O segmento de alimentação animal deve encerrar este ano com produção de 63 milhões de toneladas de rações, conforme estimativa do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações). “O quadro é de estabilidade”, avalia Ariovaldo Zani, vice-presidente da entidade, que projeta crescimento de 3% em 2014, para 64,89 milhões de t, retomando o mesmo patamar registrado em 2011.
“A previsão se fundamenta nas estimativas de incremento de produção de aves e suínos para 2014”, justifica. Os filiados ao Sindirações atendem 80% da demanda de ração animal destes dois mercados.
Apesar da crise, motivada pelo aumento de custo que afetou a cadeia produtiva de proteína animal, neste ano, os associados do Sindirações vão produzir cerca de 90% da demanda de alimentação animal no Brasil, o equivalente a 63 milhões de t de rações, além de mais 2 milhões de t de sal mineral, segundo Zani, que estima o faturamento do setor acima de R$ 40 bilhões. Brasil é o terceiro maior produtor de rações do mundo.
No acumulado de janeiro a setembro deste ano, a indústria de nutrição animal produziu 46,5 milhões de toneladas de rações, destaque para a aquicultura, com cerca de 550 mil t, crescimento de 12,2% comparado ao período do ano anterior, puxado pela demanda para peixes e camarões. A produção desse segmento deve alcançar aproximadamente 750 mil t de rações em 2013, conforme previsão do Sindirações.
Em contrapartida, os segmentos de bovinocultura, suinocultura e avicultura de corte contabilizaram queda de 4,2%, 0,60% e 1,3%, respectivamente, na mesma análise. “No caso do gado de corte, o alto preço do bezerro desestimulou a reposição do boi gordo e refletiu de forma negativa no consumo de rações”, analisa Zani.
O segmento de rações para cães e gatos também cresceu, na faixa de 5,10%, saindo de 1,83 milhão de t para 1,92 milhão de t, no acumulado de janeiro a setembro, comparado ao mesmo período de 2012. “Para o próximo ano, apostamos na tendência de crescimento maior desse setor, motivado pela melhor distribuição de renda, o que permite à população ter animais de estimação em seus lares.”
Até o mês de setembro, as indústrias produziram 3,9 milhões de toneladas de rações para a pecuária leiteira, incremento de 2,5% na demanda em relação ao mesmo período do ano passado. “A recuperação do poder de compra do produtor, que tem desembolsado menos na nutrição do rebanho por conta do alívio no preço do milho e da soja, deu fôlego para a retomada dos investimentos na alimentação dos animais”, comenta.
Por equipe SNA/SP