Na avaliação de Sylvia Wachsner, coordenadora do Centro de Inteligência em Orgânicos da SNA (Sociedade Nacional de Agricultura), a produção orgânica no Brasil precisa aumentar sua escala de produção para ser competitiva. Segundo ela, o setor consome poucos insumos, tem baixo nível tecnológico e utiliza muita mão de obra, o que não colabora para garantir a oferta de alimentos a preços razoáveis.
“A agricultura orgânica possui especificidades como regulação e certificação de produtos, que aumentam o desafio dos produtores. Precisamos melhorar as práticas agrícolas, adaptar equipamentos e maquinarias, e utilizar tecnologia para incrementar as atividades”, afirma a especialista.
A coordenadora do Centro de Inteligência aponta que “o desenvolvimento de sementes orgânicas adaptadas às diversas regiões do Brasil, e a pesquisa de alternativas à alimentação animal, bastante comprometida devido à produção de soja e milho transgênicos, são alguns dos principais gargalos da produção orgânica”.
“Existe a oportunidade de oferecer não somente alimentos produzidos sem agrotóxicos ou derivados do petróleo, mas também de criar opções que permitam às pessoas seguir uma alimentação mais saudável. Isso inclui, por exemplo, alternativas para quem tem restrições alimentares como celíacos, hipertensos, diabéticos, intolerantes à lactose, etc”, defende.
Apesar dos entraves, Sylvia projeta que “o setor orgânico deve continuar a crescer entre 20% e 25% ao ano”. Um avanço maior poderia ser registrado nos hortigranjeiros: “É um segmento que cresce mais que 25% ao ano, devido ao incremento de agricultores familiares no cadastro do MAPA, nas feiras municipais e nos serviços de entrega de cestas domiciliares”.
Fonte: Agrolink