Setor de implementos agrícolas segue em alta

A boa rentabilidade das últimas safras agrícolas continua a impulsionar o mercado de máquinas e implementos agrícolas no país. O ano deverá registrar crescimento recorde, entre 13% e 15% em relação a 2012, conforme Gilberto Zancopé, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) da Abimaq, entidade que representa a indústria brasileira de máquinas.

Até outubro, o faturamento nominal das empresas de implementos agrícolas ligadas à Abimaq cresceu 19% ante os primeiros dez meses de 2012, para R$ 11,199 bilhões. No ano passado, o setor registrou crescimento de 8,5% sobre os R$ 9,972 bilhões apurados em 2011 e esse aumento ficou baixo da estimativa da CSMIA, que era de 10%.

Zancopé classifica 2013 como o “ano de ouro” para o setor agrícola, em função dos preços altos dos grãos no primeiro semestre, ainda decorrentes da seca que os Estados Unidos enfrentaram em 2012. A primeira metade deste ano foi o período mais “aquecido” para o setor de implementos agrícolas. Ele, no entanto, teme que os dois últimos meses do ano sejam afetados por um “hiato” na contratação da linha de financiamento do Finame, do BNDES, entre o fim de setembro e início de novembro, quando não saiu nenhum contrato para a linha por falta de recursos do banco, observa ele.

Conforme o presidente da CSMIA, o problema já afetou as revendas e algumas indústrias até programaram férias coletivas diante de grandes estoques. A assessoria de imprensa do BNDES disse que não houve nenhum problema com o Finame no período.

Zancopé estima que o segmento também deverá registrar crescimento no próximo ano, mas bem menor que em 2013, embora ele projete que os produtores rurais continuarão a registrar bons rendimentos, sem considerar o risco climático e problemas como a falta de recursos para financiamento.

As exportações de implementos no acumulado deste ano (até outubro) subiram 9%, para US$ 823,72 milhões. Na mesma comparação, as importações recuaram 11,1% no período, a US$ 535,895 milhões. O crescimento das exportações e o recuo das importações derivam do câmbio, em um comportamento oposto ao que vinha sendo registrado em 2012 e nos primeiros meses deste ano. No caso dos embarques, o aumento ainda não permitiu recuperar alguns mercados, como o da África, diz Zancopé. “Estamos recuperando a América Latina, mas alguns mercados não voltam”, afirma.

 

Fonte: Valor Econômico

 

 

 

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