O setor de seguro rural deve crescer 23,10% no ano que vem, estimou nesta quarta-feira (14/12) a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). A estimativa representa aumento de 18,10% em relação a 2023.
Segundo a entidade, o segmento deve registrar o maior crescimento dentre todas as áreas de seguro, que juntas crescerão 11,70% em 2024. A projeção leva em conta a expectativa de um Produto Interno Bruto (PIB) de 2,50%.
O Presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, disse durante evento para apresentar os dados gerais do setor que o seguro rural precisa crescer, pois sua limitação deixa vulnerável todo o agronegócio brasileiro.”Não é possível que em um País onde o agro é tudo, ter apenas 10% de cobertura”, disse.
O seguro rural, no acumulado do ano, registrou um aumento de 4,50%, totalizando uma arrecadação de R$ 11.1 bilhões. Em termos de retorno aos produtores na forma de indenizações, no acumulado de 2023, a comparação com os pagamentos de indenizações sofre a influência dos eventos climáticos severos ocorridos em 2022, principalmente no Sul do Brasil, onde boa parte das apólices do setor estão localizadas.
Nos primeiros nove meses do ano, foram desembolsados R$ 3.5 bilhões em indenizações, representando uma redução significativa de 63,90% em comparação com o mesmo período do ano passado. Somente em setembro, o segmento pagou expressivos R$ 332.8 milhões, registrando um aumento de 45% em relação a setembro de 2022, informou a CNseg.
Subvenções
As seguradoras do Brasil já comercializaram apólices que demandam a subvenção adicional de mais de R$ 400 milhões pelo governo federal para o seguro no campo, disse Antônio Trindade, Presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg).
Ele ressaltou durante coletiva de imprensa da CNseg que o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, tem solicitado ao Ministério da Fazenda o montante de R$ 500 milhões para subvenção adicional.
“Não sabemos se esse recurso virá ou não, mas está sendo pedido. Estamos trabalhando em parceria com governo federal para melhorar o seguro rural”, disse Trindade. “O clima tem colocado em risco safras inteiras”, acrescentou.
Trindade destacou também que Fávaro quer destinar cerca de R$ 2 bilhões para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) no ano que vem, porém o projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA 2024) prevê o mesmo recurso disponibilizado para 2023, de R$ 1.06 bilhão.