Silos-bolsas armazenam safra imensa de milho no Mato Grosso

Agricultores de Mato Grosso colheram uma ótima safra de milho e agora buscam alternativas de estocagem. Sem armazéns disponíveis, o jeito é recorrer aos silos-bolsas.

É o caso na propriedade do agricultor André Cherubini em Campo Verde, sudeste do estado. Lá, os campos estão cobertos com palha. Retrato de que a colheita do milho chegou ao fim. “Esse ano a gente fechou uma média boa, ficou em torno de 120 sacas por hectare. O tempo, que é o fator principal que a gente não tem controle, quando ele colabora, a gente fica agradecido sim”, disse, se referindo às boas temperaturas do período.

A comemoração só não é maior porque o milho não está bem no mercado. A saca vale, em média, R$ 12,40 em Mato Grosso, cerca de R$ 4,00 a menos que o preço mínimo definido pelo governo federal (R$ 16,50 para o MT). Por isso, o agricultor decidiu vender apenas o necessário para cobrir as despesas. O restante foi parar dentro de silos-bolsas, uma alternativa para quem não tem armazém próprio para guardar a safra.

“Para a gente armazenar até meados de dezembro-janeiro, ia custar em torno de R$ 2,00 por saca no armazém. E no silo-bolsa vai ficar em torno de R$ 0,50 por saca de milho. Em um cálculo de 40 mil sacas armazenadas, esse R$1,50 dá uma economia de R$ 60 mil. Que quase já paga o investimento no maquinário do silo-bolsa, que fica em torno de R$ 80 mil”, disse André.

Conheça os tipos de silo-bolsa

Hoje no mercado existem diferentes opções de marcas e tamanhos de silo-bolsa. O de 60 metros de comprimento tem capacidade para guardar até três mil sacas de milho, o equivalente a 180 toneladas do grão. Cada bolsa dessa custa entre R$ 1.500,00 e R$ 1.800,00 e pode ser usada uma única vez.

A lona de polietileno protege os grãos contra o sol, a chuva e outras interferências do tempo. Só que é preciso ter cuidado. O local onde o bolsão vai ficar tem de estar limpo para evitar que a lona rasgue ou fure. Além disso, a presença de animais roedores tem de ser evitada, assim como a de tatus.

Hector Malinarichi é coordenador de uma fábrica argentina que há 14 anos aposta no mercado do silo-bolsa no Brasil. “No total, a empresa ultrapassou os 50 mil silos no Brasil, e chegamos perto dos 12 mil silos aqui em Mato Grosso. Nós duplicamos os silos que vendemos no ano passado”, disse ele.

Mais do que uma estratégia, o investimento na construção de novos silos e armazéns é considerado uma necessidade pelos agricultores em Mato Grosso. Esse ano o Mato Grosso colheu quase 60 milhões de toneladas nas safras de milho e soja.

 

Fonte: Globo Rural

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