O Sistema CNA/Senar promoveu uma live na quarta-feira (15/7) para debater as contribuições do agro brasileiro na redução das emissões de gases do efeito estufa. Os participantes do debate mostraram que o Brasil é hoje um dos maiores exportadores de alimentos do mundo graças ao investimento dos produtores rurais em tecnologias para aumentar a produtividade em uma mesma área e reduzir as emissões dos gases de efeito estufa.
“As mudanças climáticas são um desafio para o agro, mas estamos trabalhando para que o produtor rural adote cada vez mais tecnologias sustentáveis de produção. A adoção de tecnologias possibilita ao produtor elevar sua produtividade ao mesmo tempo que contribui para redução nas emissões.”, disse Mateus Tavares, coordenador do projeto ABC Cerrado.
Segundo dados apresentados na reunião virtual, o Brasil usa hoje apenas 7% de área para agricultura e aproximadamente 25% para pastagens, preservando mais de 60% da vegetação nativa do País.
“Existem alguns desafios para a implementação das tecnologias ABC como capacidade de gestão, conhecimentos técnicos e recursos. Entretanto, os dados de acesso à linha de crédito do Programa ABC do BNDES mostram um aumento na tomada de crédito e expansão da área com tecnologias ABC, sobretudo a Recuperação de Pastagens Degradadas e o Sistema Plantio Direto,” afirmou Tavares.
Assistência técnica
Ele acrescentou que o trabalho de capacitação e assistência técnica e gerencial do Senar faz toda a diferença para esse produtor, ao receber mensalmente um técnico para acompanhar o desenvolvimento da propriedade.
“A assistência técnica é uma das principais formas do produtor investir na adoção de tecnologias de baixa emissão de carbono. No projeto ABC Cerrado, por exemplo, percebemos o efeito ‘poupa terra’, onde foi possível potencializar a produção em uma mesma área, passando de 1,5 para 3,5 unidade animal por hectare.”
Vantagem competitiva
O coordenador de Sustentabilidade da CNA, Nelson Filho, abordou a resiliência da agropecuária brasileira e afirmou que todo o investimento em tecnologias produtivas, feito ao longo dos anos, proporcionou vantagem competitiva ao produtor rural, além de mostrar ao mundo que o agro brasileiro é sustentável.
“Passamos da preocupação de produzir em volume para produzir em volume e qualidade, tornando a agricultura cada vez mais eficiente e sustentável. O investimento em tecnologias deve nos trazer um retorno não apenas comercial, mas também como um grande prestador de serviços ambientais”, disse Filho.
Com as práticas sustentáveis, o coordenador da CNA acredita que o Brasil irá alcançar as metas voluntárias de redução dos gases de efeito estufa que, em razão do Acordo de Paris, passarão a ser obrigatórias a partir do próximo ano, dentro da Política Nacional de Mudanças Climáticas brasileira.
“Estamos batendo metas de mais de 100% de tecnologias propostas já implantadas. Temos 70% de área de recuperação de pastagens, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) 146%, Sistema Plantio Direto 125% e Fixação Biológica de Nitrogênio 181%”, destacou Filho.
“A gente precisa avançar ainda em florestas e tratamento de dejetos animais. Mas não existe um outro país no mundo que mobilizou tanto recurso e tanto esforço para esse tipo de ação como o Brasil.”
Propostas
Segundo o coordenador, a CNA tem propostas para que o agro reduza ainda mais as emissões de gases de efeito estufa, como o incentivo a estudos de adaptação de plantas aos novos cenários de aquecimento; criação e adoção de tecnologias que melhorem o balanço das emissões; inclusão da irrigação; investimento em logística e acesso a recursos, além da implementação da assistência técnica e promoção do reconhecimento da agropecuária brasileira como a de menor ‘pegada de carbono’.
“Caminhamos para uma agricultura cada vez mais eficiente. Mas para isso precisamos levar mais tecnologias e assistência técnica aos pequenos e médios produtores rurais brasileiros”, concluiu Filho.
O debate (que pode ser assistido na íntegra acima), foi transmitido pelas redes sociais do Sistema CNA/Senar, com a moderação do assessor técnico da Diretoria de Assistência Técnica e Gerencial do Senar, Rafael Costa.
Fonte: CNA
Equipe SNA