Pérola é a mais nova cultivar de arroz, ideal para risotos

Pesquisadores começaram, há dez anos, a desenvolver uma nova cultivar para risoto, tendo em vista o crescimento do mercado nacional para arrozes do tipo especial. Foto: Aires Mariga/Divulgação Epagri

A queda no preço de arroz vem se configurando como uma das principais crises enfrentadas pelo setor nos últimos anos. A saca do grão foi comercializada a R$ 32,03, na primeira semana de fevereiro . Em 2016, esse valor era de R$ 44,00 e caiu para R$ 41,42, em 2017.

Para contornar esse tipo de situação, a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) acaba de lançar o arroz SCS123 Pérola, durante encontro em campo realizado no último dia 22 de fevereiro, na Estação Experimental de Itajaí (EEI).

A cultivar é a primeira em Santa Catarina e uma das únicas do Brasil desenvolvidas especialmente para confecção de risotos. O novo produto oferece um bom valor agregado ao rizicultor, uma vez que chega a ser vendido ao consumidor final por valores até dez vezes maiores que os praticados no arroz convencional.

Gerente da EEI, Jorge Malburg destaca esse senso de oportunidade, salientando a importância da visão estratégica dos pesquisadores que, há dez anos, começaram a desenvolver a cultivar para risoto, tendo em vista o crescimento do mercado nacional para arrozes do tipo especial.

Ele lembra também que, atualmente, só estão disponíveis aos consumidores grãos especiais para risoto importados.

IMPORTÂNCIA DA PESQUISA

O presidente da Epagri, Luiz Hessmann, comenta a importância da pesquisa para que esteja sempre atenta à demanda de agricultores e consumidores, para dar as respostas que a sociedade procura. Ele elogiou também a persistência e dedicação dos pesquisadores, que se empenharam nesse trabalho durante uma década.

O diretor de pesquisa da Epagri, Luiz Palladini, ressaltou que o grupo de pesquisadores de arroz da EEI é um dos mais competitivos do país. Quanto ao SCS123 Pérola, afirma que a cultivar atende a um nicho de mercado, até então desconsiderado pelos institutos desenvolvedores de cultivares no Brasil.

“É uma pesquisa que se destaca a nível nacional”, declara Palladini.

ANIMAÇÃO DOS RIZICULTORES

O discurso dos representantes da Epagri foi endossado pelos agricultores que, após conhecerem o novo produto, se mostraram empolgados com a possibilidade de produzir um arroz de maior valor agregado.

Edésio Bertoldi, rizicultor de Itajaí, e Maurício José Valcanaia, que produz arroz em Guaramirim, foram unânimes ao afirmarem que cultivar esse arroz especial pode ser uma boa alternativa para os baixos preços pagos pelo arroz convencional, uma vez que não será preciso fazer nenhuma adaptação para migrar do cultivo de um tipo de arroz para o outro.

MELHOR PRODUTIVIDADE

A produtividade é outro destaque da nova cultivar, conforme destaca Ester Wickert, pesquisadora da EEI e uma das responsáveis pelo trabalho. Ela conta que arrozes para risoto costumam produzir quatro toneladas por hectare.

“Normalmente os grãos especiais têm menor produtividade”, explica a especialista.

Já o Pérola apresentou produtividade média de dez toneladas por hectare, nos experimentos realizados em diversas regiões produtoras de Santa Catarina.

Ainda neste ano, a Epagri deve abrir uma concorrência pública para selecionar a empresa que vai reproduzir as sementes do arroz Pérola, para oferecer aos agricultores interessados.

A expectativa da pesquisadora Ester é de quem, daqui dois anos (em 2020), a cultivar especial para risotos da Epagri esteja disponível para os consumidores catarinenses.

Fonte: Epagri com edição d’A Lavoura

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