Mesmo após a pandemia, o consumo de alimentos orgânicos deverá crescer, impulsionado pelo contato cada vez mais direto do produtor com o consumidor. A informação é da diretora da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Sylvia Wachsner.
Durante participação no evento online Warm Up FISA Xperience, Sylvia falou sobre a expansão do mercado de orgânicos, destacando as principais tendências do setor. O encontro integrou a programação da Jornada FISA (Food Ingredients South America), que é considerado o principal evento de inovação no setor de alimentos.
Na ocasião, a diretora da SNA destacou que os chamados circuitos curtos de produção estão promovendo uma aproximação maior entre agricultores e consumidores finais.
“O consumidor quer conhecer quem produz. Nesses circuitos, os alimentos são vendidos regionalmente, em feiras municipais, e são comercializados próximos ao local de produção. Isso é mais sustentável, economiza tempo de transporte e pedágio, é melhor para o meio ambiente”, disse.
Rastreabilidade
Nesse contexto, o interesse pela rastreabilidade do produto ganha cada vez mais relevância. “O consumidor que conhecer a história do produto, acompanhando toda a cadeia de produção, da fazenda ao varejo. Isso garante transparência e credibilidade aos produtos comercializados”, ressaltou Sylvia.
Certificação
Outro fator de importância, segundo ela, é a certificação orgânica, uma forma de atestar a qualidade do produto. “O selo é uma forte ferramenta de comunicação entre produtores e agroindústrias com os consumidores. No entanto, complementou Sylvia, garantir que um produto seja inteiramente orgânico ainda é uma tarefa difícil.
“Muitos ingredientes orgânicos ainda não estão disponíveis no Brasil. Produzir esses ingredientes para as agroindústrias é uma grande oportunidade para o desenvolvimento do setor”.
Estimativa
Apesar dos entraves, a diretora da SNA estima para os próximos anos um aumento do consumo de orgânicos, tanto entre o público jovem – os chamados “Millennials” (geração da Internet) como no segmento dos idosos. “A saúde é o principal atributo associado aos orgânicos”, ressaltou Sylvia.
Pesquisa realizada pela Organis mostrou que o número de novos consumidores de orgânicos passou de 19% em 2019 para 31% em 2021.
No Brasil, o segmento movimentou R$ 5.8 bilhões em 202o e cresceu 12% em 2021. Atualmente há 25.445 unidades certificadas de produção orgânica, segundo dados do Ministério da Agricultura.
Evento
Estiveram presentes ao Warm Up FISA Xperience, de 2 a 4 de agosto, diretores e gerentes de Inovação, Pesquisa e Desenvolvimento, Marketing e Qualidade da indústria de alimentos e bebidas. Na ocasião, também foram abordados assuntos relacionados a desafios e inovações nas áreas de desenvolvimento de produtos, marketing, entre outras.