O porto de Santos vai triplicar a capacidade de recepção ferroviária na região da Ponta da Praia, onde ficam, sobretudo, os terminais dedicados à movimentação agrícola, para 21 milhões de toneladas por ano. Isso deverá ocorrer em até três anos, quando um investimento na expansão física do terminal 39, uma sociedade entre a Rumo e a Caramuru, ficará pronto.
Na terça-feira, as empresas assinaram a prorrogação antecipada do terminal, cuja primeira etapa vence em 2025. Também conhecido como terminal “39 externo”, tinha direito contratual a mais 25 anos. Com isso, o prazo do arrendamento vai até 2050. Em troca da prorrogação antecipada, serão investidos R$ 230 milhões na ampliação da capacidade de movimentação e na modernização do empreendimento.
“A ampliação integra um conjunto maior de iniciativas que, combinadas, irão triplicar a oferta de recepção ferroviária neste trecho do cais santista”, disse o diretor de relações institucionais e regulação da Rumo, Guilherme Penin.
Outros dois terminais, um da ADM e outro de uma parceria entre a Cargill e a Louis Dreyfus, estão em fase mais adiantada de aportes para modernização e aumento da oferta na Ponta da Praia. Além disso, a ferrovia interna do porto, explorada pela Portofer, empresa controlada da Rumo, está sendo ampliada com mais linhas.
“Essa remodelação permite levar mais grãos e farelo para a Ponta da Praia e melhora a relação com a comunidade, já que o trem causa menos transtorno do que o caminhão”, disse Penin.
A partir de agora, o terminal tem um ano para entregar ao governo o projeto executivo da obra. A estimativa é que as intervenções estejam prontas em no máximo três anos. A oferta de movimentação do terminal quase dobrará de atuais três milhões para 5.7 milhões de toneladas por ano.
O terminal 39 movimenta grãos e farelos. Rumo e Caramuru detêm, cada uma, 50% do negócio, mas quem opera a instalação é a Caramuru. Os desembolsos serão feitos em três pilares: expedição, armazenagem e recepção.
Entre as principais obras estão investimentos em um equipamento para carregamento de navio no berço de atracação 37. Hoje esse berço é dedicado à movimentação de contêineres e passará a ser exclusivo do terminal 39. Também haverá uma correia transportadora que ligará o armazém ao cais e terá capacidade para 2.500 toneladas por hora.
O potencial de recepção rodoferroviária do terminal aumentará de 1.500 para 2.000 toneladas por hora. Serão construídos três silos para grãos (hoje não existe nenhum), com oferta estática para 20.000 toneladas cada um, capazes de receber 2.000 toneladas por hora cada. Além disso, o armazém aumentará em 52.000 toneladas de capacidade estática, chegando a 192.000 toneladas.
O arrendatário se compromete ainda a investir R$ 97 milhões para atualizar ou substituir bens que integram o arrendamento, como modernização, manutenção e atualização ao longo do contrato.
Um item do aditivo é uma cláusula de investimento futuro, pela qual o terminal terá de aportar outros R$ 92 milhões em 2038 para levar o contrato até 2050. Se isso não for feito, o contrato se encerra em 2042.
O terminal pagará anualmente à Codesp, estatal que administra o porto, R$ 1.2 milhão a título da exploração pelo arrendamento fixo e R$ 0,46 por tonelada movimentada, valores próximos aos atuais.
Fonte: Valor Econômico