Preço do arroz gaúcho fecha abril mais firme por atraso na colheita
O mercado de arroz do Rio Grande do Sul, principal referencial nacional, fecha o mês de abril com preços mais firmes. “O atraso da colheita e as possíveis perdas causadas pelas adversidades climáticas no estado vêm trazendo suporte às cotações”, explica o analista de Safras & Mercado, Élcio Bento.
A saca de 50 quilos era comercializada a uma cotação média de R$ 40,28 na quinta-feira (28), contra R$ 39,98 na semana anterior. Em relação a igual período do mês passado, a alta era de 0,68%, quando a saca valia R$ 40,03. Na comparação com igual momento de 2015, a elevação era de 13%, quando a saca custava R$ 35,65.
Segundo a Emater, as fortes chuvas registradas nos últimos dias fizeram com que os trabalhos fossem paralisados, trazendo preocupações aos orizicultores gaúchos. Mesmo assim, nos poucos momentos de tempo seco a colheita foi possível, chegando a 70% do total. É possível que com este atraso as lavouras que ainda não foram colhidas tenham seus rendimentos afetados, reduzindo a produtividade e comprometendo a qualidade do grão.
Conforme Bento, a produção nacional deve ser a menor desde 2002/03, o que levará à necessidade de se importar cerca de 1.3 milhão de toneladas no exterior, contra 527.000 toneladas da temporada anterior.
Com o mercado brasileiro aumentando a demanda, os parceiros do MERCOSUL podem elevar suas pedidas. “Com isso e, diante da incerteza cambial, muitos compradores têm se mostrado mais ativos no mercado, para se posicionar diante de uma provável recuperação das cotações na entressafra”, completa.
Mercado de trigo reaquece com melhor demanda
O mercado brasileiro de trigo apresentou baixo volume de comercialização durante boa parte de abril, sustentando os preços, que não oscilaram. Segundo o analista de Safras & Mercado, Jonathan Pinheiro, na última semana do mês o mercado começou a se aquecer. “Com boa demanda e com alguns lotes disponíveis, os negócios voltaram a acontecer”.
“Neste fim de mês, a demanda é maior do que a oferta, uma vez que poucos produtores voltaram a negociar o trigo. A indústria volta lentamente às compras, visando principalmente oportunidades atrativas. Os lotes que vem entrando no mercado são rapidamente negociados pelas corretoras. Assim, há uma possibilidade de elevação de preços, puxada pelo lado da oferta, que busca valorizar seu produto de qualidade, escasso no país, devido as queda de produtividade nesta safra”, analisa Pinheiro.
No Rio Grande do Sul, conforme a Emater/RS, os produtores de trigo já encaminham o custeio e aquisição de insumos para a próxima safra. A expectativa é de redução na área a ser cultivada com o cereal para a safra 2016. Os percentuais especulados variam de 15% a 30%, principalmente entre os agricultores familiares. Agricultores de outras categorias, como médios e grandes, mais estruturados, ainda cultivarão o cereal com intuito de utilizar a cultura como cobertura de inverno e possibilidade de renda.
Estimativas do USDA
O USDA divulgou, em seu relatório de abril, novos números para a safra 2015/16 do grão no mundo. A safra mundial 2015/16 foi estimada em 733.14 milhões de toneladas. Os estoques finais mundiais de trigo em 2015/16 estão estimados em 239.26 milhões de toneladas.
A China tem projeção de safra 2015/16 em 130.19 milhões de toneladas, mesmo volume de março. Os estoques finais do país estão estimados em 96.3 milhões de toneladas. A safra da Índia deve totalizar 86.53 milhões de toneladas, enquanto o consumo do país deve superar 90 milhões de toneladas. Os estoques finais estão projetados em 13.2 milhões de toneladas.
A produção Russa de trigo é projetada em 61 milhões de toneladas, sendo 23 milhões destinadas à exportação. Os Estados Unidos deverão colher 55.84 milhões de toneladas em 2015/16. As exportações do país estão projetadas em 21.09 milhões de toneladas.
No Canadá, a projeção da safra 2015/16 é de 27.6 milhões de toneladas. A projeção da safra australiana do cereal foi de 24.5 milhões de toneladas. Na União Europeia, a safra 2015/16 está projetada em 160 milhões de toneladas, contra 158.46 milhões de toneladas em fevereiro.
Aumento da oferta pressiona preços do boi gordo
O mercado pecuário brasileiro se deparou em abril com as consequências do aumento da oferta de animais terminados. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, os preços de uma maneira geral acabaram recuando, principalmente na última semana do mês.
Os frigoríficos conseguiram compor suas escalas de maneira bastante satisfatória ao longo do mês de abril, diante do aumento da oferta de animais terminados. “A perspectiva é por aumento da oferta nos próximos dias, situação que sugere nova queda das indicações em grande parte do Centro-Oeste”, assinala Iglesias. Ele salienta que até mesmo os frigoríficos de menor porte têm conseguido uma boa frente em suas escalas de abate.
A média de preços da arroba do boi gordo nas principais praças de comercialização do País ficou assim neste mês:
* São Paulo – R$ 158,16 a arroba.
* Goiás – R$ 141,53 a arroba.
* Minas Gerais – R$ 149,33 a arroba.
* Mato Grosso do Sul – R$ 142,07 a arroba.
* Mato Grosso – R$ 135,94 a arroba.
Exportações somam 66.500 toneladas na parcial de abril
As exportações de carne bovina do Brasil renderam US$ 260.7 milhões nas quatro primeiras semanas de abril, com média diária de US$ 17.4 milhões, segundo balanço da Secretária de Comércio Exterior (Secex). A quantidade total exportada pelo país chegou a 66.500 toneladas, com média diária de 4.400 toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 3.919,30.
Na comparação com a média diária de março, houve uma queda de 7,2% no valor médio exportado, uma retração de 12,0% na quantidade e um aumento de 5,5% no preço médio. Na comparação com abril de 2015, houve alta de 0,1% no valor total exportado, ganho de 6,4% na quantidade total e desvalorização de 5,9% no preço médio.
Excedente de oferta pressiona mercado de frango
A avicultura de corte brasileira passou momentos bastante complicados em abril. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias, os preços internos do quilo vivo tiveram forte queda em todo o País, mas este movimento não esteve relacionado com a demanda e as exportações. “A procura foi bem efetiva, tanto no mercado doméstico quanto no externo. O problema é que novamente o setor enfrentou um quadro de excedente de oferta, fator que acabou contribuindo para a queda nas cotações”, disse.
Iglesias afirma que no atacado e na distribuição os preços do frango no mercado paulista tiveram uma forte retração ao longo de abril frente ao mês anterior. Para os produtos congelados, o quilo do peito na distribuição recuou de R$ 4,70 para R$ 4,20, o quilo da asa de R$ 6,60 para R$ 6,20 e o quilo da coxa R$ 3,90 para R$ 3,60.
No atacado, o quilo do peito caiu de R$ 4,50 para R$ 4,15, o da asa de R$ 6,30 para R$ 6,00 e o da coxa de R$ 3,80 para R$ 3,50.
Nos cortes resfriados, ele salienta que os preços também tiveram mudanças. O preço do quilo peito na distribuição caiu de R$ 4,80 para R$ 4,35, o quilo da coxa de R$ 4,00 para R$ 3,80 e o quilo da asa de R$ 6,70 para R$ 6,15. No atacado, o preço do quilo do peito foi reduzido de R$ 4,60 para R$ 4,25, o quilo da coxa de R$ 3,90 para R$ 3,60 e o do quilo da asa de R$ 6,50 para R$ 6,00.
O analista informa que o mês de abril foi marcado também por um aumento no abate de matrizes de corte e descarte, diante da baixa ocorrida nos preços, o que também ajudou a elevar a disponibilidade interna de carne de frango. “Vemos, por exemplo, que o Paraná está disponibilizando seus excedentes de produção em mercados como São Paulo e Minas Gerais, o que tem deixado o setor bastante fragilizado”, disse.
Segundo Iglesias, o setor segue enfrentando dificuldades de repasse das altas no custo de produção, puxados, principalmente, pelo milho, o que também prejudica a recuperação das cotações. Além disso, para o curto prazo, é possível que os preços do quilo vivo possam recuar entre R$ 0,05 e R$ 0,10, mesmo com a proximidade do período de virada do mês.
Nas exportações, Iglesias ressalta que o desempenho de abril deve ser novamente positivo. “Considerando as 285.400 toneladas de carne de frango in natura exportadas até a quarta semana do mês, é possível que o resultado final possa alcançar entre 360.000 e 380.000 toneladas, volume que, se confirmado, será bem favorável”, disse.
O levantamento mensal realizado por Safras & Mercado nas principais praças de comercialização do Brasil indicou que em Minas Gerais a cotação do quilo vivo recuou de R$ 2,95 para R$ 2,35 ao longo de abril. Em São Paulo o quilo vivo foi caiu de R$ 2,80 para R$ 2,55.
Na integração catarinense a cotação do frango baixou de R$ 2,70 para R$ 2,40. No oeste do Paraná o preço teve queda de R$ 2,65 para R$ 2,40. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo retrocedeu de R$ 2,70 para R$ 2,45.
No Mato Grosso do Sul o preço do quilo vivo do frango foi recuou de R$ 2,85 para R$ 2,25. No Distrito Federal o quilo vivo foi cotado a R$ 2,35, queda de sessenta centavos em relação ao final de março. Em Goiás o quilo vivo baixou de R$ 2,90 para R$ 2,30.
Em Pernambuco, o quilo vivo retrocedeu de R$ 4,20 para R$ 4,00. No Ceará a cotação do quilo vivo baixou de R$ 4,30 para R$ 3,80, enquanto no Pará o quilo vivo caiu em R$ 4,25 para R$ 4,05.
Mesmo com boa exportação, preço do suíno tem forte queda
O mercado suíno chega ao final de abril com um quadro de forte desvalorização nos preços, tanto para o quilo vivo quanto para os cortes no atacado. De acordo com o analista de Safras & Mercado, Allan Maia, o setor esteve bastante fragilizado ao longo do mês, apesar do bom desempenho das exportações de carne suína.
Maia ressalta que a média de preços do suíno vivo na região Centro-Sul ficou em R$ 2,88 até esta quinta-feira (28), 7,43% abaixo do valor médio registrado no final de março deste ano, de R$ 3,12. No atacado, a média de preços dos cortes de pernil com osso atingiu R$ 6,67, 4,50% aquém dos R$ 6,99 registrados no final do mês passado. A média de preços do quilo da carcaça ficou em R$ 5,13, com desvalorização de 5,09% ante o valor registrado no final de março, de R$ 5,41.
Maia informa que um dos fatores que contribuíram para pressionar as cotações da carne suína ao longo de abril foi a elevada oferta de animais para abate, combinada com um quadro de demanda interna mais enfraquecido.
“Havia uma expectativa de aquecimento na demanda interna e de melhora nas exportações, o que levou o setor a ampliar a oferta de animais. A exportação, por um lado, vem correspondendo, mas o consumo interno, por outro, permanece enfraquecido, o que ajuda a pressionar as cotações. Outro fator que prejudica o setor é a forte alta do preço do milho, que vem ocasionando um elevado custo de produção”, disse.
Maia acredita em um aquecimento na demanda com a virada de mês, o que pode ajudar a diminuir o movimento de queda nas cotações, muito embora uma sinalização de melhora efetiva para o mercado esteja prevista somente a partir do início da colheita da safrinha de milho, o que, em tese, ajudará a diminuir os custos de produção do setor.
Para Maia, com embarques de 40.800 toneladas de carne suína “in natura” até a quarta semana de abril, a expectativa é de que o setor possa encerrar o mês com exportações totais próximas a 60.000 toneladas, volume que, se confirmado, estará próximo do resultado registrado em março, de 64.285 toneladas.
A análise mensal de preços de Safras & Mercado mostrou que a arroba suína em São Paulo foi cotada a R$ 56,00 nesta quinta-feira (28), ante os R$ 64,00 praticados no final de março. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo caiu de R$ 2,90 para R$ 2,77, enquanto no interior a cotação retrocedeu de R$ 3,22 para R$ 2,94.
Em Santa Catarina o preço do quilo caiu de R$ 2,85 para R$ 2,70 na integração. No interior, a cotação baixou de R$ 3,12 para R$ 2,87. No Paraná o quilo vivo recuou de R$ 3,18 para R$ 2,90 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo retrocedeu de R$ 3,10 para R$ 2,85.
No Mato Grosso do Sul a cotação caiu de R$ 2,85 para R$ 2,78 na integração, enquanto em Campo Grande o preço recuou de R$ 3,30 para R$ 3,25. Em Goiânia, o preço teve queda de R$ 3,30 para R$ 3,05. No interior de Minas Gerais o quilo retrocedeu de R$ 3,40 para R$ 3,15. No mercado independente mineiro a cotação caiu de R$ 3,22 para R$ 2,95.
Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis recuou de R$ 2,85 para R$ 2,71. Já na integração do estado a cotação retrocedeu de R$ 2,75 para R$ 2,63.
Fonte: Agência Safras