Estradas ruins, caminhões atolados e dificuldades de trânsito. Esses são alguns dos problemas encontrados pelos exportadores de grãos que buscam os portos do chamado Arco Norte (saídas pelo Norte e Nordeste). Apesar de todos os obstáculos, as exportações por essas regiões aumentam, diminuindo as filas dos portos de Santos e de Paranaguá.
Dados divulgados pela Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) indicam que a saída de soja pelo Arco Norte já representa 22% de todo o total exportado pelo país de janeiro a março. No ano passado, nesse mesmo período, o percentual era de 15%.
Os números dos portos de Santos e de Paranaguá, duas das principais portas de saída no Sudeste e no Sul, indicam essa opção crescente pelo Norte. No primeiro trimestre deste ano, os dois portos escoaram 55% da soja vendida pelo Brasil ao exterior. No ano passado, esse percentual era de 66%.
Conforme os dados da Abiove, que têm base no Ministério do Desenvolvimento, já saíram pelo Arco Norte três milhões de toneladas de soja de janeiro a março – 23% do que o país exportou no período. O porto de Barcarena (PA) foi o principal destaque no período, aumentando em 194% o volume. São Luís (MA), Salvador (BA), Vitória (ES) e Manaus (AM) também se destacam no período.
A saída pelo Norte é importante porque alivia os tradicionais portos de saída. As estimativas da Abiove indicam que pelo menos 60 milhões de toneladas passarão pelos portos brasileiros em direção ao exterior neste ano. Esse volume supera em 16% o de igual período do ano passado. As exportações aumentam porque o país deverá produzir 111 milhões de toneladas de soja na safra 2016/17, um volume recorde.
Em 2015, as exportações de soja pelo Arco Norte atingiram 11.2 milhões de toneladas – 22% do total exportado pelo país. Nos últimos três anos, a evolução do movimento foi de 58% nessa região.
Fonte: Folha de S. Paulo