comercial
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que um acordo de primeira fase foi firmado entre os norte-americanos e a China. Segundo ele, o tratado abrange questões de propriedade intelectual, serviços financeiros, política cambial e exportação de produtos agrícolas.
“Essa primeira parte trata de questões de propriedade intelectual, serviços financeiros e um acordo gigantesco para os agricultores norte-americanos”, disse Trump, acrescentando que a China prometeu adquirir entre US$ 40 a 50 bilhões de produtos agrícolas.
“Esse é o maior acordo do tipo já feito em nosso país. Antes, os chineses estavam comprando apenas US$ 8 bilhões de nossos fazendeiros. Aconselho nossos produtores rurais a comprar mais terras”, declarou Trump.
10- Quebra de 22% na safra
A expectativa do USDA é de que os produtores norte-americanos colham 96 milhões de toneladas de soja nos Estados Unidos – volume 22% menor em relação aos 123 milhões de toneladas registrada no ciclo passado.
11- Colheita atrasada
A colheita da soja nos Estados Unidos segue atrasada. Isso porque no momento da semeadura, houve excesso de chuva. Alguns analistas citaram inclusive que este ciclo teve o plantio mais atrasado dos últimos anos.
Segundo o USDA, até 6 de outubro, a área colhida estava em 14%, contra 31% em igual período do ano passado. Para se ter uma ideia, a média de colheita dos últimos cinco anos é de 34% da área.
12- Condições das lavouras
O percentual de lavouras em boas/excelentes condições caiu na última semana, na comparação com a semana anterior.
O USDA informou que até 6 de outubro, 53% das lavouras estavam entre boas/excelentes condições, 32% em condições regulares e 15% em condições ruins e muito ruins. Na semana anterior, os percentuais eram de 55%, 32% e 13%, respectivamente. O mercado esperava que 55% das lavouras estivessem em boas/excelentes condições.
13- Estoques menores dos EUA
Outro fator que compõem o cenário são os estoques trimestrais de soja dos Estados Unidos, que totalizaram 24.8 milhões de toneladas. O volume estocado aumentou 108% na comparação com igual período de 2018. Do total, 7.21 milhões de toneladas estão armazenados com os produtores, aumento de 162%. Os estoques fora das fazendas somam 17.6 milhões de toneladas, com aumento de 92%.
Uma explicação para o número é a redução das compras de soja norte-americana pelos chineses, por conta da guerra comercial entre Estados Unidos e China. Recentemente, após uma trégua entre os países, o país asiático voltou a comprar.
Canal Rural