A seca na Região Norte do País e as dificuldades de navegação nos rios que dão acesso aos portos por onde é escoada boa parte da safra de Mato Grosso viraram uma preocupação a mais para os produtores do Estado.
O Diretor-Executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Glauber Silveira, disse que o cenário pode causar uma nova pressão de baixa nos preços dos grãos na região e piorar a disponibilidade de armazenagem em Mato Grosso.
“O milho tem que dar espaço para a soja que será colhida em breve. O forte do carregamento do milho é de agora até dezembro. Se as chuvas demorarem, prejudica bastante o escoamento e pode prejudicar ainda mais a armazenagem”, disse à reportagem.
Com os preços das commodities em baixa ao longo do ano, muitos agricultores atrasaram as vendas da produção. Além do milho, colhido mais tarde, cargas de soja ainda estão sendo exportadas atipicamente nesta época do ano, relatou o Diretor-Executivo do Movimento Pró-Logística da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Edeon Vaz.
“Ainda tem soja para ser escoada. O produtor acabou retendo produto e está liberando espaço nos armazéns, e milho também. O volume não é tão expressivo quanto na safra, mas com esse problema, algumas cargas estão virando para o Sul e Sudeste”, disse.
“O que não conseguir subir [para os portos do Arco Norte] vai para Santos ou Paranaguá. Vai ter aumento de custo, mas não tem como evitar. É ruim, pois aumenta o fluxo de caminhão na estrada e aumenta o custo, que nesse momento quem banca é trading”, disse.