Será que os preços da soja vão continuar a cair?

Mais uma vez, o mercado volta seus olhares para as negociações entre China e Estados Unidos. Em paralelo, o departamento americano de agricultura (USDA) divulgará seu relatório de oferta e demanda, que pode mexer com as cotações.

Acompanhe a seguir os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na próxima semana. As dicas são do analista de Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez.

  • Sem grandes novidades, o mercado mantém as atenções voltadas para os novos capítulos das negociações entre EUA e China na busca de um acordo comercial. Paralelamente, os players irão ficar atentos ao relatório do USDA de abril, além de acompanhar os sinais de demanda pela soja dos EUA. O panorama climático sobre o cinturão produtor norte-americano neste momento pré-semeadura completa o quadro de fatores.

 

  • Após mais uma rodada de reuniões, desta vez em solo americano, o mercado volta a ficar otimista com relação à evolução das negociações entre EUA e China rumo a um acordo comercial. O vice-primeiro ministro chinês, Liu He, comentou que “um novo consenso” entre os países foi alcançado, enquanto Donald Trump vislumbra que o acordo final pode ser redigido em até quatro semanas. De qualquer maneira, este avanço não se mostra suficiente para trazer força para Chicago. O mercado espera agora por novos fatos, e não apenas “avanços”. Apesar disso, tais avanços trazem certo suporte para Chicago no curto prazo.

 

  • O mercado deve olhar com a atenção para o relatório de oferta e demanda de abril do USDA, que será divulgado na próxima terça-feira (9/4). Não são esperadas grandes novidades, mas poderemos ver ajustes nas estimativas de produção do Brasil e da Argentina, além de mudanças na estimativa de importações chinesas e nos estoques finais norte-americanos. Embora importante, o relatório não deve mudar os rumos dos contratos em Chicago, devendo trazer apenas um impacto limitado ao dia de sua publicação.

 

  • Novas vendas de soja norte-americana para a China podem ser anunciadas nesta nova semana, embora não existam rumores de movimentações chinesas recentes nos portos do Golfo do México. A falta de novas vendas pode impedir a retomada de patamares mais elevados em Chicago, mantendo o mercado pressionado.

 

  • Cada vez mais o fator clima norte-americano ganha importância. O excesso de umidade registrado no Meio-Oeste norte-americano neste momento pré-semeadura preocupa. Se a umidade não diminuir, podemos ter atrasos no plantio do milho, o que pode impedir que áreas maiores venham a ser transferidas da soja para o cereal, conforme intenção dos produtores dos EUA. Daqui para frente, atenção aos mapas climáticos norte-americanos.

 

Canal Rural

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