Os números da SECEX/MDIC relativos às exportações de carne de frango de abril continuam deixando dúvidas. No relatório divulgado no primeiro dia útil de maio mostrando o resultado das exportações de commodities, o órgão apontou embarques de 252.000 toneladas apenas de produto in natura, com receita cambial próxima de US$ 514 milhões.
Já na consolidação desses números, na qual individualiza os embarques de produto in natura (cortes e frango inteiro), além de incluir os números relativos à carne de frango salgada e aos industrializados de frango, o resultado final englobando os quatro itens é inferior.
Nos resultados consolidados divulgados nesta semana, a SECEX/MDIC aponta embarques de pouco mais de 247.000 toneladas, resultado que significa queda de mais de 22% em relação a abril de 2017 (mês com três dias úteis a menos que abril de 2018) e de, praticamente, um terço (-32,47%) sobre o mês anterior, março (com os mesmos 21 dias úteis de abril passado).
Já a receita cambial ficou bem aquém dos US$ 500 milhões. Se situou em US$ 476 milhões, recuando 18% e 12,35% em relação, respectivamente, a abril passado e a março de 2017. Foi, também, o pior resultado registrado em mais de dois anos.
À primeira vista quedas tão expressivas, tanto no volume, quanto na receita, não deveriam surpreender, pois no bimestre março-abril o setor exportador enfrentou duros golpes. O que deixa dúvida, neste caso, é o preço médio obtido ao relacionar-se receita e volume.
Na divulgação inicial do mês, a SECEX/MDIC apontou, para o produto in natura, preço médio de US$ 2.039,22 a tonelada, um resultado surpreendente, já que significou valorização mensal de quase 33,5% e anual de, aproximadamente, 23%.
Na consolidação, o preço médio recuou para US$ 1.925,00, valor mais palatável (ainda que englobe os quatro itens exportados), mas, mesmo assim, 22% superior ao registrado no mês anterior. Isto, frente a variações mensais que, nos últimos cinco anos, não chegaram a 6%. E quando, supostamente, as ocorrências negativas envolvendo o setor poderiam ocasionar quedas de preço.
Em outras palavras: algo continua carecendo de acerto. É o volume? Ou a receita cambial? Ou, então, o exportador brasileiro conseguiu dar o justo preço ao frango brasileiro.
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