SNASH: Especialistas debatem estratégias de investimentos em startups

Às vezes, o simples investimento de recursos em uma startup não é o suficiente para que o empreendimento possa crescer e gerar resultados. Neste caso, o investidor, além de injetar capital, pode contribuir com o aporte de conhecimento e networking para alavancar a startup. Essa ferramenta é conhecida como “smart money” (dinheiro inteligente).

O tema em questão foi um dos destaques do painel Investimentos em Startups, realizado durante o SNASH Day One, evento de inauguração do hub de startups da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).

“Há ocasiões em que o dinheiro em si não é aquilo que vai fazer a startup acontecer. O ‘smart money’ pode ser mais estratégico que a mera aplicação de recursos”, afirmou João Paulo Fialho, CEO do RAJA Ventures.

Segundo ele, as startups estão associadas a investimentos de alto risco. “Quanto mais cedo se investe, o risco é maior”. Para o executivo, essas ações requerem planejamento estratégico de longo prazo. “Nosso desafio é apoiar startups conectando potenciais clientes e investidores”.

Fialho destacou ainda que “o mais importante para a startup, após receber o investidor, é saber como ela se torna sustentável para conseguir uma nova rodada de investimento e provar que seu negócio realmente vale a pena”.

Mitigação de riscos

“Hoje, busca-se a maturidade do investidor-anjo para garantir uma base sólida às startups”, ressaltou Marcelo Ambrosio, CEO da FCJ RIO Venture Builder. “Investimento é consequência de competência, agilidade, timing e relacionamento (com instituições, parceiros e investidores)”, disse o executivo, que também lembrou da necessidade de mitigação de riscos nos negócios.

“Para o investidor, é preciso reduzir sua percepção de risco. Sendo assim, procuramos diminuir os riscos relacionados à falta de mercado comprador para o produto; à carência de talentos para uma equipe; à capacidade de atingir uma fatia de mercado relevante, entre outros riscos ligados a modelos de negócio, liquidez, compliance e gestão de caixa”.

Iniciativas

Maurício Marques, superintendente de Empreendedorismo e Inovação da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) apresentou algumas iniciativas voltadas para o investimento em startups.

“Em nosso programa de empreendedorismo e investimento, aportamos recursos de até R$ 1.5 milhão para startups que faturam entre R$ 360.000,00 e R$ 4.800.000,00. Neste caso, o processo de análise e aprovação de propostas dura em torno de seis meses”, destacou Marques.

“Criamos uma carteira de 35 startups ao longo dos últimos quatro anos, e estamos agora estruturando um fundo para abrigar essas empresas e expandir nosso investimento no setor”, acrescentou o superintendente da Finep.

“Com essa visão, o gestor traz o ‘smart money’ e ajuda os empreendedores a conhecer as oportunidades de mercado, tanto no aspecto comercial quanto no financeiro.”

A Finep também atua na área de aceleração de startups e mantém, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, o programa Mulheres Inovadoras, que tem por objetivo estimular startups lideradas por mulheres, em um processo focado no marketing de vendas.

Presenças

Também participaram do debate na SNA Pedro Saliba, head de Corporate Venture Capital do Banco do Brasil, que à ocasião comentou sobre a importância de geração de valor na cadeia de investimento, e Ana Vasques, head de Research da DXA, empresa que é considerada a primeira gestora de Private Equity fintech do País.

Equipe SNA
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