Safras & Mercado indica atraso na comercialização antecipada da safra 2023/24 do café do Brasil

As vendas antecipadas de café do Brasil da temporada 2023/24, que será colhida a partir de abril/maio, totalizam apenas 17% do volume estimado a ser produzido, informou nesta sexta-feira a consultoria Safras & Mercado. “O percentual de vendas é muito inferior ao do mesmo período do ano passado, quando as vendas totalizavam cerca de 27% da safra”, indicou a consultoria.

Segundo o consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach, o ritmo das vendas da safra nova segue muito lento, diante da recusa dos vendedores. “A reação nos preços não se traduziu em melhora do interesse de venda”, disse. “É que a indicação de preço para fixação antecipada de safra futura continua abaixo do praticado no mercado disponível, por conta do spread invertido nas cotações em Nova York”.

Barabach estimou que o potencial da próxima safra deve ficar entre 65 milhões e 67 milhões de sacas de 60 kg. Já as vendas do café arábica seguem mais aceleradas, com 25% da safra comprometida. “Esse percentual envolve operações de troca (barter), trava junto a tradings e as rolagens de negociação da safra passada”, indicou o  consultor. O potencial de safra de arábica está preliminarmente estimado entre 43 milhões e 45 milhões de sacas.

“No mesmo período do ano passado as vendas totalizavam 30%, porém de uma safra bem menor que a estimada para esse ano”, indicou Barabach. No caso do café canéfora (robusta/conilon), não há por enquanto uma ideia clara sobre o percentual de venda da safra 2023, informou o consultor em nota.

“A indústria de torrado e moído local continua na defensiva, por conta dos preços altos do conilon. Assim, adota a estratégia de segurar um pouco mais o posicionamento, apostando no efeito negativo sobre os preços com a chegada de café novo ao mercado”.

Compras e vendas

Segundo Barabach, no ano passado, as perdas na safra de arábica levaram a uma antecipação nas compras de conilon por parte da indústria doméstica, o que não se observa nesse ano. “O preço alto associado à expectativa de mais café arábica e de uma boa safra de conilon, repetindo os 22 a 23 milhões de sacas do ano passado, balizam essa postura”, indicou o consultor.

A Safras informou ainda que a comercialização da safra velha brasileira de café (2022/23) totalizava até o último dia 15 cerca de 78% da produção, contra 75% do mês anterior. Já o percentual de vendas é bem inferior ao do mesmo período do ano passado, quando estava em torno de 86% da safra. A consultoria indicou que esse percentual também está abaixo da média dos últimos anos para o período (81%).

Fonte: Reuters
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