O governo federal está sensível aos problemas de preço e comercialização na cadeia produtiva do trigo nesta safra. No entanto, ainda não houve sinalização de intervenção conforme pedido do setor. O assunto foi discutido na tarde desta terça-feira, 18 de outubro, durante reunião das cooperativas, produtores e indústrias com representantes dos ministérios da Agricultura, Fazenda e Planejamento em Brasília (DF).
Conforme o diretor executivo da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), Sérgio Feltraco, os representantes do setor sairam da reunião com um indicativo de que o governo tem a clareza da necessidade de intervenção para a garantia dos preços mínimos aos produtores nesta safra. “Houve um debate de interesses de cada categoria, mas o que fica claro é que, pelo comportamento dos preços internacionais, que tem orientado uma média de preços na importação, além de uma oferta maior no mercado, necessariamente as medidas de subvenção são fundamentais para garantirmos liquidez e fluidez”, disse.
A FecoAgro/RS apontou durante o encontro a necessidade de uma intervenção em um milhão de toneladas por meio dos mecanismos como o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro), Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) e Aquisições do Governo Federal (AGF). “Apesar desta sensibilidade, não foram apresentados os limites de quantidade e valor, mas vamos nos manifestar formalmente pela necessidade de intervenção. Precisamos ter agilidade nas decisões para garantir liquidez do produto e que o produtor tenha níveis de remunerações adequadas”, disse Feltraco.
Segundo o levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgado em outubro, a safra brasileira de trigo será de 6.33 milhões de toneladas, alta de 14,5% em relação ao período anterior. Rio Grande do Sul e Paraná, juntos, somam 5,54 milhões de toneladas, sendo que os gaúchos têm previsão de colheita de 2.23 milhões de toneladas e os paranaenses 3.3 milhões de toneladas.
Fonte: FecoAgro/RS