A moagem de 50.74 milhões de toneladas de cana por usinas e destilarias do centro-sul do Brasil nos últimos 15 dias de julho representa o recorde histórico de processamento para uma quinzena, com o tempo seco favorecendo os trabalhos de campo, afirmou nesta sexta-feira a União da Indústria de Cana-de-açúcar (UNICA).
A UNICA ponderou, contudo, que o tempo seco de agora deve ser prejudicial para a cana que será colhida mais adiante na safra 2017/18, iniciada em abril.
Contando com um longo período sem chuvas, as empresas esmagaram na segunda metade do mês passado 2,64% mais cana em relação a igual período de 2016. O volume ficou ligeiramente acima do esperado por analistas. O açúcar bruto operava perto de uma estabilidade em Nova York, às 12h (Horário de Brasília).
“A condição climática caracterizada pelo clima seco observado há quase dois meses nas principais regiões produtoras do centro-sul favoreceu a operacionalização da colheita nas últimas quinzenas, mas deve acentuar a queda de produtividade agrícola da área que será colhida nos próximos meses de safra”, indicou a entidade.
“No início da safra, as condições climáticas e os índices registrados no campo indicavam uma recuperação da produtividade, mesmo com um canavial mais envelhecido. Essa percepção tem sido drasticamente alterada após esse período prolongado sem chuva”, acrescentou a associação.
Citando dados do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), a UNICA destacou que, de abril a julho, a retração no rendimento das plantações foi de 2,91%, para 82,44 toneladas por hectare, na comparação com o mesmo período do ano passado.
A produção de açúcar do centro-sul do Brasil na segunda quinzena de julho somou 3.413 milhões de toneladas, 9,54% acima do mesmo período do ano passado, enquanto a produção de etanol atingiu no período 2.08 bilhões de litros, praticamente estável na comparação anual, segundo a UNICA.
No acumulado da temporada, a moagem de cana alcança 297.32 milhões de toneladas, 4,74% abaixo de um ano atrás.
De abril a julho, o centro-sul produziu 17.56 milhões de toneladas de açúcar (mais 3,48%) e 11.57 bilhões de litros de etanol (menos 10,15%).
Esse desempenho reflete o mix de produção mais açucareiro neste ano, com as usinas fabricando o alimento para cumprir contratos fechados quando as cotações da commodity estavam em preços mais altos.
Até agora na safra 2017/18, 48,43% da oferta de matéria-prima foi direcionada para a produção de açúcar, contra 44,85% no ano passado.
Fonte: Reuters