As exportações do complexo soja em 2014 deverão render ao Brasil quase dois bilhões de dólares a mais que o previsto anteriormente, disse nesta segunda-feira a associação que reúne as grandes empresas do setor, devido a uma melhor perspectiva de preços.
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) estimou exportações de 28,8 bilhões de dólares no ano, incluindo soja em grãos, farelo e óleo, ante 27,1 bilhões da projeção de abril, mas ainda abaixo do recorde de 30,96 bilhões de 2013.
A estimativa média de preço da soja em grãos para este ano passou a 500 dólares por tonelada, ante 470 dólares vistos em abril, enquanto a tonelada do farelo foi projetada em 450 dólares, ante 420 dólares anteriormente.
“Esses valores estão mais condizentes com os patamares atuais e as exportações que já foram registradas pelo governo. E olhando a perspectiva de maio até o final do ano, os preços estavam baixos demais”, disse à Reuters o secretário-geral da Abiove, Fabio Trigueirinho.
Segundo ele, os preços da oleaginosa devem se manter aquecidos pelos próximos cinco meses, já que o estoque nos Estados Unidos continuará apertado até que comece a colheita da nova safra.
“Até setembro ou outubro, a América do Sul vai ser a ‘única loja aberta na cidade'”, disse o executivo.
A soja está sendo negociada atualmente ligeiramente acima dos valores registrados um ano atrás no porto de Paranaguá, segundo o indicador Esalq/BM&FBovespa, que serve como termômetro para os preços praticados na exportação.
Na sexta-feira, a saca de 60 kg foi comercializada a 31,76 dólares (529 dólares por tonelada), ante 29,67 dólares um ano antes.
SAFRA
A Abiove elevou em 400 mil toneladas sua projeção para a safra 2013/14 de soja, que deverá atingir 86,5 milhões de toneladas.
Segundo Trigueirinho, o ajuste foi feito na estimativa de colheita de diversos Estados, com a entrada de novos dados. Os trabalhos estão praticamente encerrados no país.
Também nesta segunda-feira, a consultoria Céleres elevou sua previsão para a safra, atingindo 86,2 milhões de toneladas, contra 84,9 milhões do relatório anterior.
A revisão deveu-se a um “aumento da área e um acréscimo na produtividade média no Rio Grande do Sul devido às condições (climáticas) favoráveis”, disse a consultoria, em nota.
A Céleres também comentou a situação dos preços da soja no país.
“Mesmo com a maior oferta nesta safra, os preços da soja continuam em patamares relativamente elevados, sustentados pela maior retração dos vendedores, firme demanda interna (especialmente por farelo de soja), aumento das exportações brasileiras e pelo cenário externo favorável.”
O Brasil exportou um recorde de 8,25 milhões de toneladas de soja em abril.
Fonte: Reuters