Setor de fertilizantes deve investir US$ 13 bi até 2018

Mônika Bergamaschi, Francisco Sérgio Ferreira Jardim, Antonio Roque Deschem e George Wagner Bonifácio e Souza (no púlpito) (Foto: Gerardo Lazzari/Anda)
Mônika Bergamaschi, Francisco Sérgio Ferreira Jardim, Antonio Roque Deschem e George Wagner Bonifácio e Souza (no púlpito) (Foto: Gerardo Lazzari/Anda)

As principais empresas de fertilizantes do Brasil devem investir US$ 13 bilhões, entre 2013 e 2018, segundo projeção divulgada no 3º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, promovido pela Anda (Associação nacional para Difusão de Adubos), dia 26 deste mês, em São Paulo.

Os números estão abaixo da previsão de US$ 18,9 bilhões, feita no ano passado, na segunda edição do evento. O corte, de US$ 5,9 bilhões, deve-se à desistência da Vale no projeto do Rio Colorado, em Mendonza, na Argentina, que motivou a revisão no total de investimentos projetados pelas principais companhias do setor para os próximos cinco anos.

Mesmo assim, a perspectiva é otimista para a produção brasileira de NPK (Nitrogênio, Fósforo e Potássio), que deve aumentar de 3,348 milhões de toneladas para 6,973 milhões de toneladas, entre em 2013 e 2018. Com isso, a dependência do produto importado reduziria de 74,5% para 54,3%.

No período, a produção de nitrogênio deverá saltar de 825 mil/t para 3,991 milhões/t, redução de importação de 76,2% para 46,2%. A produção de Fósforo deve aumentar de 2,245 milhões/t para 4,106 milhões/t, o que significa a necessidade de importar 22,2% da demanda, ante os 57,4% atuais. Para o Potássio, e expectativa é de ampliar a produção de 278 mil/t para 720 mil/, diminuindo as compras externas de 94,5% para 87,5%.

Segundo o presidente do Sinprifert (Sindicato Nacional da Indústria Matérias-Primas para Fertilizantes), Rodolfo Galvani Júnior, a dependência externa de NPK supera 70% no Brasil, ante 7% na China, 43% na Índia e de 36% nos Estados Unidos. “O sistema tributário brasileiro favorece a importação e pune a produção local. No entanto, mesmo com um quadro de condições adversas ao setor, os investimentos continuam”, analisa.

Em sua palestra sobre investimentos, oferta e demanda do setor até 2020, o estrategista global de insumos agropecuário do Rabobank, Dirk Jan Kennes, apontou tendência de menor uso de fertilizantes no mundo.

“No longo prazo, os agricultores devem gastar menos com fertilizantes e mais com sementes, defensivos e equipamentos”, previu. Em sua opinião, as atenções estarão voltadas para um manejo agrícola mais sustentável e deve exigir aplicações de fertilizantes mais direcionadas e em quantidades menores, de forma a também reduzir impactos ambientais.

De acordo com estudos, 40% a 60% do aumento da produção da agricultura mundial só foi possível graças aos fertilizantes. “A indústria de biotecnologia voltada para o agronegócio promete um incremento entre 3% e 4% para a produtividade nos próximos anos”, disse o palestrante Terry Roberts, presidente do IPNI (International Plant Nutrition Institute).

“E a produção tem de ser incrementada ainda mais, pois o mundo precisa aumentar 50% a 70% na produção de alimentos até 2050 para atender à demanda, principalmente nos países em desenvolvimento”, destacou, lembrando o papel dos fertilizantes e também dos micronutrientes e adubos orgânicos nesse crescimento.

Por Equipe SNA/SP

 

LEIA MAIS

Mercado de fertilizantes organominerais cresce 16%

Setor de fertilizantes especiais atrai empresas estrangeiras

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp