A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se reuniu com produtores rurais, sindicatos e federações estaduais de agricultura da região Sudeste em Belo Horizonte (MG), com o objetivo de debater as principais demandas para o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2023/2024.
Esse é o quarto encontro promovido pela CNA. Os primeiros ocorreram com representantes do setor produtivo das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O documento oficial com as propostas do setor será encaminhado ao governo e parlamentares como contribuição para a construção do próximo Plano Safra.
Segundo o presidente Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Antônio Pitangui de Salvo, dois pontos principais devem constar na proposta que será encaminhada à CNA: seguro agrícola e acesso ao crédito.
“O produtor precisa ter segurança para produzir. Somos uma indústria a céu aberto e corremos riscos diariamente, como a falta de chuva ou muita chuva com incidência de granizo, por exemplo. Precisamos melhorar a questão do seguro e acesso ao crédito, pois muitas vezes o crédito está liberado pelo governo, mas o produtor não consegue chegar até ele”, explicou Pitangui.
Outras solicitações
Além dos dois pontos levantados, as principais demandas dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, discutidas no encontro, foram o aumento de recursos, redução na taxa de juros e atualização dos valores para enquadramento dos produtores às diferentes linhas de crédito.
Ainda fazem parte da lista de prioridades a elevação dos limites para custeio, por beneficiário e ano agrícola; melhoria de alternativas de garantia para os financiamentos e priorização dos programas de investimento ABC+, Inovagro, PCA, Moderagro e Moderinfra.
Elaboração da proposta
O assessor técnico da CNA, Guilherme Rios, afirmou que a construção da proposta ao longo da reunião é fundamental para mensurar a necessidade específica de cada uma das regiões em um país tão grande como o Brasil.
“Queremos apresentar ao governo uma proposta que contemple toda a demanda do setor, no curto, médio e longo prazo, e não só em questões orçamentárias, mas também em investimentos específicos que atendam essa região que é muito diversificada”, avaliou Guilherme.
Para o diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (Faes), Kleilson Rezende, o formato de reunião permite que todos os envolvidos na cadeia produtiva possam ter uma participação mais ativa no processo e que, no momento certo, possam fazer suas reivindicações e sugestões.
“Tem sido tudo muito produtivo. É muito importante um ambiente de debate desse para a construção de um plano agrícola, no qual, de fato, a gente consegue saber as particularidades e dificuldades de cada estado”, explicou o diretor.
Contribuições
Para a assessora técnica do Sistema Faemg/Senar, Aline Veloso, o Workshop Sudeste foi o momento de juntar contribuições e coleta de informações dos sindicatos rurais com as demandas vindas das 12 comissões técnicas do Sistema e ainda das instituições participantes do CSS Agro.
“Não há momento melhor para elencar as principais ações e prioridades necessárias para adequação da política pública do crédito e do seguro rural. É a hora também de elencar quais são os programas prioritários para a nossa agropecuária”, destacou Aline.